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"Furiosa" acerta ao reafirmar força de "Mad Max" e ampliar mitologia
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"Furiosa" acerta ao reafirmar força de "Mad Max" e ampliar mitologia

Filme "Furiosa: Uma Saga Mad Max" estreia nos cinemas com trama encabeçada por Anya Taylor-Joy mostrando que o diretor George Miller esta cada vez mais afiado quando o assunto é o seu universo
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Foto: Warner Bros. Pictures/Divulgação Filme "Furiosa: A Mad Max Saga" é ação marcada por protagonismo feminino

George Miller é sinônimo de Mad Max, sendo a principal voz por trás desse universo. Voz que ecoa ainda mais longe após “Mad Max: Estrada da Fúria”, de 2015, ganhar seis estatuetas no Oscar de 2016, e que agora, em 2024, volta para contar mais um capítulo da história desse universo mergulhado em sangue e gasolina.

Planejado originalmente para sair pouco tempo depois de “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Furiosa: Uma Saga Mad Max” conta a história de origem da marcante personagem Furiosa, interpretada por Charlize Theron no longa anterior. Aqui, interpretada por Alyla Browne e Anya Taylor-Joy, em momentos diferentes da vida da personagem, o longa tem início após o sequestro da protagonista de seu lar por membros do grupo de Dementus (Chris Hemsworth - “Thor: Amor e Trovão”, de 2022), um líder egoísta que busca a todo custo descobrir como voltar às “terras verdes” de onde a jovem protagonista vem, sem medir consequências para isso. Após estes acontecimentos, Furiosa busca incessantemente por uma oportunidade para voltar para seu antigo lar, mas acaba sendo presa na Cidadela, após ser negociada por Dementus em um acordo de poder.

É praticamente impossível não fazer comparações entre “Mad Max: Estrada da Fúria” e “Furiosa: Uma Saga Mad Max”, ainda mais quando o roteiro decide apresentar a história da personagem que praticamente tomou o protagonismo para si no filme anterior. Mas se tem algo que George Miller domina com maestria é o universo Mad Max. Miller não tem medo de referenciar seu longa anterior, mas faz questão de mostrar que este consegue percorrer seu caminho com as próprias pernas, ou melhor, rodas.

Nos apresentando ainda mais elementos sobre aquela mitologia, como seus costumes, regras e acordos políticos entre cidades, elementos que foram pincelados no primeiro longa, aqui ganham mais profundidade e tangibilidade. Nos fazendo crer ainda mais na funcionalidade daquele mundo distópico, mas sem perder o misticismo construído anteriormente. Amarrando perfeitamente pontos e a linha do tempo de ambas as tramas.

O roteiro, também assinado pelo diretor, se divide em cinco capítulos, que ajudam de certa forma com a cronologia temporal da história, já que o longa começa na infância de Furiosa e termina literalmente em um momento específico de “Mad Max: Estrada da Fúria”. E essa divisão, que ajuda bastante no desenvolvimento dos personagens, também nos presenteia com as atuações de Alyla Browne, mas principalmente a de Chris Hemsworth, se mostrando, ao contrário do que muitos cogitaram, uma grata surpresa no papel. Hemsworth consegue equilibrar muito bem as camadas de seu personagem e apresenta um trabalho que tinha tudo para beirar algo caricato, mas passa longe disso. Construindo um antagonista convincente que tem sua escala de sadismo elevada durante todo o longa, até o clímax final.

Anya Taylor-Joy também não deixa a desejar, apresentando uma Furiosa tão marcante quanto a de sua antecessora, honrando o trabalho feito anteriormente, mas deixando sua marca dentro da personagem. Trazendo muito destaque para sua expressão facial, principalmente com o seu olhar, já que sua personagem apresenta pouquíssimas falas durante o longa. Algo bastante plausível graças à construção de sua história.

Mas é nas cenas de ação que o filme brilha mais uma vez. Miller não cansa de surpreender com seus planos longos de perseguições quase inacabáveis. E apesar de se utilizar de bem menos efeitos práticos aqui, o que é uma pena, consegue manter o espectador preso na tela durante cada segundo de suas cenas de ação extremamente inventivas. Apesar de, em alguns momentos, o excesso de CGI possa causar algum estranhamento em fãs mais exigentes e familiarizados com o longa anterior, que não sofria com tal problema.

Em suma, “Furiosa: Uma Saga Mad Max” consegue fechar diversos arcos de seu longa antecessor, apesar de ser uma prequel do mesmo, trazendo muito mais profundidade para seus personagens e universo. Ainda surpreendendo com suas cenas de ação e trilha sonora explosivas, enquanto constrói uma personagem silenciosa em busca de vingança e redenção em um mundo apocalíptico onde praticamente todos ao seu redor só pensam no próprio bem.

Furiosa: A Mad Max Saga

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