Se um fã brasileiro de Linkin Park ouvisse no início de 2024 que este seria o ano de maior reverência à banda desde 2017, talvez não acreditasse. Afinal, o grupo americano de rock praticamente apenas lançou versões comemorativas dos primeiros álbuns nesse intervalo, além de um compilado com os maiores hits. Uma ação maior — como o retorno à estrada — parecia improvável.
Enquanto isso, em Portugal, um grupo se consolidava como um dos principais tributos ao Linkin Park. Intitulado Hybrid Theory, o projeto inicialmente visava arrecadar dinheiro para a compra de equipamentos para a banda autoral dos integrantes, mas os shows foram tão bem avaliados que o grupo passou a atrair multidões de fãs.
Como resultado, o Hybrid Theory já lotou a maior casa de shows de Portugal (com capacidade para 20 mil pessoas), fez turnê pela Europa e se apresentou no Rock In Rio Lisboa deste ano. Nesta sexta-feira, 27, o tributo inicia em Fortaleza sua passagem pelo Brasil com show no Complexo Armazém.
No repertório, um passeio pelos maiores sucessos do Linkin Park, como “In The End”, “Numb”, “Faint”, “One Step Closer”, “New Divide” e “What I’ve Done”. A abertura da noite é comandada pela banda cearense Disaster Pieces, cover de Slipknot. Os ingressos seguem à venda por valores a partir de R$ 150. O grupo ainda se apresentará em outras nove cidades brasileiras, como Recife, Belém e Brasília.
Criado em 2017 — meses após a morte de Chester Bennington, vocalista do Linkin Park —, o Hybrid Theory é formado por Ivo Rosário (vocalista), Miguel Martins (guitarrista), Pedro Paixão (vocalista e rapper), Nuno Bernardo (baixista), Diogo Neuparth (baterista) e Daniel Pimenta (DJ).
Como afirma Ivo Rosário, o projeto surgiu com o intuito de angariar recursos financeiros para os integrantes investirem na sua banda de músicas originais. Entretanto, o grupo “caiu na graça dos ouvidos” de quem assistiu aos primeiros shows, o que motivou o Hybrid Theory a continuar com o tributo.
“As pessoas adoraram tanto desde o primeiro dia que foi impossível parar, até o ponto que, passado algum tempo, decidimos assumir o projeto e de alguma forma tentar proporcionar a maior e melhor experiência possível sempre dentro das nossas possibilidades”, destaca o cantor em entrevista ao Vida&Arte.
São variados os motivos que levaram o Hybrid Theory a chamar tanto a atenção do público. É possível apontar, por exemplo, a fidelidade na interpretação das músicas do Linkin Park, marcadas pela combinação de rock pesado com inserções de hip-hop, rap e música eletrônica. Além disso, é destaque a semelhança vocal — e, de certo modo, física também — de Ivo Rosário com Chester Bennington.
Vale mencionar também o trabalho de divulgação do grupo na internet. Ao postar vídeos de seus shows, o Hybrid Theory (cujo nome é uma homenagem ao primeiro álbum do Linkin Park) conseguiu disseminar seu trabalho, alcançando milhões de visualizações em seu canal no YouTube.
“Não somos apenas uma banda de tributo, vamos muito além disso. Quem nos segue com regularidade ou quem assiste a um show nosso sente a energia. Temos a sorte de poder interpretar as músicas do Linkin Park, que são demasiado boas e importantes para estarem apenas gravadas em álbuns”, enfatiza.
A fala de Ivo Rosário ganha ainda mais força diante da volta oficial do Linkin Park. Após hiato de sete anos devido à morte de Chester Bennington, a banda anunciou no início de setembro o retorno com novo álbum, nova formação e nova turnê - com passagem pelo Brasil em 15 de novembro.
“Genuinamente contente” com a volta do Linkin Park, Rosário afirma que esse retorno “não muda” os objetivos do Hybrid Theory - e torce até para uma colaboração do tributo com a banda. Enquanto isso não ocorre, o projeto segue focado em proporcionar uma imersão no legado do grupo americano.
“O público pode esperar um show enérgico, com os melhores sucessos do Linkin Park. Fica a promessa de que nossa entrega será de 200%, assim como tem sido desde o primeiro show”, garante o vocalista, que destaca a felicidade por retornar ao Brasil.
Hybrid Theory em Fortaleza