Conhecido pelos sucessos "Impróprio", "Amor incendiário", "Fora do tom", "Farol" e "Questão de tempo", Yago Oproprio vem a Fortaleza pela primeira vez para show no Festival Zepelim 2024.
O músico traz para o evento que acontece no próximo sábado, 24, no Marina Park. O show da turnê "Oproprio", nome do seu primeiro álbum que foi lançado no mês de maio.
Nascido na Zona Leste da cidade de São Paulo, Yago Carvalho tem forte conexão com Caracas, na Venezuela, cidade em que viveu com a mãe durante a infância.
No país sul-americano, ele pode desenvolver suas grandes influências musicais. Os grupos Calle 13 e Orishas, assim como os artistas brasileiros Sabotage e do carioca Pedro Luís e a Parede.
Ao Vida&Arte, Yago compartilhou sobre o sucesso nacional, influências musicais e planos para o futuro de sua carreira, além de prometer um "incrível" show na capital alencarina. Confira:
O POVO - Como acontece o seu primeiro contato com a música e a arte em geral?
Yago - Bom, meu primeiro contato se deu na infância. Meu pai é um dos fundadores de um coletivo artístico chamado Dolores Boca Aberta, que existe até hoje na Zona Leste da capital paulista. Ali eu frequentava saraus, peças de teatro, tive contato com instrumentos musicais e poetas. Foi essencial na minha formação.
OP - Você nasceu na Zona Leste de São Paulo e também já passou um tempo morando na Venezuela. Como você trabalha essas duas culturas na sua arte?
Yago - Tanto a periferia de São Paulo quanto a Latino América, Venezuela, foram essenciais para a minha formação e construção artística. Na Zona Leste encontramos muito funk e rap. Já na Venezuela, o reggaeton, a salsa e a cumbia. Eu escutei muito desses ritmos e isso me fez ser quem eu sou.
OP - Esta será sua estreia no Zepelim, mas é a primeira vez que está em solos cearenses? Quais expectativas para a sua participação no festival? O que o público pode esperar?
Yago - Estreia no Zepelim e em solo cearense. Esta será minha primeira vez no Ceará, onde sempre quis muito ir. Que bom que a música chegou até o Nordeste do meu País, o show tá carregado de história, de sentimento, de projeções lindas no telão, um trabalho muito bem feito de direção criativa, e muita verdade e emoção. Estou animadíssimo.
OP - Quais são as suas maiores influências musicais e como elas moldaram o seu estilo ao longo dos anos?
Yago - As minhas influências musicais são muitas. Dentro do rap nacional, dentro da MPB, do samba e dentro da música brasileira. As que mais me afetaram nesse último álbum foram Jorge Ben e o estilo de narrativa do Chico Buarque, nosso maior letrista e cronista de todos os tempos da música brasileira. Aí tem mistura de tudo, né, gente? É um grande mix que se condensa na minha poética.
OP - Você pretende experimentar outros ritmos em futuros projetos?
Yago - As minhas obras são de, alguma forma, músicas que, independentemente do ritmo, foram produções que atravessaram alguma fase da minha vida. Eu tenho uma relação com a música que é de ficar escutando a mesma parte, mas não seleciono um apenas estilo, pois quero que a música me toque. As minhas obras são resultados do que sou.
OP - Em suas composições, aborda temas sobre o cotidiano, assim como experiências coletivas e particulares. Você poderia contar um pouco sobre o seu processo criativo? Como nascem as suas músicas, desde a ideia inicial até a versão final?
Yago - O meu processo criativo nasce através de encontrar um caminho melódico dentro do beat. Geralmente eu faço isso com "grammelot", que é uma forma de se comunicar sem o uso das palavras, mas por meio de um jogo de sons, como se fosse um cristal melódico. Esse cristal, dentro desse balbucio de exercícios de possíveis palavras, às vezes já existe alguma ideia ali que tá pelo inconsciente. Sigo nesse caminho melódico, depois eu vou "recheando" essas melodias dando sentido a partir das experiências que já vivi.
OP - Desde o seu primeiro EP, "O inquilino", você tem explorado novas possibilidades na sua carreira. Quais os seus próximos planos sobre sua carreira?
Yago - "O Inquilino" foi o ensaio de uma primeira obra. Sempre teve um grande peso para mim, afinal foi meu primeiro EP. Esse formato tem como característica de abrigar um conceito e uma estética. Então "O Inquilino" foi um ensaio para o álbum "OPROPRIO". Sobre os próximos passos, a gente vai descobrir ainda. Eu nunca soube do próximo passo, só acordo e descubro.
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