Entre os tantos versos cantados por Paulo Façanha nos seus 40 anos de carreira, este domingo, 30, é o momento do público relembrar e conhecer o trabalho do cearense. Junto ao cantor carioca Dalto, o músico inicia a 11ª edição do Projeto Duetos.
Os cantores se reunirão no palco do Cineteatro São Luiz contemplando um repertório de canções populares brasileiras e do Paulo Façanha. A entrada é gratuita, com a doação de 2 kg de alimento não perecível, que será direcionada à Associação Pestalozzi Fortaleza, entidade que atende crianças autistas e com Síndrome de Down.
“Nesse show tem música que nunca cantei e vou fazer também algumas canções brasileiras, conhecidas para o grande público, pelo fato de que ali tem muita gente que não conhece meu trabalho”, comenta o cantor cearense.
O “Projeto Duetos” busca unir artistas nacionais experientes com talentos locais. Nas edições anteriores, a iniciativa já apresentou outras parcerias como Lupe Duailibe e Isabella Taviani; Isaac Cândido e Amelinha; Ciribáh Soares e Ed Motta; Mona Gadelha e Sandra de Sá; Guilherme Arantes e Banda Vitrola; Odair José e Os Alfazemas, entre outros.
Esta não será a primeira vez de Paulo no projeto, desde a primeira edição em 2013, o músico vindo de uma família musical, tem marcado presença no evento com uma considerável frequência.
Filho do violonista e irmão do cantor Marcos Façanha, desde a infância o artista teve afinidade com a música. Quando ele completa 17 anos começa a compor e tem contato com os festivais universitários, ampliando para as mostras nacionais.
A amplitude de seu trabalho o proporcionou a experiência de morar no México, onde tocou música brasileira por um ano.
Com o retorno ao Brasil, o cantor de “Vôo Livre” realiza mais de 50 participações em álbuns de amigos de profissão. A partir disso desenvolve seus próprios álbuns com músicas autorais e de compositores parceiros.
Façanha relembra quando enviou o seu primeiro disco ao cantor de MPB Jorge Vercillo. Amizade que começou na década de 1990 quando o cearense era proprietário de uma loja de discos em um shopping em Fortaleza.
O representante da gravadora de vercillo fez o intermédio entre os cantores que passaram a trocar mensagens e trabalhos.
“Quando ele recebeu o meu disco, disse que sentiu uma grande identidade no trabalho da gente. Então foi daí que a gente armou o primeiro show dele aqui em Fortaleza e fizemos vários shows”, conta Paulo.
Após conhecer a composição “Quando a noite chegar” do violinista com o compositor cearense Beto Paiva, Vercillo decidiu gravar a música que compõe o álbum "Leve".
“Pouco depois ele conheceu a música que eu e o Beto Paiva tínhamos acabado de fazer, ‘Quando a noite chegar’. E ele ouviu a música e se apaixonou pela música, gravou e começou a cantar nos shows”, relembra o músico de Fortaleza.
Além de ter dois álbuns gravados, Paulo também colaborou com duas produções do grupo Som da Noite, formado por Davi Duarte e Júnior Colares. Projetos que lhe renderam shows por diversos estados do Brasil.
O artista de 40 anos de carreira, ainda realiza os shows voltados aos seus álbuns, mas também mantém um trabalho paralelo cantando em eventos e estabelecimentos durante a noite. Ele comenta que viver exclusivamente de músicas autorais em estados fora do eixo Rio-São Paulo é um desafio.
“Viver de show autoral aqui no Ceará que é super complicado. Por isso que eu tenho uma carreira paralela. Eu faço os meus shows autorais todas aquelas coisas, mas quando não tem o trabalho na noite, por isso eu senti a necessidade de sair para poder tocar mais as minhas músicas”, enfatiza.
Entretanto, ele destaca que o setor musical no Ceará é formado por potências artísticas, mas a falta de espaços limitam as oportunidades, fortalecendo o êxodo artístico-cultural com destino ao sudeste.
“O cenário musical no Ceará é maravilhoso, todos esses novos artistas são renovação para mim. Também acho que os artistas da minha geração são maravilhosos como Davi Duarte; Kátia Freita; Edmar Gonçalves; Edmar Nunes e Marcos Café, tem tanta gente boa. O que falta mesmo é o espaço para tocar”, comenta o cantor de “Tantos Verso”.
O participante da 11ª Edição do Projeto Duetos, destaca como os fãs que juntou no decorrer da carreira fortalecem esse trabalho extra que tem realizado.
“Eu criei um público que busca qualidade e o legal é que quando toco na noite as pessoas pedem muitas das minhas músicas. Isso é muito bacana, por isso que eu não cansei de tocar, porque se fosse para estar tocando essa música de massa que a galera toca, eu já teria desistido”, afirma.
Para apresentação de domingo, 30, as 18 horas, o cantor abre a noite, apresentando um show com seus maiores sucessos, como “Tantos Versos”; “Quando a Noite Chegar”; Apesar de Cigano e músicas de seus discos que ainda não foram tocadas em shows.
A outra parte do Show será comandado por Dalto que é cantor e compositor. Autor de sucessos que tornaram-se clássicos da MPB como “Muito Estranho”, um dos destaques radiofônicos.
Outra composição do carioca é "Bem-te-vi", uma colaboração com Claudio Rabello, gravada e interpretada por Renato Terra, a qual vendeu mais de 250 mil cópias. Com uma vasta carreira, o músico contribuiu com trilhas sonoras de novelas e sucessos nas rádios brasileiras.
Também em 1981, compõe "Leão ferido", em parceria com o cantor Byafra, que a interpretou. A composição "Anjo" Dalto foi escrita por Claudio Rabello e Renato Correa, gravada em 1983 pelo grupo Roupa Nova.
O cantor Paulo Façanha ressalta a felicidade de estar novamente em Fortaleza, após uma temporada em Brasília, para realizar mais uma edição do Projeto Duetos. Ele também fica animado pelo fato de dividir o palco do Cineteatro São Luiz com Dalto.
“Eu estava morando há 10 anos em Brasília e tô de volta fazendo o primeiro show para um grande público. Eu estava tocando em alguns projetos, fiz alguns shows, mas não tão grandiosos. Eu sei que a casa vai estar lotada e vai ser um grande reencontro com o público de Fortaleza”, destaca contente.
Projeto Duetos 11ª Edição - Shows Dalto & Paulo Façanha