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Revelação do Prêmio Multishow, Melly lança disco sobre o amargo da vida
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Revelação do Prêmio Multishow, Melly lança disco sobre o amargo da vida

Após ganhar prêmio Artista Revelação no Prêmio Multishow 2023, artista baiana Melly lança álbum "Amaríssima" com 12 faixas que vão do pop ao R&B
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Artista Melly lança álbum
Foto: João Arraes/Divulgação Artista Melly lança álbum "Ameríssima"

Amaríssima. 1. Derivação feminino singular de amargo; 2. Que tem sabor desagradável; 3. Doloroso; penoso.

O superlativo de amargo foi a escolha da cantora baiana Melly para nomear seu primeiro álbum, uma coleção de músicas que celebra a diversidade e expressão pessoal da artista. Ainda que de forma delicada, ela apresenta questões complexas como amor, passado, descobertas, infâncias e amadurecimento.

Melly, de 22 anos, é dona de uma voz suave e se dedica a gêneros musicais como pop e R&B em sua carreira, que começou cedo por influência da própria família. Com forte influência da sua origem afro-baiana, ela também foi inspirada por seu pai, que é músico e tocou em uma banda de samba-reggae; além disso, tem um tio que é cantor e outros familiares que tocam instrumentos de sopro.

Em novembro de 2023, a baiana se destacou por ser vencedora da categoria Revelação do Ano no Prêmio Multishow, em que também concorriam os artistas Carol Biazin, Kayblack, Nadson O Ferinha, Thiago Pantaleão e Veigh. Menos de seis meses depois, em 28 de maio deste ano, Melly estreia "Amaríssima", seu primeiro álbum.

"O conceito do disco foi o amargor em superlativo, falar sobre o sentimento, o afeto, o amor, a saudade, o desconforto, o que é bom, o que é ruim de sentir. Teve isso em comum com todas as músicas. Depois que tive a ideia e o conceito geral de ter esse disco e se chamar 'Amaríssima', ter essa amarração na história dele. Todas as composições foram bebendo desse objetivo", conta Melly em entrevista ao Vida&Arte.

A ideia de trazer o amargo para a música também foi um fundamento de aprendizado para a cantora baiana, que afirma ter se traduzido no novo projeto. "É um disco sobre aprendizado, como eu pessoa, como eu produtora, o disco traduz tudo o que eu sou agora. Traz o fundamento de que precisamos viver certas dores para ganhar experiência. Fala sobre saudade, amor, ansiedade, tudo que tange o amargo", disse em divulgação à imprensa.

A artista, que começou a cantar em bares desde os 16 anos, tem importantes parcerias musicais em "Amaríssima", como é o caso de Liniker, a quem sempre foi comparada pelos fãs no começo da carreira e agora divide vocais na faixa "10 minutos".

Sobre a relação com Liniker, Melly compartilha: "É uma pessoa que passou pela minha vida e, não lembro como a gente se conheceu, mas a gente tem muita afinidade. Nos parecemos muito, somos duas cancerianas incrivelmente sentimentais e essa canção saiu através do afeto entre nós duas".

"Eu postei essa composição um dia no Story e ela me respondeu na hora. Eu mandei na mesma hora o áudio da música e, também na mesma hora, ela me mandou um áudio cantando a composição que ela tinha feito lá e tudo fluiu", conta a artista.

Para a divulgação do álbum de estreia de sua carreira, Melly lançou um curta-metragem em suas redes sociais que faz referência a cada uma das 12 faixas de "Amaríssima". O conteúdo fez bastante sucesso entre os fãs da baiana, que falou sobre a produção.

"Ele tem todo uma construção de história, de como eu queria falar sobre o amargo e tatear o conceito de amadurecer nesse disco, que é o que eu tenho tentado aprender com a música. A gente acabou contando uma história do início ao fim. A gente foi falando sobre o tema de cada música", diz.

Melly, além de dar voz ao disco autointitulado amargo, também foi compositora e produtora de todas as canções, com artistas parceiros no projeto. Como inspiração musical, ela conta que muitos músicos do Brasil foram importantes para sua trajetória, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Olodum, Djavan e Elza Soares. No entanto, há uma pessoa específica que lhe fez despertar a paixão pelo soul e pela forma de transcrever sentimentos profundos em composições: a inglesa Amy Winehouse.

Ela destaca: "Minha maior inspiração é a Amy Winehouse. É a minha referência que me fez despertar o interesse pelo soul. Eu me vi um pouquinho nela, na tristeza e na melancolia da música, na mensagem... Na verdade, o que ela passava era o sentimento total e inteiro dela. E aí, eu também fazia o meu sentimento total e inteiro nas minhas músicas, sempre compondo sobre o que eu experiencio e vivo".

Melly, que já abriu a turnê "AmarElo", do Emicida, também fala sobre desejos de parcerias na música. Nomes como Luedji Luna, Xênia França e Tássia Reis estão nos seus "planos". "Eu adoraria também lançar uma coisa mais antiga de Caetano com Caetano, com Youn, Karol Conká também", complementa.

Leia no O POVO + | Confira mais histórias e opiniões sobre música na coluna Discografia, com Marcos Sampaio

Amaríssima

 

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