A 15ª edição do Festival Ponto.CE iniciou no fim de semana passado e segue com programação marcada para este que se aproxima. Durante os dias 13 e 14 de setembro o evento oferece atividades formativas e culturais, que se dividem entre a Capital e Região Metropolitana.
Pela primeira vez, o festival está realizando ações em territórios quilombolas e de povos originários. Rafael Bandeira, idealizador do evento, explica que a proposta foi construída a partir de diálogos entre a organização e os grupos locais, visando que a programação atendesse os anseios das comunidades.
"Visitamos esses lugares antes de definirmos que seriam eles. Fizemos diversas reuniões com as pessoas justamente para entender qual era a demanda, quais eram os conteúdos que eles julgavam interessantes. Então foi tudo montado com pessoas de cada um desses lugares", explica.
As temáticas das oficinas e palestras são variadas. Neste fim de semana, por exemplo, acontecem as oficinas "Biojoias" e "Fotografia de Produtos com o Celular" na escola Indígena Jenipapo-Kanindé para jovens do fundamental II. O espaço também recebe a palestra sobre "Dignidade Menstrual" e "Inserção de Artistas Originários no Mundo da Música" .
Pluralidade também está presente nos ritmos que estão sendo apresentados nos shows do evento. Apesar da forte ligação com o Rock, o Ponto.CE tem essa característica de flertar com outros ritmos. Como ressalta Rafael, desde a segunda edição do festival, o line-up já trazia essa diversidade, com performances também de reggae e tenda de música eletrônica. Sempre buscamos aproximar outros gêneros e dessa vez não tinha como ser diferente", conta.
Luiza Nobel é uma das artistas que se apresenta nesta sexta-feira, 13, sendo esta sua primeira apresentação como atração cultural no Ponto.CE. Levando um show com R&B, MPB pop e reggae, a artista independente está animada para a estreia:
"Já vi outros artistas da cidade se apresentando, (como) Mateus Fazeno Rock, a Camaleoa. E eu fico muito feliz em levar meu processo autoral, que leva esse nome Preta Punk — num sentido não só de uma musicalidade punk, mas do que é a essência do (mercado) independente. Do faça você mesmo, faça com suas próprias mãos ".
Na percepção da cantora, serem "independentes" é uma característica em comum entre ela e o festival, já que eles estão "buscando suas essências" e mostrando-as para o "mundo de uma maneira fora do padrão".
"Acho que o Ponto.CE é um festival fora do padrão, um que se arrisca. Tem um line-up de artistas diversos, que estão dentro da subcultura e de culturas alternativas. Fico muito feliz de estar compondo esse line-up com minha arte, também dentro dessa perspectiva alternativa independente", arremata.
Com sua participação, Luiza espera conquistar novos públicos, destacando que todos são bem-vindos para aproveitar o momento. "Está no festival é sempre esse desejo do artista: receber bem as pessoas que vão ver o show; que elas tenham uma experiência única e se sintam abraçadas. Que saiam de lá inspiradas a serem elas mesmas e fazerem escolhas", sustenta.
Rafael também tem boas expectativas para o evento: está animado e feliz que a 15ª edição esteja sendo realizada. Mesmo com a paralisação por causa da pandemia e alguns desafios por questões orçamentárias, o festival segue sendo realizado há 18 anos.
"Essa mudança foi muito bacana, trouxe novos ares para o festival. Dá aquela ideia que está começando de novo, sabe? Como se fosse em 2006 lá na primeira edição", declara. "Está todo mundo orgulhoso e feliz por essas novas parcerias, por essa oportunidade de dialogar com pessoas que, até então, não tinham um contato direto com o evento", conclui.
O Ponto.CE ainda estende sua programação por outros fins de semana, tendo marcado para o dia 21 de setembro a feira de empreendedorismo social e economia criativa "Reciclando Vidas". O evento encerra sua 15ª edição com um Ballroom, evento de dança voltado a celebrar a diversidade do público LGBTQIAPN+, previsto para acontecer no dia 11 de outubro no Complexo Estação das Artes.
Programação
Mais informações: @pontoce (Instagram)