Quase dois anos após o lançamento da primeira temporada, "House of The Dragon" ("A Casa do Dragão", em tradução para o português) está de volta às telas. A narrativa é um prelúdio da série "Game Of Thrones" (2011) e conta a história da guerra que acabou com os dragões que davam força à casa Targaryen.
Com roteiro de Ryan J. Condal e George R.R. Martin, a segunda temporada mostra os primeiros passos desta grande guerra de fogo e sangue. Após os acontecimentos dos capítulos iniciais, a Rainha Preta Rhaenyra Targaryen (Emma D'Arcy) encontra-se desolada e ainda não sabe o que fazer para recuperar o trono prometido a ela por seu pai, o falecido rei Viserys I Targaryen (Paddy Considine), e usurpado pelos Verdes, filhos da Rainha Verde, Alicent Hightower (Olivia Cooke).
É neste contexto que se concentram os três primeiros episódios. Ambos os lados (Pretos e Verdes) ainda estão entendendo o que fazer nesse conflito, ao menos até o encontro inesperado entre as duas rainhas. Este momento é um dos pontos altos da narrativa, não só pela grande atuação das protagonistas, mas também pela profundidade do diálogo, já que ambas vêm sendo mostradas como uma espécie de reflexo uma da outra.
Após essa "preparação de terreno", a série vem com um episódio que só o universo "Game of Thrones" tem a capacidade de fazer. "O Dragão Vermelho e o Dourado", título do quarto episódio, tem tudo o que o fã de GOT quer: trama bem amarrada, reviravoltas, dragões, fogo, sangue e, por fim, a perda de um personagem marcante para o público de forma inesperada. Com direção de Alan Taylor, este é, sem dúvidas, o episódio mais marcante da temporada.
Apesar do excelente começo, "House of The Dragon" acaba desacelerando, o que não seria um problema se não fosse a repetição de alguns enredos. Um exemplo é o desenvolvimento de Daemon Targaryen (Matt Smith). Após deixar Rhaenyra sozinha com seu conselho em Pedra do Dragão, ele vai até Harrenhal em busca de construir um exército para a causa dos Pretos.
Essa trama é muito interessante em um primeiro momento, mas, ao passar das cenas, entra em uma espécie de "looping". Apesar da ótima atuação de Matt Smith, ela se torna bastante cansativa e avança pouco até o momento atual, faltando apenas um capítulo para encerrar a temporada.
Mas se Daemon Targaryen tem sido uma decepção até agora, o mesmo não pode ser dito de Aemond Targaryen (Ewan Mitchell). Aemond, filho de Alicent, toma quase todas as cenas em que aparece, sendo um dos poucos personagens no núcleo dos Verdes que recebe alguma empatia do público.
A atuação cheia de presença de Ewan Mitchell ajuda demais nisso, visto que o ator consegue sair de uma atuação que expressa imensa vulnerabilidade à extrema autoridade em segundos.
Apesar de entregar grandes momentos durante os sete episódios que precedem o final de sua segunda temporada, "House of The Dragon" não mantém o nível em comparação à temporada anterior e muito menos à série que lhe deu origem. Nos resta ver se o episódio final, exibido no domingo, 4, vai conseguir superar as expectativas e avançar a história de uma forma satisfatória.
House of The Dragon