Fortaleza está prestes a receber uma noite histórica para os fãs de heavy metal. Com cena importante no segmento, a capital cearense será “testemunha” de shows das principais bandas de heavy metal do Brasil e do mundo. Afinal, Angra e Sepultura subirão ao palco da Praça Verde do Dragão do Mar neste sábado, 6.
Enquanto o Angra promove a turnê “Cycles Of Pain”, relativa ao disco mais recente, o Sepultura realiza o giro “Celebrating Life Through Death”, que marca a despedida do grupo. Os ingressos seguem à venda no site Bilheteria Digital por valores a partir de R$ 199 e a programação se inicia às 18 horas. A banda local Visceral Suffering também é uma das atrações.
Baixista do Angra, Felipe Andreoli aponta que “Cycles Of Pain” é “uma mistura do que a banda é hoje”, em meio às diversas mudanças enfrentadas pelo grupo. “Ao mesmo tempo”, aponta, o trabalho reúne os elementos iniciais do Angra que fizeram a banda “ser o que é hoje”. Assim, heavy metal, música brasileira, música clássica e influências progressivas estão presentes.
“Neste décimo disco, essa é a interpretação do momento da nossa formação, usando esses elementos e, claro, dentro do legado do Angra, sempre respeitando o que a banda é, mas retratando quem nós somos hoje também. Ao vivo, as músicas têm funcionado muito bem. Percebemos que as pessoas cantam como se fossem grandes clássicos”, afirma Andreoli, que também destaca como tem sido “um prazer” realizar a turnê.
Para o baixista, alguns dos destaques do novo álbum são “a velocidade e a agressividade” - sendo um disco “de alta energia” - e a variação de sonoridades. “Tem muitos momentos brasileiros, étnicos, e a presença de convidados como o Lenine e a Vanessa Moreno dão cores únicas para esse disco. Como todo álbum do Angra, é uma versão renovada do grupo, mas mantendo as características iniciais”, explica.
Ao analisar o impacto do Angra na consolidação do heavy metal no Brasil ao longo de três décadas, o músico pontua que, junto a outras bandas - incluindo o Sepultura -, conseguiu provar “que era possível uma banda brasileira de um país carente de várias coisas conseguir renome internacional”. Angra é responsável por faixas como “Angels Cry” e “Carry On”.
“Infelizmente, acaba sendo esse respeito internacional que chancela a banda para os fãs no Brasil, mas temos muito orgulho de ser um dos pilares do heavy metal brasileiro e sul-americano ao redor do mundo”, enfatiza.
Esta será mais uma das várias apresentações do Angra em Fortaleza, “cidade super importante na trajetória do grupo”. Andreoli caracteriza a capital cearense como “cidade muito rockeira e de excelentes bandas”, como Jack The Joker. Para ele, o Brasil tem apresentado um nível muito alto de qualidade no metal.
O problema, porém, é a “falta de incentivos, de espaço e algumas vezes do interesse dos fãs em conhecer essas bandas”. Nesse sentido, destaca a importância do investimento e da profissionalização da própria comunicação das bandas, para alcançar novos públicos. “Para ter resultado, é preciso investimento não apenas de dinheiro, mas de tempo e de energia. As coisas não caem do céu, muito menos para quem escolheu fazer heavy metal, que na maioria das vezes é em inglês. Não é algo popular, é de nicho. Isso exige trabalho e dedicação”, aponta.
A noite será especial não somente pela apresentação do novo álbum, mas por mais um momento dividido com o Sepultura. O show ganha tempero especial por ser a despedida. Segundo Andreoli, além de fãs, os músicos do Angra são amigos dos integrantes do Sepultura. Uma relação, assim, de parceria.
“Possivelmente é o último show do Sepultura em Fortaleza. A turnê deles tem sido um grande sucesso, com shows lotados. Estarei lá como fã para assistir ao Sepultura e prestigiar a banda. É um prazer novamente ter a oportunidade de dividir o palco e presenciar esse momento histórico do heavy metal nacional”, revela.
Angra e Sepultura em Fortaleza