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Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho refletem sobre os pais em peça
Vida & Arte

Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho refletem sobre os pais em peça

Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho apresentam em Fortaleza espetáculo que retrata relação com legado dos pais e reflexões sobre mudanças na era digital
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Foto: Jonatas Marques/divulgação Peça "Gostava Mais Dos Pais", com Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho, chega a Fortaleza

“Partindo do desejo de fazer um espetáculo que falasse sobre a nossa paternidade, das comparações de sermos filhos não só de artistas famosos, mas de artistas famosos que assim como a gente eram muito amigos e parceiros”, elabora o ator Bruno Mazzeo sobre o desenvolvimento do espetáculo “Gostava mais dos pais”.

A peça, que também traz Lucio Mauro Filho no elenco, estará em cartaz em Fortaleza nos dias 26 e 27 de abril, no Cineteatro São Luiz. Com uma atmosfera intimista e diálogos reflexivos, os artistas interpretam a si mesmos no palco.

Filhos de dois importantes nomes do humor brasileiro, Chico Anysio (1931-2012) e Lucio Mario Lucio (1927-2019), Bruno memora ser comum que, ao falarem com ele na rua sobre um trabalho seu, mencionam seu pai.

“Antes de mim, [o público] conheceu meu pai. Então, é natural que as pessoas falam: ‘Ah, gosto muito do seu pai; gostava muito do seu pai; gosto mais do seu pai'. Isso sempre teve”, conta, acrescentando ter sido destas interações que vieram o nome que intitula a montagem.

Mas ele ressalta que, apesar dos comentários e seguirem carreiras no humor e atuação, os estilos e caminhos de ambos são diferentes do que foi feito pelos antecessores.

Com o desenrolar dos primeiros rascunhos de ideias, outros assuntos que permeiam suas vidas começaram a surgir e somaram a ideia inicial: “A questão dos novos tempos, às novas maneiras de se comunicar, da internet e das mudanças que acontecem em relação ao que fazíamos”.

“Somos acostumados a trabalhar fazendo um filme, uma série e de repente, chegamos em um tempo em que tudo mudou, que as coisas são na internet e são mais rápidas; que as pessoas produzem de casas. E os mais jovens se comunicando com os mais jovens. Nós já temos quase 50, então como entramos nessa brincadeira sem deixar de ser a gente e sem virar o tiozão”, ele continua a listar as reflexões que moldaram a criação do roteiro assinado por Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão.

Bruno revela que ainda está tentando entender como essa nova maneira de produção e consumo de conteúdo na internet funciona. Ele relembra que filmes e séries continuam sendo realizados e assistidos, mas há esta outra opção que mostra “um cara lá do interior falando uma coisa engraçadíssima” sem seguir um texto, como também a curta duração.

“Acho que ainda é uma coisa em transformação, sabe? Não sabemos onde isso vai parar. Quem garante o que vai estar acontecendo daqui há 10 anos?”, questiona retoricamente. “É um momento de grande transformação para os artistas. Hoje em dia, vemos cada vez mais eles não sendo mais só atores, mas tendo que produzir conteúdos nas redes, tendo que se expor mais do que se expõe”, completa.

Na montagem dirigida por Débora Lamm, os dois atores misturam suas reflexões e debates pessoais. Por meio de uma conversa, seja sentados ou caminhando pelo espaço, eles produzem graça com seus diálogos, por vezes também dando vida rapidamente a personagens, mas também passam as emoções que cada assunto carrega.

Mas apesar do peso pessoal, Bruno também acredita que o público pode se identificar e se emocionar com as questões abordadas, pois elas atingem muitos. “Todo mundo tá vivendo isso, independente do cara ser artista ou não. Essas transformações, todos estão passando por elas, a coisa da idade, do tempo que passa, de como você se recoloca — são questões que pertencem a todos nós”, sustenta.

Para Mazzeo, a emoção também está relacionada com a abordagem ligado ao seu pai, Chico Anysio, pois a apresentação ocorre no Estado em que o humorista nasceu — além de ser, até o momento, a única fora do eixo Rio-São Paulo.

“Ao falar dos nossos, acabamos fazendo uma homenagem a comédia. Isso é uma coisa que nos dá muito prazer nesse espetáculo: temos a oportunidade de homenagear nossos mestre”, celebra.

Gostava Mais dos Pais

  • Quando: sexta-feira, 26, às 20 horas; sábado, 27, às 17h e 20 horas
  • Onde: Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500 - Centro)
  • Quanto: meia-entrada a partir de R$ 25 reais e inteira a partir de R$ 50; os ingressos podem ser comprados no site Sympla ou na bilheteria do teatro

 

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