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Circuito leva sessões de cinema a bairros da periferia de Fortaleza
Vida & Arte

Circuito leva sessões de cinema a bairros da periferia de Fortaleza

Levando sessões gratuitas de filmes para a periferia de Fortaleza, o projeto Circuito Itinerante Livre de Cinema promove o acesso democrático a arte neste mês de julho
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Cineclube Entreolhos, criado pelo Coletivo de Cinema (Foto: Cineclube Entreolhos/Divulgação
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Foto: Cineclube Entreolhos/Divulgação Cineclube Entreolhos, criado pelo Coletivo de Cinema

Nos próximos oito meses, o Circuito Itinerante Livre de Cinema (CILC) circula por 25 bairros periféricos de Fortaleza, levando duas sessões gratuitas de filmes para cada território. A primeira exibição acontece nesta sexta-feira, 19, na Associação de Moradores do Planalto Pici.

O projeto é idealizado e organizado pelo Estúdio Entre Olhos, tendo como objetivo “mapear os espaços de difusão audiovisual e fortalecê-los”. “A ideia do CILC é chegar fomentando esses espaços de difusão e culturais que já existem dentro do território”, explica Erick Sousa, diretor de produção do coletivo.

Beneficiado pela lei federal Paulo Gustavo, operacionalizada pela Prefeitura de Fortaleza, o coletivo firma uma parceria com grupos comunitários e associações dos bairros para a montagem das exibições. As sessões desta sexta-feira, por exemplo, são em parceria com a Associação de Moradores do Planalto Pici.

A partir do diálogo com esses agentes, é realizada a curadoria dos filmes que serão exibidos, alinhando a proposta do Entre Olhos com as demandas de cada território. A seleção dos curtas podem acontecer de duas maneiras.

Uma delas é por curadores convidados, que os retiram de um “banco de filmes”, inscritos anteriormente em “mostras e festivais do Estúdio”. “Nos últimos quatro anos de edição de festivais em Fortaleza e no interior do Estado, cada festival tinha em média 400 inscritos em curta-metragens”, explica Erick.

“E a CILC vai utilizar o banco de dados dos últimos dois anos de mostros do coletivo, para estar dando vida a esses filmes que não foram selecionados e que podem também serem exibidos assim”, elabora, acrescentando que os agentes de cada território ainda são consultados para aprovação.

A outra maneira de escolha está vinculada ao bairro, podendo ser uma curadoria feita pelo agente parceiro ou Estúdio convidar realizadores do local. Os dois filmes a serem exibidos no Planalto Pici, por exemplo, foram escolhidos pela Associação de Moradores.

“Estávamos com outra proposta artística para essa primeira sessão, mas quando vamos para o diálogo com o parceiro, existem demandas, repertórios e situações locais que precisam ser estabelecidas em negociação”, pontua o mestre em Antropologia.

Erick conta o que foi decidido para a sessão que acontecerá na sexta-feira: “Vai estar em diálogo com os 34 anos do bairro, que é nesse período de julho e fazem a comemoração lá na Associação do aniversário. E ficou como temática (a curadoria) filmes da própria localidade”.

Os filmes a serem rodadas nas sessões, “Enigma do Pici” e “Bailarina”, são produções realizadas no Cuca Pici por alunos que são moradores do bairro. Após as exibições, o Estúdio Entre Olhos organizou um debate com os produtores de cada obra, com mediação da educadora Caroline Nunes.

“(O debate é sobre) as questões que ele levanta, falar um pouco sobre o processo de produção.”, explana o diretor.

Erick enxerga que esta ação de mapear esses “espaços de difusão audiovisual e cultural dentro dos territórios periféricos” proposto pelo Circuito, ajuda a construir um cinema para todos. “É uma estrutura de fomento às ações que já acontecem e aos agentes que estão dentro dos territórios. Além, claro, da perspectiva de difusão audiovisual”, aponta.

E continua: “Afeta a cadeia produtiva do audiovisual, porque dá mais tempo de vida e visibilidade aos curta-metragens do cenário independente, de baixo orçamento; de novos realizadores que estão com seus processos de produção ainda circulando ou com alguma dificuldade de circulação”.

Para tornar ainda mais democrático o acesso ao momento, Erick conta que as exibições contarão com o recurso de acessibilidade em Libras, com um intérprete em tela para os filmes e outro presencial para os debates.

O próximo bairro que o projeto deve visitar é o Antônio Bezerra, com previsão das sessões acontecerem no dia 2 de agosto, também uma sexta-feira — mas sem uma confirmação ainda.

Lançamento Circuito Itinerante Livre de Cinema

  • Quando: sexta-feira, 19, às 17h30min
  • Onde: Associação de Moradores do Planalto Pici (Rua 2 de Maio - 456, Pici)
  • Gratuito
  • Mais informações: @entre.olhos
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