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"Só o trabalho da polícia não vai resolver"
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"Só o trabalho da polícia não vai resolver"

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Tipo Notícia

Para abordar o assunto da insegurança nos entornos da Rede Cuca, O POVO entrevistou Samuel Elânio, secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará. Elânio é delegado da Polícia Federal e atuou em operações contra o crime organizado no Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte.

De acordo com a Polícia Militar do Ceará (PMCE), o patrulhamento no entorno dos Cucas é realizado pelo efetivo dos batalhões de policiamento ordinário de área. O entorno também conta com "saturações realizadas periodicamente pelo efetivo local e com o reforço do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRAIO), do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) e do Batalhão de Polícia de Trânsito Urbano e Rodoviário Estadual (BPRE).

Por se tratar de um equipamento municipal, Samuel Elânio defende que "a segurança pública seja compartilhada com todos" — ou seja, incluindo a atuação da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF).

Mas, para além de policiamento, que estratégias estão sendo pensadas para garantir segurança aos jovens e às famílias que tentam frequentar os Cucas em meio às disputas territoriais entre facções criminosas?

Conforme Samuel Elânio, o serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública tem feito trabalho prévio para "evitar possíveis ações de grupos criminosos", como proibir a circulação de pessoas entre bairros tendo em vista as atuações desses grupos.

"Prisões estão sendo feitas, mas só o trabalho da polícia não vai resolver essa questão enquanto não tivermos ações de várias frentes no sentido de prestação de serviço público. Assim, ações sociais para que crianças e adolescentes saiam da criminalidade. A polícia terá o trabalho de tirar algumas pessoas de circulação, mas outras vão surgir para substituir. Temos que evitar que essas crianças e adolescentes vão para a criminalidade", pondera.

Como exemplos, cita o ingresso de serviços profissionalizantes, educativos, de saneamento básico, iluminação e limpeza urbana em áreas vulneráveis "para que jovens percebam que o crime não é o caminho". "Enquanto não houver integração de várias frentes, não vai ser possível solucionar esse problema", analisa.

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