A chegada de um circo a Cangati foi a responsável por despertar a essência artística do muitiartista Claudio Ivo. Neste ano o cearense completa 35 anos de atuação e destaque em atividades culturais regionais e nacionais.
O artista brasileiro possui uma trajetória vasta e diversificada nas artes cênicas. Desde 1987, ele se dedica ao teatro, com uma formação eclética que também abrange dança, pantomima, docência, circo e pesquisa.
“Na temporada em que o circo estava na cidade, quando criança, eu reunia os amigos e ficávamos brincando de reproduzir o circo. Imitamos cada artista dentro da nossa compreensão, do malabarista ao palhaço e ao rapaz que cuspia fogo”, relembra o primeiro contato com a arte.
Com 12 anos, Cláudio chegou a Fortaleza, onde participou da sua primeira peça, "Pluft, o fantasminha", montada por uma instituição que trabalhava para a comunidade. A partir desta participação, ele obteve o convite para atuar na produção teatral que esteve numa mostra da Federação Estadual de Teatro Amador.
Com a chegada de Violeta Arraes como Secretária de Cultura do Ceará, surgiu a realização de cursos ministrados por artistas do Thèâtre du Soleil. Ivo aproveitou a oportunidade para participar do projeto voltado à produção de máscaras balinesas e maquiagem.
Após os cursos ele investiu nas apresentações até escolher estudar e atuar na arte circense, iniciando no Theatro José de Alencar. A sua paixão pelo circo o levou a estudar na Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro, onde se dedicou a diversas técnicas acrobáticas e circenses.
A partir dessas experiências, ele também aprofundou a pesquisa sobre a história do circo no Brasil e os principais nomes da palhaçaria do país. Ele defende o estudo como uma maneira de preservar e disseminar a tradição circense brasileira.
“Minha carreira sempre foi uma conexão entre diferentes frentes de artes que se relacionavam mesmo quando não foram planejadas, mas o circo sempre será minha primeira paixão”, afirma o multiartista.
Cláudio também se arriscou no sapateado e na mímica. Esses caminhos foram fundamentais para o seu ingresso na atuação como “Clown”, um tipo de palhaço. Aprendizado que o rendeu o avanço em outro campo de sua carreira.
“Estava tocando os meus espetáculos e viajando quando tive contato com o Clown que é palhaço, mas um tipo específico. Então, criei a proposta de trabalhar com a performance que reunisse todos os meus aprendizados, assim surgiu ‘Nada, Nenhum e Ninguém’”, conta Ivo.
Ao longo dos anos, Cláudio Ivo não tem seguido apenas como artista, mas também como educador e pesquisador. Ele ministrou uma variedade de cursos e oficinas em diferentes instituições no Brasil e no exterior.
Como diretor, ator e autor, Cláudio Ivo acumula mais de 9 premiações e uma série de realizações e reconhecimentos em sua carreira. Seus espetáculos têm ganhado reconhecimento do público e da crítica, guiados pela sua originalidade, pesquisa e qualidade artística.
Em comemoração aos 35 anos, no mês de junho, o ator produziu seu novo espetáculo, “Maria Severina Brasileira da Silva”. Na programação comemorativa, ele realizou atividades, ensaios abertos e formações artísticas nas escolas Municipais de Fortaleza.
O projeto foi escrito para crianças, a partir da leitura e inspiração nas lendas africanas das bonecas Abayomis. Para ele, o artista tem o papel de levar a cultura por onde for. “É extremamente importante levar o circo, o teatro, a arte para todo lugar. Ocupar as ruas, as praças e democratizar a arte. Isso é um movimento”, destaca o artista.
Ainda nesse ano de aniversário, o artista pretende continuar o trabalho feito nas escolas e encaminhar para outros espaços. Atualmente, ele trabalha com o projeto de ioga do riso, uma meditação e preparação que trabalha técnicas para induzir o riso e a gargalhada.
“Quero que o riso das pessoas saia de casa todos os dias. Os dentes e o sorriso são ações grandiosas, então nessas aulas eu vou sempre procurar pelo seu sorriso, porque na vida a gente precisa disso”, ressalta.
Ele complementa sobre seu projeto de ioga do riso. “Eu estou trabalhando com pessoas ao longo desses 35 anos. Percebi que o riso é algo muito poderoso nessa troca que temos. Por isso, eu vou sempre agregando o que eu posso de conhecimento para fazer os alunos e o público crescer. Aí está a importância desse trabalho que eu estou realizando”, conclui.
As contribuições significativas para o cenário artístico e cultural do Brasil marcam o verdadeiro espetáculo de 35 anos de histórias. Entre todas as experiências do multiartista sua paixão pelas artes impacta novas carreiras diariamente.