Logo O POVO+
Nigéria Filmes recorda trajetória e traça planos para o futuro no audiovisual cearense
Vida & Arte

Nigéria Filmes recorda trajetória e traça planos para o futuro no audiovisual cearense

Com mais de uma década de criação, o Nigéria Filmes se une ao O POVO para promover e fortalecer as produções do Ceará
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Coletivo Nigéria, formado por Bruno Xavier, Roger Pires e Yargo Gurjão (Foto: Davi Pinheiro/Divulgação)
Foto: Davi Pinheiro/Divulgação Coletivo Nigéria, formado por Bruno Xavier, Roger Pires e Yargo Gurjão

Dos idos de 2011, um trio de amigos comunicadores se organizou para compartilhar suas visões de mundo e trazer à tona questionamentos acerca de sociedade, política, cultura, direitos humanos e vivências para além da sua própria realidade.

Criado por Bruno Xavier, Roger Pires e Yargo Gurjão, o Nigéria Filmes então se lançou no audiovisual cearense no ano em que o setor experenciava o seu maior desenvolvimento de empregos formais no Estado - comparado com 2022, segundo dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece)/Informe nº 247.

"A gente se encontrou e consolou a ideia de ter uma produtora em 2011. Aquela era uma época em que a gente via um movimento legal na Cidade de grupos de realizadores fazendo filmes, passando nos festivais do gênero, concorrendo aos editais para financiar as obras… E aí, o coletivo veio no final da faculdade de Jornalismo, enquanto a gente tentava entender o que fazer depois que se formasse", recorda Roger Pires, diretor-fundador do Nigéria e diretor da associação Ceará Audiovisual Independente (Ceavi).

Encarregado do desenvolvimento dos projetos e da produção do Nigéria, Roger explica que a produtora se potencializou na temática de "filmes de impacto", conceito que busca promover "transformações a partir de um debate", como ele próprio define.

Leia mais | 'Swingueira' estreia no O POVO+ em parceria com Nigéria Filmes

Nas diversas paisagens que a Capital pode apresentar a cada novo amanhecer, cenas do dia a dia e trajetórias ainda a serem descobertas são centro do interesse para que o trio desenvolva novas histórias. "Todas as produções que fizemos até agora possuem uma pegada assim (de propor reflexões). Então, até os que são a priori de humor, entretenimento e ficção têm uma mensagem, um propósito de transformação social", afirma.

Coletivo Nigéria, formado por Bruno Xavier, Roger Pires e Yargo Gurjão(Foto: Davi Pinheiro/Divulgação)
Foto: Davi Pinheiro/Divulgação Coletivo Nigéria, formado por Bruno Xavier, Roger Pires e Yargo Gurjão

De documentários, séries, webséries, curtas e longa-metragens, o Nigéria Filmes tem em seu catálogo as criações: "Sucata de Plástico" (2012), "Com Vandalismo" (2013), "Areia Loteada" (2014), "Defensorxs" (2015), "Envolvidos" (2015), "Cartas Urbanas" (2016), "Onze" (2016), "ConViver" (2017), "Passarinhas" (2019), "La Casa Duz Vetin" (2019), "Swingueira" (2020) e "Espíritos da Sabiaguaba" (2020).

Para o futuro da produtora, concepções independentes e em parcerias estão previstas com lançamento em breve, como: "Expedição Praieira", "Hierofania", "Rio Ceará", "Let Reflete" e "Onze do Curió".

"Eu gosto muito dos projetos que a gente fez sem nenhum edital, sem nenhum apoio porque eu acredito que retratam ainda mais a nossa paixão de fazer as coisas e o 'jeito Nigéria' de fazer, que eu acho que é um jeito apaixonado, urgente e emergencial... Que tem um improviso, que é rápido e ágil. O 'Com Vandalismo' é massa nesse sentido: não ganhamos um centavo, não tínhamos a pretensão de fazer um filme, mas ele foi editado em um mês e assim que foi lançado alcançou inúmeras visualizações no YouTube. Então, assim, é um projeto com muitos símbolos legais, ele é livre e de graça", pontua Roger Pires.

Do povo ao O POVO

Dando sequência ao novo projeto de incentivo audiovisual do O POVO juntamente com a Fundação Demócrito Rocha (FDR) - iniciado em janeiro deste ano com a mostra de filmes da diretora Roberta Marques -, na próxima segunda-feira, 19, o filme "Swingueira" (2020) será lançado na plataforma on-line.

A chegada do Nigéria ao O POVO se deu com a iniciativa do próprio trio. Membro do Conselho de Leitores 2024, Roger Pires soube do novo empreendimento do Grupo de Comunicação O POVO (GCOP) e FDR em dar espaço e contribuir na promoção e fomento de produtores e produções do Ceará.

"Vimos que O POVO tem tido iniciativas para o audiovisual e isso dá vontade de colaborar. Perceber que tem um jornal que possui o interesse de levar os filmes e outras produções locais para as pessoas é muito importante para a nossa área", acrescenta o diretor do Nigéria.

Leia também | Mostra com filmes de Roberta Marques é exibida no O POVO+

Editor-adjunto do núcleo de Audiovisual do O POVO, Demitri Tulio explica a proposta do GCOP: "A história do cinema, a produção do cinema cearense, já passa pelo O POVO. Ao longo desses 96 anos, o Grupo sempre esteve presente na cobertura cinematográfica. Esse projeto é um desejo nosso e um convite para novos diretores, cineastas experientes, produtoras grandes e pequenas… O OP é uma plataforma recente, porém O POVO possui quase um século. Para esses criadores, ter seus filmes com a gente é uma grande exposição em uma marca antiga que possui credibilidade nacional".

A união deve se estender para os próximos meses com as apresentações de dois telefilmes: "Rio Ceará" e "Hierofania", a série inédita "Exposição Praieira" e a série educativa infantojuvenil "Let Reflete".

"Estamos produzindo novas coisas, a gente tem aí quatro produções que são novidade e estão semi finalizadas para estrear na FDR. É natural que a gente mantenha em colaboração e faça essa troca", concluiu Roger Pires.

Dança

Idealizado, produzido e apresentado durante cinco anos, "Swingueira" partiu de um interesse dos movimentos de dançarinos que participavam de campeonatos de swingueira no início da década de 2010.

O que você achou desse conteúdo?