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'Rebel Moon Parte 2' estreia na Netflix com história rasa e sem graça
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'Rebel Moon Parte 2' estreia na Netflix com história rasa e sem graça

Estreia na Netflix, "Rebel Moon Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes", projeto escrito e dirigido por Zack Snyder, continua com roteiro apressado, genérico e sem graça
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Foto: Netflix/Divulgação "Rebel Moon - Parte 2" desenvolve universo escrito e dirigido pelo famoso diretor Zack Snyder

"Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo" acabou por se tornar um dos longas mais aguardados do semestre. Escrito e dirigido pelo famoso diretor Zack Snyder ("Watchmen: O Filme", de 2009, e "Batman vs Superman: A Origem da Justiça", de 2016), o filme, originalmente escrito para se passar no universo de "Star Wars", foi recusado pelos estúdios Disney. Porém, o diretor e roteirista americano não se deu por vencido, conseguindo colocar seu projeto em prática em uma das mais populares plataformas de streaming do mundo. Lançando assim a parte 1 de sua odisseia no final de 2023, e tendo sua continuação "Rebel Moon Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes" lançada recentemente.

Após sobreviver aos acontecimentos do primeiro longa, Kora (Sofia Boutella - "A Múmia", de 2017) volta ao planeta Velvet, onde descobre que o general Atticus Noble (Ed Skrein), antagonista do filme anterior, permanece vivo e está a caminho do planeta camponês para capturá-la. E é exatamente sobre esta trama rasa que o longa de 122 minutos se passa.

A simplicidade da trama não seria um problema, já que a primeira parte da saga foi toda utilizada para apresentar seus personagens, de forma rasa? Sim, porém ainda assim foi feito. Então, o espectador espera que esse segundo momento não se atenha a momentos vazios, diálogos expositivos e takes em câmera lenta em excesso. Porém, é exatamente isso que se encontra em "Rebel Moon parte 2".

Escrito, dirigido, produzido e com a fotografia assinada por Snyder, não existem desculpas para o que vemos em tela. Já que o mesmo possui total liberdade na criação e direção de seu universo, que é uma clara aposta da Netflix de ter sua própria grande franquia de ficção científica. Aposta alta que a mesma está, de longe, perdendo. Sem um único personagem carismático, com cenas e falas extremamente genéricas, o longa faz questão de ser o mais cafona possível sempre que pode. Snyder faz questão de gastar vários minutos do longa em uma montagem excessivamente cheia de câmeras lentas e desnecessárias sobre a "preparação" de todos para a batalha que virá a seguir. Digo isto entre aspas, pois no momento de real preparação para a batalha o diretor decide acelerar a trama e mostra de forma superficial e pouco convincente todo o processo daquele momento extremamente importante para a trama.

Minutos que poderiam ter sido utilizados para desenvolver seus personagens, que mesmo com todo um filme anterior, que tecnicamente serve para desenvolvê-los, o longa falha em trazer alguma profundidade para os mesmos. E no único momento que tenta fazer isso, com uma cena clichê, onde todos os protagonistas estão sentados em uma mesa, um dia antes da grande batalha, onde um deles decide, sem qualquer justificativa, contar o que o fez se rebelar contra as forças do reino e o motivar para estar ali. O que gera uma sequência extremamente pobre de flashbacks contados às pressas sobre cada um deles e que não servem praticamente para nada em seus desenvolvimentos.

E quando menos esperamos, mais da metade do longa já se passou e absolutamente nada de interessante ou profundo aconteceu em mais de uma hora de duração, quase como se aquilo fosse um grande trailer sem graça. E quando finalmente chegamos ao que seria o ápice do filme, nos deparamos, mais uma vez, com uma sequência de ação repetitiva, cafona e cheia de takes longos em câmera lenta. Em dados momentos, alguns acontecimentos são tão bizarros que beiram uma comédia pastelão.

E não satisfeito com o desenvolvimento medonho do grupo que montou durante as mais de quatro horas de duração de seus dois filmes, o diretor e roteirista faz questão de, nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, incluir o robô James na batalha final sem qualquer justificativa realmente plausível, já que o mesmo deixa claro desde o início do primeiro filme que não participará de nenhum daqueles atos, não importa o que aconteça. Mas no final, aparentemente ele pensa "Por que não? Afinal não estou fazendo nada por aqui?".

E após longos 122 minutos da parte dois, fica claro que "Rebel Moon" não tem força como longa, como universo e muito menos como franquia cinematográfica. Apesar da clara vontade de seu criador em dar continuidade ao universo, que de novo não tem nada e mais parece um retalho de clichês de diversos filmes excelentes. Totalmente esquecível e sem nenhuma relevância, a única marca que "Rebel Moon Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes" é a de decepção.

Rebel Moon 2

  • Filme disponível no serviço de streaming Netflix
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