Logo O POVO+
Festa Bateu movimenta cena eletrônica com festa itinerante
Vida & Arte

Festa Bateu movimenta cena eletrônica com festa itinerante

Criada há oito anos, o baile da Bateu é uma das festas mais emblemáticas de Fortaleza e reúne centenas de pessoas mensalmente em diferentes pontos da Capital
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Baile da Bateu (Foto: Murilo da Paz/Divulgação)
Foto: Murilo da Paz/Divulgação Baile da Bateu

Enérgica, calorosa, jovem e cheia de vida: essa é a proposta dos bailes da “Bateu Pode Comemorar”, uma empresa de festas em Fortaleza que é sucesso desde a sua estreia em 2016 e tem conquistado cada vez mais pessoas na cidade. Atualmente, os eventos são mensais e podem ser no estilo festa eletrônica, com a “Bateu com Fritas”; festa de funk, com o “Baile da Bateu”; ou festa “Bateuzinha”, feita para público reduzido.

O DJ Lucas Ribeiro, conta que idealizou a Bateu em 2016 para que pudesse estar mais livre para fazer seu som: “Eu tocava em alguns eventos com sets que eu considerava bem genéricos, então eu sentia falta de uma pista de dança onde eu conseguisse estar totalmente à vontade para tocar as sonoridades que eu bem entendesse”.

“Esse nome (Bateu) vem do duplo sentido: a batida das frequências graves de um sistema de som potente com a batida de uma viagem psicodélica/lisérgica, elementos que são até hoje bem presentes em nossa estética e identidade”, explica o DJ, que criou a festa ao lado de sua atual esposa Ludmila e o do designer gráfico Ray Zaranza, que lhe ajudou com a identidade visual do primeiro evento.

O primeiro evento da Bateu foi organizado para acontecer onde já era um polo cultural em Fortaleza, na Praça dos Leões, em frente ao Bar Cultural Lions. Lucas conta que estimava realizar uma festa para 300 pessoas no local e, para isso, alugou equipamentos de som, pagou um designer e a impressão de folhas de lambe-lambe para ele mesmo distribuir de bicicleta pela cidade para divulgar o evento.

O papel era rosa e possuía uma girafa como símbolo da festa. “A girafa surgiu como mascote e elemento principal por nenhum motivo específico, o que nos pegou foi o exotismo, que excentricidade e a aleatoriedade da coisa. E deu muito certo porque é um animal bem icônico que nos representa de uma forma bem estranha que eu amo”, conta o idealizador.

Além disso, o evento foi divulgado no Facebook, que tinha grande acesso de pessoas na época. Para a surpresa de Lucas, que produzia sua primeira festa, houveram 3 mil pessoas que marcaram interesse no evento na rede social.

“O evento fugiu do nosso controle e foi uma das festas mais lotadas da história daquela praça. A Bateu foi o acontecimento e não a festa em si: muita gente foi, mas pouquíssima gente ouviu o set dos DJs e curtiu a experiência que queríamos proporcionar, pois não cabiam dentro do bar que era onde de fato a festa estava ocorrendo”, destaca Lucas.

Após a repercussão da primeira festa, outras vieram em sequências e aconteceram muitas vezes novamente na Praça dos Leões, mas também em locais como o Mambembe e o Órbita Bar. Esse último, inclusive, foi onde Lucas conheceu Babita, atual CEO, produtora e DJ residente da Bateu.

A história de Babita, famosa nos bailes da Bateu, se cruza com a de Lucas quando ele resolve fazer a festa no Órbita Bar, local onde ela era realizadora cultural. A partir da apresentação dos dois, que começou por trabalho, nasceu uma amizade e, posteriormente, em 2019, uma sociedade.

Mas ela conta que já conhecia a festa desde a sua estreia e foi uma das pessoas que marcou interesse no Facebook e compareceu na grande movimentação de curiosos na Praça dos Leões em 2016.

Juntos, a festa cresceu e se expandiu em divulgação pelas redes sociais. Com ingressos esgotados, mais DJs e mais eventos anuais, tudo estava numa grande crescente para a Bateu até a chegada da covid-19.

“Posso afirmar tranquilamente que esses quase 2 anos de pandemia foram a pior época da minha vida. Além das perdas de amigos e familiares e do pânico que vivemos, existia uma incerteza de quando - e se - poderíamos voltar a fazer evento e se a gente conseguiria seguir de onde paramos num eventual retorno. O fato de ter sido no auge da nossa crescente também foi extremamente frustrante”, aponta Lucas.

No entanto, com a chegada das vacinas e o retorno dos eventos culturais na cidade, a Bateu retornou e realizou festas ainda maiores do que as anteriores. Sobre os desafios e as conquistas no retorno, Babita afirma: “O público é muito efêmero, então as festas vão passando e vão precisando se atualizar com o tempo. A Bateu é importante porque atualmente a gente está buscando se atualizar o tempo inteiro, vem trazendo muitos DJs de fora e valorizando muitos os da casa. Isso é essencial para a cena: de ver que a gente, independente de estar trazendo os de fora, está fortalecendo os de casa”.

A produtora também destaca: “São oito anos de história, oito anos de dedicação, de forças que a gente tem que ter para poder estar realizando esses eventos atualmente, tendo em vista que Fortaleza é muito carente. A gente não quer ser efêmero, a gente quer ser atemporal, a gente quer fazer com que a Bateu seja um selo que vai durar o tempo que a gente conseguir com que ela dure. Ainda que não exista um “para sempre”, a gente quer fazer com que ela seja bastante duradoura”.

Neste sábado, 27, a Bateu realiza uma grande festa com ritmos de funk que promete agitar o público cearense na Arena Iracema. “A gente não é muito afeiçoado a descansar: neste mês, realizamos o maior evento da nossa história, o ‘Bateu com Fritas’, com 2500 pessoas na Aloha Sun Beach, e já faremos um outro evento grande agora neste fim de semana”, anuncia Lucas.

Baile da Bateu

  • Quando: sábado, 27, às 16 horas 
  • Onde: Arena Iracema (avenida Monsenhor Tabosa, 388 - Centro)
  • Quanto: a partir de R$60; vendas em Shotgun
  • Mais informações: @bateupodecomemorar

 

O que você achou desse conteúdo?