Um dos nomes de maior relevância na música instrumental no Ceará, Manassés de Sousa se apresenta neste domingo, 1º, no palco do Cineteatro São Luiz, equipamento localizado no Centro. O show marcado para iniciar às 18 horas faz parte das comemorações dos seus 70 anos de idade, completados no último 26 de julho.
“Eu tinha muita vontade de me apresentar no Cineteatro São Luiz, e aproveitar esse desejo e comemorar os meus 70 anos ao lado de pessoas que fizeram parte do meu começo [na música], como o Rodger Rogério, a Teti… Essas pessoas que me colocaram no meio artístico, desde fazer shows a ter o contato com gravadoras”, detalha o músico ao descrever que “essas pessoas” são muito especiais para a sua trajetória artística, tendo feito parte da sua vida e carreira por mais de 50 anos.
Das sete décadas de vida, quase seis estão envolvidos com a música. Ainda criança, por volta dos 13 anos, quando morava em Maranguape, sua cidade natal, Manassés tocava desde as feiras do município a restaurantes de familiares
“A minha relação [com a música] vem desde nascença mesmo, eu fui um péssimo aluno durante a época da escola, só queria saber de tocar.” Autodidata, Manassés aprendeu os primeiros acordes por volta dos quatro anos, com um violão do pai, que o motivou e trouxe até Fortaleza para comprar seu próprio instrumento musical.
História já conhecida entre os admiradores do artista, sua estreia profissional veio com o disco “Chão Sagrado” (1974), gravado em parceria com os amigos Teti e Rodger, o Pessoal do Ceará. A produção de sucesso a nível nacional, se tornou a primeira de inúmeras, mais precisamente 16 lançamentos – entre álbuns, compactos, LPs e coletâneas – que reúnem composições autorais, regravações, versões de canções famosas e até trilhas sonoras de filmes.
“De todos os meus discos gravados, tem um que tem uma importância muito grande, pois eu pude ter a companhia de grandes nomes da música nacional, que é o ‘Revendo Amigos’”, afirma.
O projeto lançado em 2001 traz 11 faixas que contam com a presença de Dominguinhos, Arthur Maia, Marcos Suzano, Hoto Jr., Jacques Morelenbaum, Aroldo Araújo, Ítalo Almeida, Mingo Araújo, Hermeto Pascoal, Zé Américo, Pantico Rocha e outros artistas descritos por Manassés como “uma gente muito boa”.
Percorrendo por sua trajetória, Manassés conclui que sua carreira, mesmo com altos e baixos, teve inúmeros momentos positivos. “Gravei discos, trabalhei com gente importante, tenho uma carreira sólida”, lista o músico ao afirmar que, atualmente, acredita estar no seu “melhor momento”.
Já ao avaliar o gênero, o maranguapense comenta que a música instrumental já passou por “diversos momentos, tem vez que há muito destaque e tem vez que não”. Afirmando que a música instrumental “é só para os fortes”, Manassés conclui: “Não é fácil viver da música, principalmente a música instrumental no Brasil”.
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Cordas do tempo: Manassés de Sousa, 70 anos
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