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Fragilidade e poder de compra
Vida & Arte

Fragilidade e poder de compra

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Para além da mudança de consumo, o poder de compra que o público apresenta atualmente é outra interferência, já que houve mudanças no orçamento familiar.

"O endividamento, antes da pandemia, comprometia em média 30% da renda mensal das famílias com o pagamento dessas dívidas. Esse percentual subiu para mais de 40%. Então, o orçamento familiar disponível para o consumo corrente diminuiu", exemplifica o economista Alex Araújo, e acrescenta que o alto custo do consumo fora de casa tornou as famílias mais seletivas.

Taiene Righetto, presidente da Associação brasileira de bares e restaurantes (Abrasel) no Ceará, corrobora nos pontos apresentados, afirmando que as pessoas também demonstram um movimento de permanecer mais em casa. "Elas estão segurando um pouco mais, ainda não estão confiantes como antes da pandemia, em sair e gastar em bares e restaurantes", analisa.

Impostos, mudança de consumo, poder aquisitivo — todos eles não podem ser falados sem citar a inflação. O presidente da Abrasel Ceará relembra que a inflação, apesar das notícias de ela estar caindo ou controlada, ainda é alta. "Os bares e restaurantes foram os que menos repassaram a inflação de alimentos [nos preços], porque se estamos nessa situação e repassarmos preço, isso piora ainda mais", declara.

As projeções para os próximos meses de 2024, nas visão de Taiene, não são positivas. Ele acredita que será um ano com "muitas falências". "Até porque muitos que abriram recentemente não vão conseguir ficar no mercado, principalmente os menos estruturados", afirma.

"Vai ser um ano muito difícil, muitas empresas ainda vão quebrar e vamos ter que trabalhar muito esse ano para estruturar elas, para que consigam realmente ter uma gestão", completa. (Beatriz Teixeira)

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