Em celebração a uma década de existência da Casa D´Alva, a galeria do artista plástico José Guedes realiza exposição que reúne 50 obras de 20 grandes artistas brasileiros.
O conjunto é composto por pinturas, desenhos e objetos feitos por nomes de peso do panorama nacional, como Alfredo Volpi (1896-1988) e Anita Malfatti (1889-1964) e pode ser conferido até 13 de julho, com entrada gratuita. A abertura aconteceu nesta sexta-feira, 14.
A mostra "Arte Brasileira - Na Bienal de Veneza e na Casa D´Alva" homenageia a participação do Brasil na 60ª edição da Bienal de Veneza, que ocorre na Itália, desde abril até novembro de 2024. Esse evento de arte foi fundado em 1895, sendo uma das principais organizações artísticas, das mais longevas e prestigiadas do mundo.
Entre as obras que referenciam a Bienal e serão expostas na galeria, se destacam 11 pinturas de Di Cavalcanti (1897-1976), datadas do período entre as décadas de 1930 e 1970. E um relevo em cerâmica de Anna Maria Maiolino, artista de 81 anos ganhadora do Leão de Ouro, premiação máxima da Bienal de Veneza, em 2024 pelo conjunto de sua obra.
Além dessas, há uma coleção de sete desenhos de Tarsila do Amaral (1886-1973), incluindo o estudo para a obra "A Lua", de 1928, considerada um marco do estilo de pintura antropofágica. O quadro "A Lua" pertence atualmente ao Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa) e foi comprado por cerca de US$20 milhões (aproximadamente R$74 milhões).
A Casa D'Alva ganhou este nome em homenagem à mãe do artista José Guedes, Dalva. Para ele, a galeria é a realização de um sonho. "Ao longo desses 10 anos, pude realizar esse sonho a partir da minha experiência como diretor de museu de arte", comenta. Ele ainda lembra que foi diretor do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura por uma década e também da Casa Raimundo Cela por cinco anos.
Segundo José Guedes, essa vivência possibilitou a curadoria de exposições "da mais alta qualidade e importância histórica para amarrar bem e comemorar os 10 anos da Casa D'Alva". José Guedes é uma referência cearense em artes visuais com 50 anos de carreira. Suas obras ultrapassaram as fronteiras locais e nacionais, sendo expostas em países como Espanha, Equador, Hungria e Polônia.
O artista plástico diz que a Casa D'Alva "é mais um espaço cultural de um museu do que de uma galeria comercial. Embora, obviamente, seja uma galeria que tem que se pagar e que as coisas que são expostas aqui estejam à venda. Porém, em primeiro lugar, a gente cria uma história, cria uma curadoria, faz uma seleção de obras. Então o critério é muito rigoroso". Acrescenta ele que a galeria busca "facilitar o máximo acesso de um maior número possível de pessoas à arte".
De acordo com José Guedes, a ideia de celebrar uma década de existência da Casa D'Alva com a mostra que espelha a arte brasileira exposta na Bienal de Veneza é uma forma de transportar as pessoas para a exposição que ocorre na Itália.
Além disso, é sobretudo uma homenagem aos nomes de peso do cenário da arte moderna e contemporânea brasileira. Ele ainda diz que "as pessoas que conhecem ou se interessam em saber mais sobre a trajetória desses grandes artistas brasileiros irão considerar a exposição monumental".
Brasil em Veneza
Arte Brasileira - Na Bienal de Veneza e na Casa D'Alva