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Bailarino Flávio Sampaio tem trajetória contada em mostra no Paracuru
Vida & Arte

Bailarino Flávio Sampaio tem trajetória contada em mostra no Paracuru

Exposição "Paracuru Cidade que Dança" celebra os 50 anos de carreira do bailarino e professor Flávio Sampaio sob o destaque da história e da transformação da cena artística na cidade
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Foto: Acervo pessoal Flávio Sampaio Exposição "Paracuru Cidade que Dança" celebra os 50 anos de carreira do bailarino e professor Flávio Sampaio

A dança como um meio para transformar a cena artística de Paracuru, foi esse desejo que consolidou a exposição "Paracuru Cidade que Dança – Flávio Sampaio, 50 anos de dança". Com abertura neste sábado, 7, no Centro de Arte e Cultura Lúcio Damasceno, a mostra abriga um acervo sobre a trajetória do professor, coreografo, bailarino e fundador da Escola de Dança de Paracuru.

"A dança tem sido essencial para todos nós em Paracuru, por isso a importância de ter um conhecimento orientado com qualidade e que qualifica a gente aqui. É isso que o trabalho do professor Flávio Sampaio e a exposição demonstra", destaca o curador José do Vale.

A curadoria da programação, que segue até fevereiro de 2025, foi desenvolvida a partir dos registros do contato inicial de Sampaio com a dança. A paixão pelo corpo em movimento inspirou o artista nascido litoral oeste, ainda na infância, quando as nuances de sua sombra na areia da praia despertaram o interesse em seguir aquela arte.

"Dança era muito natural para mim, ver minha sombra e os movimentos me chamavam atenção. Depois daquilo passei por muitas experiências, por muitos ensinamentos com vários mestres. Apesar do início de carreira difícil devido ao preconceito da época, eu decidi dançar", afirma o coreografo.

O radialista, escritor e curador da mostra destaca que mesmo sem o homenageado saber o motivo de ter se conectado com os passos que brincava, ele seguia os sons da cidade litorânea. "O fato de que Sampaio não saber por que ele começa a dançar, visto que não foi exposto a nenhuma dança, já mostra a inerência tipicamente do ser humano como um ser de ritmo e musicalidade, sonoridade que o guia", comenta José do Vale.

Dividida em quatro salas coloridas, a exposição divide a trajetória do bailarino em corpo, profissional, Escola e Companhia de Dança de Paracuru, encerrando com o tema da economia criativa. A proposta é embasada no acervo de trabalhos e apresentações realizadas por Flávio, como os livros "Balé Passo a Passo" e "Ballet Essencial". Destaque para sua passagem pela escola do Sesi, Teatro Guaíra, Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Teatro Bolshoi no Brasil e Colégio de Dança do Ceará. Assim como o retorno à cidade natal após aprender e lecionar por capitais brasileiras. Essa bagagem o fez fundar a Escola de Dança de Paracuru em 2003, transformando as possibilidades do cenário da dança cearense

Dança em transformação

Devido a sua experiência, Flávio foi o principal movimentou uma revolução cultural em Paracuru. A partir do trabalho com a escola ele redefiniu o papel da dança na comunidade, mostrando que a dança não está limitada ao sudeste e à capital do Ceará.

José do Vale destacar que a ascensão tecnológica com o crescimento da área industrial da região do Pecém é um fator que potencializa outras perspectivas de vida.

Ele acredita que Flávio consegue acompanhar essas mudanças e assim como consolidou um cenário artístico que ultrapassa o imaginário de que não existe artista fora de Fortaleza.

“A juventude de Paracuru e toda a sociedade se preparam para um novo mundo que tá surgindo e o Flávio tá colocando essa meninada nesta nova linguagem do tempo através da dança e isso que é a arte”, destaca o curador da exposição.

Ele também estende a importância de levar a mostra para um equipamento cultural da cidade. “A sociedade está em constante transição e nessa transformação há a percepção dele. A gente tá tentando que o povo que entenda isso a ouvir a exposição vai ser o grande benefício para todo mundo", completa.

Em Paracuru, a fundação da Escola e Companhia de Dança foi um divisor de águas. Já passaram cerca de 3000 alunos pelo projeto que conta com o apoio da prefeitura da cidade e secretaria de cultura do estado na gestão de cerca de 200 estudantes.

Anualmente são selecionados 50 alunos, por meio de audição, para estudar a metodologia e teoria de diversos gêneros de dança. As próximas audições para compor o grupo estão previstas para outubro deste ano.

A inovação de Sampaio também se manifestou na maneira como ele inseriu a dança no tecido social e econômico de Paracuru. Ao longo dos anos, a escola não só qualificou dançarinos, mas também estimulou a criação de novas instituições de ensino e academias de dança na cidade, consolidando Paracuru como um polo de formação artística no Ceará.

 “Em qualquer lugar do mundo, se nós estamos antenados com a arte que se faz no mundo, nós procuramos fazer isso da melhor maneira possível. E colocamos o nosso conhecimento e aprendemos juntos. Acho que essa exposição vai mostrar isso, ela surpreende assim como me surpreendeu”, destaca Flávio.

Ao juntar tradição e inovação, ele conseguiu transformar a dança em uma força de mudança social e cultural em Paracuru. A arte consegue ter um impacto coletivo com um legado que continuará a inspirar gerações futuras de dançarinos e artistas.

 

Exposição Paracuru Cidade Que Dança - Flávio Sampaio 50 Anos de Dança

  • Quando: abertura sábado, 7, às 18 horas. Visitação de terça a domingo, de 8 às 11 horas e de 18 às 22 horas. Até fevereiro de 2025
  • Onde: Centro de Arte e Cultura Lúcio Damasceno (rua Cel. Meireles, 7, Centro - Paracuru)
  • Gratuito

Escola de Dança de Paracuru

  • Quando: segunda a sexta-feira, das 7h30min às 11 horas e das 14 às 18 horas
  • Onde: Rua Pedro Barroao Meireles, 175 - Boca do Poço
  • Instagram: @escoladedancadeparacuru
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