No último fim de semana, a exposição “Fortaleza em 121 bairros” foi aberta no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), em Fortaleza, levando ao público informações sobre os territórios da capital cearense. Durante 60 dias, os visitantes poderão saber informações como a área total de cada bairro e o número de moradores, assim como a história, curiosidades e um mapa que identifica os principais pontos de cada local.
Os dados foram coletados e organizados pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento (Ipplan) de Fortaleza, em uma pesquisa que iniciou ainda em 2017, de acordo com Larissa Menescal, presidente do órgão. O estudo começou como uma necessidade que eles tinham em “aprimorar a base de dados”.
“Identificamos que nosso primeiro desafio seriam as diferentes bases cartográficas que existem. Então lançamos o projeto ‘Fortaleza em bairros’, que o primeiro propósito era construir com diferentes atores da sociedade civil, da academia e da gestão pública uma base cartográfica unificada|”, elabora.
O projeto também utilizou informações disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ocasionando um alinhamento com os dados do órgão. O resultado final do material coletado foi organizado e alocado em uma plataforma digital, de mesmo nome da mostra, disponibilizada para os moradores da Capital.
Larissa também explica que o projeto do Ipplan utiliza a chamada “pedagogia urbana”, definida como “uma estratégia de compartilhamento de conhecimentos” — o Instituto “aprende com a sociedade e compartilha esse aprendizado”.
“O ‘Fortaleza em bairros’ é uma dessas estratégias de pedagogia urbana, onde as pessoas conseguem ter acesso a informações e mapas sobre o território municipal na escala do bairro — que é uma unidade popular. Todo mundo sabe qual é o bairro que mora, sabe identificar os principais pontos de referência”, pontua.
Para a presidente, ter um projeto com essa abordagem é “crucial para fortalecer o desenvolvimento da Cidade”, gerando um sentimento de identificação em pessoas de diferentes idades, sejam crianças ou adultos.
“Sabemos que a apropriação, o fortalecimento da identidade, o acesso à informação, fazem parte do engajamento comunitário no processo de desenvolvimento, no planejamento da cidade” sustenta. E continua: “Isso contribui para nosso fortalecimento cultural, mas também com o nosso desenvolvimento mais sustentável, porque esse engajamento pode ser absorvido para apoiar esse processo de desenvolvimento mais descentralizado, onde cada bairro importa”.
Mapear essas informações ajuda, na visão de Larissa, entender os desafios que cada localidade de Fortaleza enfrenta, os avanços e os melhores caminhos para melhor a qualidade de vida delas.
A exposição se conecta com o lançamento da nova versão da plataforma, que traz algumas novas funcionalidades. A pesquisa, no entanto, segue em andamento, mesmo após a abertura da exposição, e os usuários que a acessarem são convidados a continuarem contribuindo com seu conhecimento.
O Instituto também tem dialogado com professores e pesquisadores das universidades, que propuseram um recorte mais específico voltado para uma abordagem cultural de cada bairro, como artistas de cada território.
Após o término da exposição no Centro Cultural Banco do Nordeste, Larissa Menescal projeta uma tour pela cidade com a mostra.
“Entendemos que chegou no nível de maturidade do projeto, que consegue compartilhar em diferentes territórios da cidade. Começamos pelo Centro, onde é bem simbólico estar fazendo essa exposição, mas nosso desejo é levar para cada bairro, para que os cidadãos consigam ver onde vivem e contribuírem com informações”, conta a presidente.
E conclui: "Entendemos que a exposição é uma estratégia para alcançar mais gente e transformar dados em poesia. É fazer que cada informação toque o cidadão que for visitar a mostra".
Fortaleza em 121 bairros