Pouco menos de um ano após virem a Fortaleza em 2023, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos retornam à Capital para show da turnê “As V Estações” no próximo sábado, 10 de agosto. A tour revisita os álbuns “As Quatro Estações” e “V” do Legião Urbana. Na última vinda a Cidade, a dupla tocou sucessos dos discos citados, que foram lançados em 1989 e 1991.
Marcelo Bonfá, ex-baterista do Legião Urbana, conversou com o Vida&Arte sobre as expectativas do reencontro com o público fortalezense.
O POVO: Vocês retornam a Fortaleza em menos de um ano que estiveram na Capital. O que motivou o retorno?
Marcelo Bonfá: Chega a ser engraçado, não sei o que acontece que estamos sempre indo para Fortaleza. Eu acho que tem um carinho assim, uma conspiração cósmica. Talvez seja assim um carinho do Ceará com a nossa banda, sabe? Tem uma identificação aí (m Fortaleza), e eu me pergunto o porquê. Fico tentando explicar as coisas assim, mas tem coisas que a explicação parece simples e óbvia, mas não é.
OP: O que teremos de diferente nesse show?
MB: Espero que não haja nada muito diferente do ano passado, porque foi muito bom. Então assim, talvez o que haja de diferente é a mistura que o show traz de dois discos distintos entre si. Cada álbum tem uma proposta diversa, então traz uma energia diversificada em relação aos arranjos das músicas.
Como são faixas de períodos diferentes, trazem uma contemporaneidade. Nem acho que tanto saudosismo, são músicas que se comunicam com o hoje. Não tem uso de tecnologia além dos instrumentos usados no palco, o que nos guia são as canções, então trocamos uma energia real com o público.
OP: Como foi composta essa formação da banda para a turnê “A V Estação”?
MB: Somos amigos de outros lugares, o próprio André Frateschi que está cantando com a gente hoje. Estamos com essa banda há 10 anos. O André nós conhecemos em Brasília, ele tinha só 10 anos na época e estava num show com a mãe, porque ela trabalhava numa peça próximo onde aconteceu esse show. O André ficou fascinado e ficamos amigos, mas ele era uma criança. Algumas sincronicidades da vida aconteceram até ele se reunir conosco nesse projeto. Achamos que ele seria uma pessoa legal para nos acompanhar assim.
OP: O álbum “Legião Urbana” (1985), que foi a estreia da banda, completará 40 anos em 2025. Você imaginava que o grupo, lá atrás, acabaria impactando tanto a juventude brasileira dos anos 1980?
MB: Acabamos sendo uma espécie de emblema dessa época, mas depois disso aconteceram outras coisas na sociedade, transformações com a internet, a queda das Torres Gêmeas. O legal disso é ver que o trabalho do Legião Urbana continua atual, porque a gente bebe na fonte dos clássicos, entendeu? Então, assim as pessoas tentam abandonar as coisas clássicas em todos os sentidos e acabam retornando para isso, para uma coisa humana. É claro que assim, eu nunca imaginei quando começamos lá em Brasília nos anos 1980. Era início para mim que o que a gente tava fazendo era uma coisa muito forte, sabia? Mas a gente nunca ficou imaginando ou pensando que seria o que não seria, estávamos ocupados fazendo.
As V Estações