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Jovens empreendedores refletem sobre novas formas de lidar com o trabalho
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Jovens empreendedores refletem sobre novas formas de lidar com o trabalho

Na semana do Dia do Trabalho, o Vida&Arte reflete sobre os anseios das novas gerações quanto à profissão
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Natural de Minas Gerais, Henrique Luz migrou pelo País em busca de viver o próprio ofício com liberdade (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR Natural de Minas Gerais, Henrique Luz migrou pelo País em busca de viver o próprio ofício com liberdade

A última edição do relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que 67% da população adulta (18 a 67 anos) no Brasil está envolvida com empreendedorismo - seja liderando o próprio negócio ou vivendo o processo de criação de projetos.

Realizado em parceria pelo Sebrae e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), o documento foi divulgado em maio de 2023. A pesquisa ainda aponta que o País é o 2º do mundo com mais interessados em ter o próprio negócio.

Esse índice aponta para os anseios das novas gerações, que têm buscado inovações no mercado de trabalho e o empreendedorismo dá margem para esse laboratório de ofícios. 

Entre os adultos, a Geração Z (composta por nascidos em meados dos anos 1990 até 2010) é indicada como o grupo que tem maior inclinação ao empreendedorismo. 

"Proprietária do próprio estúdio de trancismo, a fortalezense Nathalia Arruda, de 26 anos, comprova a afirmação. "Mesmo trabalhando de carteira assinada em outros lugares, com cargos promissores ou imaginando uma carreira enquanto psicóloga, não fazia muito sentido pra mim", salienta a criadora do Pró Afro.

O dono da loja de acessórios Saint Luz, Henrique Luz, também compartilha da mesma experiência da trancista. "Como mente criativa, eu sempre tive dificuldade em me adequar ao mercado de trabalho formal, estava pensando sempre em como ser artista independente e tentando posicionar as ideias. Minha vontade era empreender para minha liberdade financeira", afirma Henrique, que é mineiro e tem 27 anos.

Especialista em Recursos Humanos, Rafaelle Benevides explica que essa disposição natural da juventude para o empreendedorismo acontece porque esse grupo procura a diversidade de atividades. "A pluralidade de atividades permite que essa pessoa da Geração Z continue se desenvolvendo enquanto profissional, mas que também consiga ter qualidade de vida e esse equilíbrio entre todas as áreas na vida dela", explica a também sócio-diretora e headhunter da RB Consult RH.

Tanto Nathalia quanto Henrique começaram a trabalhar ainda adolescentes. Aos 13 anos a empreendedora fazia faxinas com sua mãe em restaurantes e barracas de praia, já o artesão entrou no mercado aos 15 anos como jovem aprendiz. A trancista chegou a trabalhar de carteira assinada, mas sempre atuando em trabalhos informais para completar a renda.

Após atuar em cargos como analista de contas médicas, recepcionista e analista de leads em concessionária, enquanto também estudava Psicologia, Nathalia decidiu criar o estúdio Pró Afro em 2018.

"Comecei a trançar em um período da minha vida que estava totalmente sem perspectiva, sem emprego e sem recurso, sempre falo que o trancismo me tirou da fome. Parece bem dramático, mas muito real, foi dessa forma que a arte entrou na minha vida", conta a empreendedora. O estúdio conta hoje com seis colaboradoras e Nathalia também repassa o conhecimento por meio de cursos para quem deseja viver do trancismo.

Henrique, por sua vez, trabalhou em lojas de calçado de carteira assinada, porém também seguiu empreendendo. Antes da Saint Luz, o mineiro vendia brigadeiros nas portas das empresas e lojas, sob a marca "D'Luz Brigadeiros". Por volta de 2020, Henrique decidiu se mudar de Varginha para Florianópolis para trabalhar com arte floral, onde produzia arranjos com flores para eventos.

No entanto, com a pandemia de Covid-19, o artesão teve que se reinventar. Foi quando começou a vender miçangas nas praias de Santa Catarina. Há dois anos com residência na Cidade, Henrique Luz celebra o crescimento da empresa "Hoje no cenário de Fortaleza vestimos artistas locais e oferecemos nossos produtos em feiras, barracas requisitadas de praia e para todo o Brasil em nosso site", conta.

Apesar dos desafios presentes no empreendedorismo, como administrar a própria rotina de trabalho, os dois têm conseguido garantir que as exigências compartilhadas pela geração Z , como flexibilidade de horários e a diminuição da distância hierárquica, sejam minimamente cumpridas.

"Assim trabalhamos de forma sempre alinhada, comprometida e com criatividade de sobra", destaca Luz. "A busca pela flexibilidade surge pela busca da qualidade de vida, um trabalho que nos permita viver, além de só trabalhar pra existir. Um ambiente mais diverso é a constante busca pela identificação, busca por um ambiente de trabalho que se aproxime do seu propósito e que permita um espaço de troca, ao invés desse distanciamento hierárquico convencional", completa Nathalia Arruda.

A especialista em Recursos Humanos, Rafaelle Benevides, pontua que a flexibilidade é mais uma característica intrínseca à "Gen Z". "São as pessoas que estão focadas em balancear, equilibrar todas as áreas da vida e elas não estão dispostas a fazer sacrifícios por questões profissionais como antigamente, como as próprias gerações anteriores", afirma.

Para Henrique, seu grupo geracional é tão naturalmente nativo digital, que trabalhos formais não combinam com a forma com a filosofia de vida da Geração Z. "Ao meu ver, os trabalhos 'convencionais' no qual exige grande carga horária presencial, não combina com a geração Z que resolve grande parte da vida pelo digital. Oferecer flexibilidade oferece também confiança", afirma o artesão.

Além da versatilidade na rotina, a trancista defende que haja uma comunicação aberta entre as diferentes empresas. Na dinâmica com minha equipe, acredito que minha maior exigência seja o diálogo. É muito fácil, em meio à rotina de trabalho, ruídos na comunicação dentro da equipe e erros podem acontecer, de ambas as partes. Mas se tem uma coisa que eu nunca concordei e sempre presenciei estando desde criança sendo força de trabalho para o negócio dos outros é essa distância hierárquica de poder imposta por grandes empresários que faz o colaborador sempre trabalhar com medo de ser substituído a qualquer momento", justifica Nathalia Arruda.

 

FORTALEZA-CE, BRASIL,24-04-2024: Nathalia Arruda, trancista e instrutora de trancismo. (Foto:Júlio Caesar/O Povo)
FORTALEZA-CE, BRASIL,24-04-2024: Nathalia Arruda, trancista e instrutora de trancismo. (Foto:Júlio Caesar/O Povo)

Mudança de jogo

Enquanto o empreendedorismo parece acolher melhor os anseios das novas gerações, no mundo corporativo o cenário é mais complexo. Dados do relatório "Tendências de Gestão de Pessoas", do Ecossistema Great People & GPTW, divulgado em fevereiro de 2024, apontam que 51,6% do mercado de trabalho tem dificuldade de lidar com as diferentes gerações e suas aspirações dentro do mundo corporativo. A Geração Z é citada no documento como a que mais "produz desafios no mercado de trabalho".

Uma das razões indicadas pela análise é a "falta de comprometimento e impaciência na carreira". A influenciadora e gerente de Marketing Gabrielly Sadovski afirma que esse comportamento acontece devido à rapidez com que a sua geração processa as informações. "Precisamos de novos estímulos, um deles é estar em ambientes diferentes. Então, honestamente, acho que é muito cedo para dizer se ficaria vinte anos no mesmo local. Tudo depende de como a vida se apresenta, sabe?", explica a paulistana de 24 anos.

"Estou mais disposta a viver experiências diferentes do que necessariamente passar vinte ou trinta anos no mesmo lugar", pontua Sadovski.

Marília Abreu, analista de qualidade de software, também concorda que o acesso a mais informações por meio da internet impacta no "modus operandi" da "Gen Z" dentro das empresas.

"Vejo que a maioria de nós já chega ao mercado de trabalho com outra visão não só do mercado, mas de si. É mais comum fazer terapia, falar das próprias questões, se comunicar", pontua a também graduada em Jornalismo. "Claro que isso muitas vezes acontece dentro de uma bolha, mas com certeza impulsiona o movimento de entender não somente o que é oferecido, mas também de percepção e da construção dos próprios limites", afirma a fortalezense, que tem 24 anos.

Segundo a especialista em Recursos Humanos, Rafaelle Benevides, essa mão de obra está focada em qualidade de vida. "É uma tendência de carreira dessas novas gerações", defende.

"A Geração Z cresceu em um mundo cada vez mais conectado digitalmente, o que lhes proporcionou uma mentalidade mais aberta em relação ao trabalho, buscando mais representatividade e respeito em ambientes que promovam valores alinhados aos seus", explica Suyane Brito, especialista em Recursos Humanos e orientação profissional.

Gabrielly acredita que essa demanda ganhou mais força após a pandemia de Covid-19. "As pessoas entenderam que não adianta ter um emprego bom se as outras áreas da sua vida estão de lado", ilustra. "Hoje, minha prioridade é um trabalho que me permita ter um crescimento tanto de vida, quanto de carreira, sustentáveis. Priorizo o crescimento profissional aliado à qualidade de vida", diz Marília Abreu, que compartilha das demandas da sua geração.

"Para a Geração Z, o trabalho tem que ser uma fonte de satisfação também" pontua Rafaelle, que também é sócio-diretora e headhunter da RB Consult RH. "Isso fez com que esse grupo passasse a ser visto como a geração que tem menos resiliência. Enquanto as anteriores tinham essa habilidade até de gerenciar alguns conflitos e de entender que os conflitos são naturais, especialmente no ambiente de trabalho, a Geração Z ela opta por se por não se posicionar, por não se envolver em conflitos", argumenta Benevides.

Porém, o millenial de 30 anos, Emerson Andrade também se identifica com as exigências da geração posterior. "Acho que a exigência e a prioridade são a mesma coisa pra mim: ter tempo de respiro", conta o também designer e produtor de conteúdo. "Uma das coisas que eu priorizei quando procurei meu emprego foi um salário legal, e isso me rendeu entrar em um ambiente de trabalho que era sufocante, justamente porque a rotina era apertada e eu não tinha tempo para mim, para focar em estudar, me exercitar ou até mesmo praticar algum hobby", relembra o paraibano.

Suyane Brito aponta que essas questões variam conforme as pessoas dessa geração são atravessadas pelos indicadores sociais de classe, raça, gênero e sexualidade. "É importante notar que as oportunidades e os desafios enfrentados por pessoas de diferentes origens podem influenciar suas prioridades em relação ao trabalho", elucida.

Gabrielly Sadovski também concorda que o mercado deve adaptar não só as demandas da sua geração, mas perceber como elas variam conforme são permeadas pelas intercessões citadas acima. "Então, por exemplo, você vai contratar uma mulher que veio da periferia, que já é mãe. Obviamente, essa mulher vai precisar de um pouco mais de flexibilidade do que um homem branco que se formou na ESPM, chega em casa e tem alguém para fazer a comida dele, sabe?", propõe.

"Então acho que são flexibilidades diferentes que o mercado teve que se adaptar e eu atribuo muito a entrada dessas pessoas que são pessoas de perfis mais diversos dentro das empresas e também o jeito como você se vê. Então, você não quer estar em uma empresa que você sabe que você vai ser desrespeitado", completa a influenciadora.

"Acho que as expectativas atualmente são mais realistas. A maioria de nós está entrando no mercado de trabalho agora, pós-pandemia, com novas realidades e possibilidades. Mas, ao mesmo tempo, mais competitivo. Isso nos induz a ter o pé no chão e buscar algo mais próximo do real", destaca Marília Abreu.

Suyane ainda salienta que é preciso que os gestores tenham uma abordagem mais flexível e aberta, dada as demandas da nova geração de jovens adultos. "É importante promover um ambiente que valorize a comunicação transparente, o feedback constante e a possibilidade de contribuição ativa para os projetos", destaca. "Acredito que com uma abordagem equilibrada que valorize as necessidades dessa geração, mas sem perder de vista os objetivos organizacionais, é possível manter um nível positivo de produtividade que gere satisfação em ambas as partes", pontua a especialista em Recursos Humanos e orientação profissional.

Embora haja dificuldade em encontrar a harmonia entre as gerações no ambiente corporativo, Rafaelle salienta que a convivência entre os grupos distintos é fundamental nas empresas. "Precisamos lidar com essa questão, como ela também é muito benéfica porque as gerações se beneficiam das experiências umas das outras. Então, por exemplo, a geração Z não sabe pelo que os antecessores dela passaram, como algumas coisas foram construídas", salienta a especialista em Recursos Humanos.

FORTAEZA-CE, BRASIL, 24-04-2024: Henrique Luz, proprietária da Saint Luz, lohja de bijouterias que realiza a venda de suas peças na praia e em feiras. (Foto: Júlio Caesar/O Povo)
FORTAEZA-CE, BRASIL, 24-04-2024: Henrique Luz, proprietária da Saint Luz, lohja de bijouterias que realiza a venda de suas peças na praia e em feiras. (Foto: Júlio Caesar/O Povo)

Como começar a empreender

Para quem tem interesse em ter o próprio negócio, a trancista Nathalia Arruda recomenda que o primeiro passo é não dar tanta atenção à opinião alheia.”Muitas pessoas, mesmo que estejam no seu ciclo, sua família, vão falar muito para você não tentar para você procurar uma coisa mais segura, para você desistir, para você procurar um trabalho de carteira assinada convencional, digo por experiência própria”, afirma.

“Depois disso, é você desenvolver uma rotina com seu negócio porque estamos acostumados, principalmente quem está dentro do mercado de trabalho há muito tempo desses trabalhos convencionais, a seguir ordens e já ter uma configuração imposta”, recomenda a empreendedora de 26 anos.

“Porque no seu negócio, se você não fizer, ninguém vai fazer por você e é muito fácil a cairmos nessa procrastinação de depois eu faço, não tem ninguém me cobrando. Então, é se levar a sério, desenvolver uma rotina de trabalho mesmo, de relacionamento com a sua empresa de forma interna, porque ainda que você empreenda, começa sozinho”, pontua Nathalia.

“Então, é desenvolver uma rotina de relacionamento com o seu negócio, focar na sua organização, no seu financeiro e principalmente se colocar nas redes sociais, porque a Pró Afro só é o que é hoje, a partir do momento que a gente se posicionou digitalmente e tudo de fato começou a acontecer”, destaca a trancista.

O proprietário da loja de acessórios Saint Luz por sua vez aconselha que seja feito um exercício de autoanálise antes de dar o primeiro passo para iniciar um empreendimento. “Analise seus sonhos e objetivos e se jogue sem medo nos estudos e pesquisas sobre seu empreendimento, oferecer produto/serviço é muito além de ganhar dinheiro”, pontua o mineiro de 27 anos.

Arruda também aconselha os futuros empreendedores a serem persistentes. “Não desista, porque muitas vezes vão ser muito mais ‘nãos’ do que sim. E aí sempre bate aquela de voltar para o mercado de trabalho de forma convencional, carteira assinada. Mas é insistir, insistir em você, insistir no seu propósito”, enfatiza. “Você vai viver um novo estilo de vida, que certamente vai impactar na sociedade e consequentemente na sua carreira e vida financeira", acrescenta Henrique.

 

FORTALEZA-CE, BRASIL,24-04-2024: Nathalia Arruda, trancista e instrutora de trancismo. (Foto:Júlio Caesar/O Povo)
FORTALEZA-CE, BRASIL,24-04-2024: Nathalia Arruda, trancista e instrutora de trancismo. (Foto:Júlio Caesar/O Povo)

Alçando novos voos

Em Portugal há pouco mais de um mês, a paulistana Gabrielly Sadovski decidiu tentar a vida em outro país para tentar fugir um pouco do ritmo frenético de São Paulo. “Foi uma decisão muito mais pessoal do que profissional, é óbvio que não é fácil construir uma carreira fora do Brasil, já que eu não me identificava mais com a cidade em que eu morava", conta a também influenciadora e atualmente gerente de Marketing em uma empresa de Lisboa, em Portugal.

"Eu queria alguma coisa um pouco mais calma para a minha vida e eu já tinha morado fora outras vezes, já tinha feito intercâmbio, então para mim era a cultura corporativa, principalmente na Europa, que é muito mais tranquila do que é no Brasil", salienta Gabrielly.

"Uma coisa que eu sentia que não ia conseguir muito fazer em São Paulo e também é muito difícil você ter outras carreiras corporativas fora do eixo Rio de Janeiro e São Paulo e como eu não me via morando em nenhuma dessas cidades", relembra a influenciadora. Sadovski foi para Portugal com uma proposta de trabalho, hoje, ela atua fazendo conexão com outros influenciadores brasileiros para a empresa lusitana.

A criadora de conteúdo aconselha para aqueles que também desejam morar em outro país que se preparem financeiramente. "E, além disso, entendeu quais são as competências importantes para que você consiga um trabalho no mundo corporativo fora do Brasil. Então, você entender as competências técnicas, as competências comportamentais e aprender inglês, que, enfim, é o básico", recomenda.

"Infelizmente, sabemos que muitas pessoas do Brasil ainda falam inglês, mas para você ter uma carreira corporativa fora, saber falar inglês é essencial, e também a língua do local que você vai. Como eu estou em Portugal, falo português, apesar de ser um português diferente do que a gente fala no Brasil", destaca a paulistana.

 

Criação de Conteúdo feat Trabalho CLT

Embora seja da geração anterior a Z, os Millenials ou Y, formados pelos nascidos entre 1984 a 1995, Emerson Andrade cresceu em meio ao contato com a internet. Em 2009, o paraibano criou seu blog para escrever sobre livros que gostava, como a saga "Percy Jackson e os Olimpianos", de Rick Riordan, como modo de encontrar outros fãs da obra literária.

"Eu tinha dificuldades de me relacionar com outras pessoas. Isso me levou a passar mais tempo com livros do que com pessoas. Acabei criando um blog para escrever sobre os livros que gostava", relembra.

Após entrar na faculdade de Letras, formação que cursou na Universidade Federal da Paraíba, o criador de conteúdo quis profissionalizar as resenhas críticas que já escrevia, transformando o que era um hobby em trabalho. "Era divertido pensar em trabalhar indicando ou criando textos sobre as obras que eu lia", compartilha.

No entanto, a produção de conteúdo ainda não é a principal fonte de renda do paraibano. Atualmente, Emerson trabalha formalmente como designer gráfico e é editor de vídeos como freelancer. "É difícil arrumar na rotina tempo para produzir o que eu gosto, porque gravar, escrever e editar demandam tempo, tempo esse que na correria do dia a dia às vezes eu não consigo ter", pontua.

"E quando tenho, estou exausto demais do trabalho para ter ânimo de fazer. Ainda é algo que eu insisto em fazer e queria conseguir rentabilizar para não depender tanto de um emprego formal, trabalhar para mim e sobreviver das produções que faço para poder investir mais", destaca Andrade.

Contudo, ser um criador de conteúdo pequeno, negro e nordestino dificulta o contato com marcas que queiram investir em seu trabalho. "E esse desestímulo faz a vontade de manter uma frequência na rede cair, somado ao cansaço da rotina, o que afeta o engajamento e a entrega quando eu consigo postar e esse ciclo se repete várias e várias vezes", salienta.

"Numa rotina normalmente não é fácil ainda lutar pelo desejo de trabalhar com uma área que você sonha ou quer. Principalmente na realidade de morar em um estado que tem pouquíssimo investimento nesse departamento", afirma Emerson.

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