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Do podrão ao sofisticado: conheça as versões do cachorro-quente
Vida & Arte

Do podrão ao sofisticado: conheça as versões do cachorro-quente

Criado no século XIX, o cachorro-quente (ou hot dog) passou por diversas adaptações e "gourmetização" até se consagrar atualmente como um lanche farto do tipo "podrão" ou refinado com ingredientes sofisticados
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FORTALEZA, CEARÁ, 10-09-2024: Comes&Bebes visita restaurantes que servem o hot dog alemão e vegano.  Na foto, o hot dog do Hey Joe. (Foto: Fernanda Barros / O Povo) (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS FORTALEZA, CEARÁ, 10-09-2024: Comes&Bebes visita restaurantes que servem o hot dog alemão e vegano. Na foto, o hot dog do Hey Joe. (Foto: Fernanda Barros / O Povo)

Hot dog ou cachorro-quente? Independente de como preferir, a certeza é que o lanche feito com pão e salsicha é um sucesso na maior parte do mundo.

A origem do cachorro-quente é incerta: há uma teoria de que ele tenha surgido primeiramente na Alemanha, em Frankfurt, quando o açougueiro Johann Georghener criou o embutido há mais de 500 anos. No entanto, os moradores de Viena, na Áustria, teriam reivindicado o crédito da receita, mas não houve provas da autoria para além do nome da cidade, que é "Wien" em alemão (semelhante a "wiener", salsicha no mesmo idioma).

Outra teoria é que o lanche tenha surgido nos Estados Unidos, que teria sido o legítimo criador do cachorro-quente, pois, por volta de 1880, Charles Feltman teria levado a salsicha alemã para a América do Norte e vendido num pão em um carrinho de comida da empresa Coney Island. Foi nessa época que o alimento recebeu o nome "hot dog", como é conhecido internacionalmente.

Na última segunda-feira, 9, o mundo comemorou o "Dia do Hot Dog", que é uma referência ao lanche criado por Charles Feltman com a salsicha alemã. No Brasil, o cachorro-quente chegou em 1926, época em que o empresário Francisco Serrador decidiu vender o alimento nos seus cinemas, que ficavam na região da Cinelândia, no Rio de Janeiro.

Desde essa época, a receita foi incrementada ao longo do tempo e ganhou várias versões "gourmet" em cada região do Brasil. Um dos locais onde é possível encontrar esta iguaria abrasileirada é no Hey Joe Food 'n' Bar, que possui três opções diferentes no cardápio, uma delas é o "Dog Alemão" (R$ 32), com salsicha artesanal defumada, maionese caseira, cheddar e crispy de batata doce.

Além disso, o local oferece a variedade do cachorro-quente numa versão deliciosa e sem carne. É o caso do "Hey Dog Vegetariano" (34,90), que tem salsicha de soja defumada, cheddar, vinagrete picante, molho chipotle e crispy de batata-doce; e do "Hey Dog Vegano" (34,90), que não leva queijo e possui os molhos tradicionais adaptados na versão vegetal.

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Segundo Apolo Maia, líder de salão do Hey Joe, os hot dogs do cardápio são queridinhos entre o público do bar, ainda que a casa seja conhecida como uma hamburgueria. "O Dog Alemão é uma opção para quem gosta de carne, por exemplo. Não tínhamos essa opção antes porque o Hey Dog vegetariano e vegano já eram bem populares desde o início da casa. Temos um menu bem agradável para quem tem restrição alimentar", conta.

"Sempre tem gente que vem aqui justamente pelo vasto cardápio em relação a lanches e entradas veganas e vegetarianas", afirma Apolo, que destaca também que a maioria dos insumos do Hey Joe são feitos artesanalmente pela casa, como os molhos, as salsichas e a batata palha.

Hey Joe

  • Funcionamento: terça a quinta-feira, das 18h às 22h30min / sexta-feira e sábado, das 17 às 23 horas / domingo, das 17 às 22 horas
  • Onde: Rua Norvinda Pires, 32 - Aldeota
  • Instagram: @heyjoefoodnbar
Há mais de 10 sabores de cachorro-quente no
Há mais de 10 sabores de cachorro-quente no "Dog Zone"

Dog Zone

Com 10 opções diferentes de cachorro-quente no cardápio, o Dog Zone, localizado no bairro Dionísio Torres, é uma alternativa saborosa para quem busca comer o lanche em qualquer dia da semana e com uma ampla variedade de sabores. A empresa existe desde 2016 e segue a ideia do "everywhere" (todo lugar), ocupando vários pontos da cidade.

O proprietário Camilo Soares conta: "Dog Zone existe desde 2015. Ele começou em um formato de triciclo nos eventos. Hoje ocupamos desde aniversários e casamentos, até grandes festivais como o Fortal e o Zepelim".

Ele destaca ainda que sua marca tem um diferencial importante, que são os seus ingredientes. "Nosso diferencial são os insumos de qualidade que usamos, desde o pão artesanal de parmesão até os molhos caseiros feitos na loja. Os sabores "Cheddar e Pepperoni" (R$ 24) e "Basic Dog" (R$ 19) são os mais procurados hoje em dia na loja".

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Além dos já citados, o local também dispõe de sabores como o "Tomate Especial" (R$ 22), que leva molho de tomate especial, bacon e queijo; o "Gorgonzola", com molho de gorgonzola, bacon e queijo; e o "Vegetariano", que tem salsicha vegetal de soja.

  • Funcionamento: todos os dias, de 16 às 23 horas
  • Onde: R. Dom Expedito Lopes, 2540 - Dionísio Torres
  • Instagram: @dogzone
Hot Sushi Dog
Hot Sushi Dog

Yaki Way

Se a vontade é comer um hot dog totalmente diferente do tradicional, o restaurante de comida oriental Yaki Way pode suprir esse desejo com o seu "Hot Sushi Dog" (R$ 32,90), que é feito com arroz japonês e alga, podendo ter até dois sabores diferentes de sushi.

Yaki Way

  • Funcionamento: quarta a segunda-feira, das 18h às 22h30min.
  • Onde: Rua Paulino Nogueira, 95, Benfica
  • Instagram: @yakiway
FORTALEZA-CE, BRASIL, 15-05-2023: Hot dog de um metro de tamanho, Kadu fica no Bairro Carlito Pamplona, com os proprietarios: Henrique Junior / Hugo Janebro / Carlos Eduardo. (Foto: Aurélio Alves/O Povo)
FORTALEZA-CE, BRASIL, 15-05-2023: Hot dog de um metro de tamanho, Kadu fica no Bairro Carlito Pamplona, com os proprietarios: Henrique Junior / Hugo Janebro / Carlos Eduardo. (Foto: Aurélio Alves/O Povo)

Hot Dog Seu Kadu

Há 20 anos no mercado de hot dogs, o "Hot Dog Seu Kadu" é campeão em inovações no tradicional lanche, que já se tornou um negócio da família. "Minha mãe começou com vendas de comidas típicas em 2004, um negócio pequeno na porta de casa em épocas juninas.

A venda foi ganhando clientes com o tempo e ele continuou pelo restante do ano, até que as coisas prosperaram e o nome "Kadu Comes e Bebes" ganhou muita força na gastronomia do nosso bairro. A nossa rua, que era residencial, começou a ganhar vários outros comércios gastronômicos. Foi aí que veio a ideia do "Hot Dog do Seu Kadu", conta o proprietário Hênrique Júnior.

A loja viralizou primeiramente quando eles passaram a produzir o maior hot dog do Brasil, que tem 1 metro de comprimento e 3,5 kg. Além disso, eles foram pioneiros em Fortaleza ao criarem um self service do lanche, com mais de 40 opções para incrementar o cachorro-quente.

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Lá, é possível fazer milhares de combinações e até criar o seu hot dog totalmente autoral, misturando ingredientes doces e salgados.

O hot dog gigante, de 1 metro, custa R$ 99 e vem acompanhado de duas porções de batata e um refrigerante de 1 litro. Já o self-service é determinado pelo tamanho do pão: o menor tem 17 cm e custa R$13,99, o maior tem 27 cm e custa R$ 21,99; nos dois casos, o recheio dos lanches é "até não caber mais no pão".

  • Funcionamento: todos os dias, exceto terças-feiras, das 18 às 23 horas
  • Onde: Rua Gomes Passos 290 - Carlito Pamplona.
  • Instagram: @hotdogdoseukadu

 

FORTALEZA, CEARÁ, 10-09-2024: Comes&Bebes visita restaurantes que servem o hot dog alemão e vegano. Na foto, os hot dogs da Painê. (Foto: Fernanda Barros / O Povo)
FORTALEZA, CEARÁ, 10-09-2024: Comes&Bebes visita restaurantes que servem o hot dog alemão e vegano. Na foto, os hot dogs da Painê. (Foto: Fernanda Barros / O Povo)

Pâine

Para quem gosta de um "dogão" 100% artesanal, feito manualmente desde o pão, a Padaria Artesanal Pâine é o lugar certo.

O local oferece quatro variedades de cachorro-quente gourmet feitos com insumos de produção própria, o pão de leite com fermentação natural; a salsicha feita por um colaborador suíço residente no Pecém, que mistura carnes defumadas selecionados de origem bovina e suína; e os molhos feitos na casa, incluindo uma mostarda feita por um funcionário alemão.

Uma característica dos lanches com salsicha da Pâine é que todos os lanches são fartos, com grandes tamanhos e quantidade generosa de ingredientes. Entre as opções do cardápio na Varjota estão o "Hot Pâine" (R$ 30), que inclui mostarda, maionese e pesto caseiros; o "Hot Parmegiana" (R$ 32), que leva molho de tomate e pesto caseiros; o "Hot Cheese" (R$ 32), com molho de queijo, mussarela e parmesão; e o "Hot Crispy" (R$ 30), que tem mostarda caseira, ketchup e cebola crispy.

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Na Pâine Croissanterie, que está localizada nos shoppings Iguatemi Bosque e RioMar Fortaleza, há ainda a opção "Hot Croque-Monsieur" (R$ 34), que tem molho bechamel, queijo gratinado e salsa.

Padaria Artesanal & Cafeteria

  • Funcionamento: terça a sexta-feira, das 8 às 19 horas / sábado, das 8 às 18 horas / domingo, das 8 às 12 horas
  • Onde: Rua Castro Monte, 899, Varjota
  • Instagram: @paineartesanal

 

O hot dog possui variações de ingredientes ao redor do Brasil
O hot dog possui variações de ingredientes ao redor do Brasil

Com ou sem purê?

Um dos grandes debates que envolve o tradicional cachorro-quente brasileiro é o "colocar ou não colocar purê de batata?". A discussão ganha repercussão sempre que uma receita do lanche viraliza nas redes sociais ou quando ele ganha destaque na TV, como foi o caso do "Hot Dog do Félix", bordão do personagem de Mateus Solano na novela "Amor à Vida" (2013), quando ele passou a vender o alimento (com purê) na rua 25 de Março, em São Paulo.

A forma de como o hot dog é servido muda conforme o costume da região, em diferentes estados, há diferentes composições. Tradicionalmente, o cachorro-quente paulista leva maionese, purê e batata palha, podendo ter também adicionado milho, vinagrete, ervilha. Além disso, comumente o lanche é vendido também no modo prensado.

Já no Rio de Janeiro, o cachorro-quente das ruas costuma ter, além da batata palha e do vinagrete, diversos molhos, calabresa, ovo de codorna, azeitona, queijos e uva-passa. Na região Centro Oeste, o lanche ganha um ingrediente especial: a pasta de alho. Frango, queijo, tomate e vinagrete são comuns nesse hot dog.

No norte do país, o tradicional lanche de salsicha tem ainda mais insumos regionais e é encontrado pelo nome "x-caboquinho". Dentro dele, é comum encontrar ingredientes como tucumã e lascas de coquinho. Em Manaus, especificamente, o hot dog ganha o nome "kikão" e tem molho de tomate, maionese, batata palha e queijo ralado. Já no Pará, sua montagem recebe um molho com tucupi na base e folhas de jambu.

O Nordeste não é conhecido por diferenciais em seu hot dog, mas, por ser uma região repleta de variações, os ingredientes também costumam variar. Na Bahia, por exemplo, ele comumente recebe purê de abóbora e uma pitada de azeite de dendê.

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