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Série 'Um Dia Qualquer' retorna com segunda temporada complexa
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Série 'Um Dia Qualquer' retorna com segunda temporada complexa

Após quatro anos, série "Uma Dia Qualquer" inicia segunda temporada nas plataformas MAX e Space. Elenco compartilhou bastidores da série com o Vida&Arte
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Foto: Rogério von Krüger/Divulgação Segunda temporada de "Um Dia Qualquer" é ambientada anos depois da primeira trama

O que define um dia qualquer para você? É comum associar a expressão a uma rotina corrida com o estresse e a sobrecarga atravessando quase todos os minutos das 24 horas disponíveis. Para uma comunidade periférica do Rio de Janeiro, a luta pelo território é outro aspecto que compõe o dia a dia.

É nesse cenário que a segunda temporada de "Um Dia Qualquer" é ambientada. Recém-chegada a MAX e transmitida diariamente no canal Space, a produção audiovisual retorna após cinco anos para acompanhar a saga de Penha (Mariana Nunes) na luta contra o domínio da milícia na região onde mora.

Em entrevista coletiva virtual com participação do V&A, o elenco dividiu bastidores da produção. "Tem essa essa distância de quatro anos desde a primeira temporada, então eu me senti mais madura também com a personagem agora na segunda temporada, muito mais ativa", pontua Eli Ferreira sobre o retorno para a personagem Jéssica.

A mulher, que é uma enfermeira, passa a ser mais atuante nessa nova fase da trama, se colocando a frente de movimentos militantes em favor dos direitos de pessoas pretas e periféricas. "Achar camadas diferentes dessa personagem que conversa com esse novo momento dela também foi um desafio", explica a atriz.

Penha, interpretada por Mariana Nunes, é outra personagem que também passou por transformações significativas em relação à primeira etapa da série."Na segunda temporada, pensamos muito sobre como essa Penha se reforma. São muitas as transformações pelas quais ela passa e a pensamos muito como ela sai daquela evangélica e em quatro, cinco anos depois volta para o tráfico", elucida Mariana. A protagonista inicia a nova temporada como líder do tráfico de drogas.

"Então, é um reencontro. Mas é uma novidade para mim, para o público e para os (outros) personagens. Claro que, na essência, é a mesma pessoa. Ela continua sendo mãe, tendo toda a trajetória trágica, mas meio que toma as rédeas da vida e da comunidade nas próprias mãos", detalha a artista.

Para Augusto Madeira, que interpreta Quirino, retornar à produção foi um momento "prazeroso". "A primeira temporada é um 'filme', ele para onde essa história poderia ir. Quando você fica no estúdio trabalhando meses intensamente e, depois de um tempo, volta a encontrar essas pessoas no set, é muito gostoso".

"Isso também nos dá certeza de que o trabalho foi bem quisto e teve continuidade. De certa forma, é um carinho que fazem na gente e a gente retribuí", finaliza Augusto, que se refere acima ao filme homônimo que origina a primeira temporada da série, transmitida em 2020.

Já Vinícius de Oliveira revela que voltar ao personagem Maciel exigiu um preparo físico. "Eu particularmente gosto de trabalhar cada personagem em um lugar muito físico também. É muito importante para mim", ilustra o artista que já esteve em filmes como "Central do Brasil" (1998).

Ele relembra uma história "curiosa" sobre a preparação. Quando estava vendo a primeira temporada com a namorada, ela comentou: "'Pô (sic), esse Maciel é folgado, hein? Mas é um 'frango', se um cara vai tentar tomar um murro de mim ele toma três tapas na cara". O ator, então, compartilhou o que respondeu: "Espera só pra segunda temporada". "Comecei a treinar que nem um doido para criar músculo e ficar fortão", remonta Vinícius.

O intérprete de Maciel também revelou que fez uso de anabolizantes com o devido acompanhamento médico para compor esse retorno do personagem. "Me senti muito bem nesse lugar, sabe? Eu acho que essa provocação da namorada ajudou a construir esse personagem".

Série vai além da violência 

Para além da violência, a sequência da série é focada em mostrar como a rotina daquela comunidade é atravessada por mais camadas do que dores e traumas. "Nós trazemos um movimento de denúncia para dizer que isso não pode ser normalizado, sabe?", pontua Augusto Madeira.

"Tentamos humanizar os personagens ao máximo, inclusive os valores familiares deles", pontua o intérprete de Quirino. "É um ponto positivo para a quebra da estereotipação", concorda Mariana Nunes com o colega de elenco.

"A Penha, por exemplo, é a Imperatriz, a dona do tráfico, mas ela também é mãe, tem um filho que é evangélico que pede para ela sair dali, tem o filho mais novo que ela deixou sob responsabilidade desse mais velho e que não quer esse fardo. Quase o drama da mulher moderna", descreve Mariana.

A atriz brasiliense também salienta que seu sotaque é outra característica que auxilia da quebra de imagens de controle que cercam mulheres negras em tramas policiais.

"Um Dia Qualquer"

  • Onde assistir: episódios serão disponibilizados diariamente no Space até sábado, 5, e estão disponível na MAX

 

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