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O que vi na foto de 55 anos de casamento de Luzia e Luciano
Vida & Arte

O que vi na foto de 55 anos de casamento de Luzia e Luciano

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Tipo Notícia
O olhar de Rosângela: 55 anos de casamento de Luzia e Luciano (Foto: ROSÂNGELA DE MEDEIROS MOTA)
Foto: ROSÂNGELA DE MEDEIROS MOTA O olhar de Rosângela: 55 anos de casamento de Luzia e Luciano

Não conheço Luzia e Luciano, mas senti que na casa deles tem amor, aconchego e perdão. Na foto enviada por Rosângela de Medeiros Mota na comemoração de 55 anos de casados, os dois, com um sorriso nos lábios, olho no olho, mãos entrelaçadas, mantêm a cumplicidade que carregam desde a época que se encontraram lá pelo fim da década de 1960.

Não sei como os dois se encontraram, mas imaginei que a paixão veio de forma serena e certeira. Senti que já escreveram muitas cartas de amor e andaram de mãos dadas com a segurança de seguir na vida com a pessoa certa. Refleti que, na juventude, dançaram de rosto colados nas tertúlias, se esconderam no escurinho do cinema ou aproveitaram os muitos banhos de mar e mergulhos em rios durante o inverno no Ceará. Nunca esqueceram como se deu o primeiro beijo e são capazes de contar essa história nos mínimos detalhes, um completando a palavra do outro. Sei que enfrentaram perrengues, mas acredito que nunca cogitaram deixar de
viver juntos.

Luzia aparece na imagem com a alegria que só as mulheres de bom coração são capazes de irradiar. Aos 55 anos de casada com Luciano, ainda se enfeita, arruma o cabelo, coloca maquiagem para sentir a emoção de estar ali pertinho do marido. Também quer estar bonita para si.

Luciano, na foto, tem o olhar de admiração pela mulher que considera sua alma gêmea. É capaz de fazer pequenos gestos ou brincadeiras para deixar a mulher mais feliz. É generoso e, a cada dia que passa, se encanta pelo sorriso da esposa, sabe que o tempo a deixou com marchas, mas a vê cada dia mais bonita.

Intui que os dois juntos agregam familiares e amigos numa casa capaz de ser abrigo. Espero que onde o casal mora tenha mesa farta de café da manhã, com bolo e tapioca; almoços com muitas visitas aos domingos; festas com churrasco compartilhado à beira da piscina ou no quintal da casa e algazarras de crianças correndo pela sala, deixando os brinquedos soltos pelo chão. Lá onde escolheram morar deve ter histórias enfeitando as paredes.

Entendo que a vivência dos dois não é perfeita (pois contos de fadas não existem), sei que carregam saudades de pessoas próximas, enfrentaram momentos de mágoas, mas nada foi capaz de tirar deles a certeza de que escolheram a pessoa certa para compartilhar o mundo. É assim que, distribuindo alegria, celebraram as Bodas de "Prata", de "Ouro" e, agora, a de "Ametista". Que a eles seja permitido festejar o amor por muito tempo.

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