Longe dos palcos e das luzes que evocam o brilho de Hollywood, revela-se uma Marilyn Monroe que poucos conhecem. Para desvendar as histórias para além da estrela do cinema, o espetáculo "Marilyn, por trás do espelho," chega ao palco do Teatro Brasil Tropical.
Protagonizado por Anna Sant’Ana, com dramaturgia de Daniel Dias da Silva e dirigido por Ana Isabel Augusto, a peça que acontece neste domingo,4, às 19h, mostra a jornada íntima pelos medos, sonhos e solidão de Marilyn.
Anna foi a responsável pela pesquisa sobre a artista norte-americana. Foi em 2010, enquanto se preparava para uma peça baseada na atriz de Niterói, Leila Diniz, que o diretor pediu que pesquisasse sobre Monroe como referência para a personagem.
“Eu comecei a me interessar por ela pela vida dela e li a biografia. Foi onde eu descobri esse outro lado que as pessoas não conhecem. Quando me deparei com a história dessa mulher, eu comecei a me identificar com muitos pontos e lutas dela”, lembra a protagonista da produção que surgiu em 2022.
Ela continua o comentário sobre a decisão: “Eu imaginei que se eu estava me identificando, outras pessoas também poderiam. E aí foi onde nasceu esse desejo de fazer um espetáculo sobre ela, eu pesquisei durante muitos anos até de fato falar com Daniel”.
Dramaturgo e ator, Daniel Dias da Silva recebeu a proposta da amiga de profissão para escrever o texto da obra. Entre as pesquisas, ele optou por humanizar a figura cinematográfica que era um símbolo sexual e de beleza ideal.
“A ideia foi mostrar a mulher por trás do espelho. A linda e perfeita Marilyn Monroe, mas também o outro lado dela. O recorte que buscamos é mostrar a faceta menos conhecida de Marilyn Monroe e como ela usou as armas da beleza para conseguir o que queria”, comenta o escritor.
A loira famosa pelo longa “O Pecado Mora ao Lado” (1955) teve uma carreira de luxo e glamour, deixando 10 milhões de dólares após sua prematura morte por overdose aos 36 anos.
Entretanto, durante sua vida enfrentou uma infância difícil, passando por lares adotivos e um orfanato, e começou sua carreira como modelo antes de se tornar uma das estrelas mais conhecidas de Hollywood.
Ela fundou sua própria empresa de produção cinematográfica e recebeu aclamação da crítica por seus papéis em filmes como "Nunca Fui Santa" e "Quanto Mais Quente Melhor".
“Ela tentou mudar a imagem de símbolo sexual para ser vista como uma atriz comprometida com a arte. É uma mulher que também tinha seus medos e anseios. Ela teve um estúdio de cinema para tentar produzir seus próprios projetos em um universo dominado por homens”, ressalta Daniel.
Assim como a queridinha de Hollywood, Anna acredita na independência para desenvolver suas produções explorando as essências de suas ideias. “A produção sempre fez parte da minha trajetória desde o início. Eu aprendi que, como artista, é importante se produzir e realizar seus próprios projetos”, comenta a atriz.
Para ela, a produção permite uma autonomia ao ator sobre suas obras e é complementar a carreira. Atualmente, além atuar, Sant’Ana desenvolve como produtora de espetáculos e ministra cursos sobre produção para atores que têm interesse pela área.
O monologo “Marilyn, por trás do espelho” já realizou três temporadas no Rio de Janeiro e uma temporada em São Paulo. Além de receber o Prêmio Cenym 2022 de melhor monólogo e melhor texto original.
Além da passagem pela capital alencarina, para o segundo semestre de 2024 a produção chega em Brasília e ganha outra temporada em São Paulo. Para o próximo ano será levar a peça para Portugal, onde Anna viveu por um tempo e o país natal de Ana Isabel Augusto, diretora da produção.
A data de apresentação em Fortaleza será no dia que completa os 62 anos da morte de Marilyn. A produtora artística relembra os 2 anos de estreia do monólogo na capital carioca.
"Quando estreamos o espetáculo no Rio, foi uma grande coincidência que a estreia fosse no dia 4 de agosto de 2022, o 60º aniversário da morte de Marilyn. Para Fortaleza, escolhemos exatamente o dia 5 de agosto, que marca os 62 anos da sua morte", destaca.
Para o dramaturgo da peça, nascido em Quixadá, a receptividade tem sido positiva e espera o mesmo para seu Estado natal. Ele comenta que as pessoas são atraídas pelo glamour da Marilyn, mas elas se surpreendem com o lado humano e semelhança dos dilemas cotidianos da norte-americana.
“Pisar em palco do Ceará para mim tem um significado e um preço enorme, então a expectativa é grande para que as pessoas possam ir conferir a minha evolução como autor também. Eu espero que todos possam ir ao teatro e se surpreendam como a história de Marilyn normalmente as pessoas têm se surpreendido”, destaca Daniel.
Marilyn, por trás do espelho