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Arquitetos Ticiana Sanford e Rodrigo Porto apresentam ambiente do O POVO na CasaCor
Vida & Arte

Arquitetos Ticiana Sanford e Rodrigo Porto apresentam ambiente do O POVO na CasaCor

O POVO ganha ambiente na 26ª edição da CasaCor Ceará. Assinado pelos arquitetos Ticiana Sanford e Rodrigo Porto, o espaço representa passado, presente, memórias afetivas, cores e o dia a dia da empresa
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FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 13-09-2024: Arquitetos Ticiana Sanford e Rodrigo Porto, responsáveis pelo ambiente do O POVO na CasaCor. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo) (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 13-09-2024: Arquitetos Ticiana Sanford e Rodrigo Porto, responsáveis pelo ambiente do O POVO na CasaCor. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

"O cheiro, as cores, as texturas, as falas. Foi tudo muito claro", diz Ticiana Sanford sobre o primeiro contato que teve com Luciana Dummar, presidente institucional e publisher do O POVO. Ticiana faz dupla com Rodrigo Porto na concepção do ambiente Casa O POVO na CasaCor Ceará 2024.

A parceria entre os arquitetos começou antes da CasaCor. Com 15 e 18 anos de carreira, Ticiana e Rodrigo têm em comum uma trajetória múltipla, causando impacto em diferentes áreas.

Ticiana Sanford, 38 anos, se encantou pela profissão ainda criança, durante a construção da casa da avó em Guaramiranga, projetada pelo tio e também arquiteto Paulo Nóbrega. A carreira começou no serviço público, sendo responsável por projetos de escolas estaduais. Já no antigo Departamento de Arquitetura e Engenharia, atuou no Centro Olímpico.

Quando a veia empreendedora falou mais alto, passou a se dedicar 100% ao escritório, sempre atuando ao lado de outros profissionais. "Eu sempre tive essa visão colaborativa, desde antes de estar em alta. Eu acho que isso não é demérito, pelo contrário. Aumenta a qualidade. E eu busco parcerias, especialmente em áreas em que eu ainda não domino tanto, então ainda acaba sendo um aprendizado."

Interessada em projetos que impactam positivamente na vida das pessoas, ela segue com trabalho em escolas ainda hoje. Já sua outra vertente é voltada para a arquitetura de interiores.

Conta, inclusive, que já salvou um casamento por causa de uma cozinha. Por ficar muito próxima dos clientes durante o desenvolvimento dos projetos, percebeu que um casal não estava bem e sugeriu mudar, dando atenção à cozinha, já que um dos dois gostava de cozinhar. Deu certo, o relacionamento seguiu firme e ainda mais forte.

Fã de psicologia, teologia e filosofia, Ticiana explica que sua facilidade de interpretar as pessoas permite que o ambiente a ser transformado tenha ainda mais a personalidade do morador.

"Não empurro um estilo que não tem nada a ver com aquele cliente. Tem que existir vínculo, ligação, identidade entre quem está contratando e aquilo que ela vai receber. Quando está tudo muito igual, os espaços ficam frios. Ficam lindos, mas não contam uma história", completa.

Enquanto Ticiana projeta escolas, Rodrigo Porto, 40 anos, tem a educação com um dos seus cernes. Filho de professores, afirma que a academia e o escritório sempre foram complementares, possibilitando, inclusive, ter mais conforto para selecionar o que iria projetar.

Já as disciplinas que leciona refletem as áreas que gosta de atuar: projeto de residências e arquitetura de interiores. Já assinou, com colaboração dos alunos, dois ambientes da Universidade de Fortaleza na CasaCor Ceará, além de atuar na área de expografia, com projetos de exposições, especialmente no espaço cultural da Unifor.

"Eu lido com a arte. E acaba que na arquitetura que eu faço eu priorizo paredes, lugares para colocar qualquer coisa que tenha sido feita por alguém. É isso que eu chamo de arte. Não precisa ser um Di Cavalcante e um Portinari. Pode ser feito por mim ou por você, que não somos artistas", explica Rodrigo.

Assim, paredes pintadas são predominantes em seus projetos, seja com cores mais fortes ou mais discretas, mas ornadas por obras de arte: uma cartinha moldurada, um quadro comprado em leilão ou uma fotografia de um fotógrafo iniciante.

"A arquitetura, a arte e a educação fazem a minha vida profissional. Eu não seria só professor, só arquitetos e apenas das artes. Tenho que ser os três", reforça.

Apreciador da cultura, das cores e do sol do Ceará, seu estado de origem, diz que gosta de usar cores nos seus trabalhos, assim como itens de personalidade forte. O cuidado com o cliente está, principalmente nas escolhas de materiais e no serviço prestado.

"O cliente, mais do que nunca, tem que ficar satisfeito é com o serviço, não com o projeto. Daqui a uns anos, eu não tenho dúvida que o ChatGPT vai fazer, mas o serviço, não", aposta.

Casa O POVO

A partir da primeira conversa, Rodrigo Porto já percebeu a sinestesia entre a proposta do O POVO e o estilo da dupla. "É uma característica dos nossos projetos não ter essa repetição que a gente tem visto, essa ideia dos '50 Tons de bege' ou '50 tons de cinza' ou '50 tons de branco'. Fica tudo lindo, mas a gente não viu isso no jornal", explica.

Rodrigo compara o olhar do arquiteto à anamnese realizada pelos médicos. Porém, logo à primeira vista, a dupla percebeu o que há nos bastidores do O POVO e não precisou de muito esforço nem perguntas para entender o cliente.

As origens de Luciana Dummar, seu interesse pela cultura oriental, sobretudo a Índia, e as múltiplas cores presentes em paredes e objetos deixaram tudo muito claro e em harmonia com o estilo dos dois arquitetos.

"A gente deu uma estudada também na persona da presidente. Como líder, com certeza ela contorna um pouco da cultura do jornal. A forma como ela se veste, se expressa. A diagramação do jornal, como expõe suas pautas. É muito diferente, muito cuidadosa, muito especial. Não podia ser um espaço monocromático, porque o jornal vibra muita cor, e isso vai além da empresa, é uma coisa de comunidade", descreve Ticiana Sanford.

O briefing sinestésico, conforme explica a arquiteta, deu origem a um projeto que poderá ser conferido ao vivo a partir de 24 de outubro de 2024. A proposta, descreve, era fazer um espaço acolhedor e funcional, que abraça e, ao mesmo tempo, agrega valor e informação.

O ambiente de 50m² é dividido em dois espaços, 100% utilizáveis e com pé direito alto. Localizando entre os dois blocos da edificação, conta com duas grandes janelas que integram o interno com o externo, permitindo aos visitantes da área externa visualizarem O POVO em atividade, e vice-versa.

Na primeira parte, uma sala que remete ao cômodo mais íntimo de uma residência, uma mistura de biblioteca, sala de leitura e escritório. "A gente quis estabelecer que o leitor é bem-vindo ao Jornal de uma forma muito íntima", explica Ticiana.

A função do espaço é ser cenário de entrevistas, pequenas reuniões, lounge, encontros e celebrações. Os móveis foram desenhados por Ticiana e Rodrigo especialmente para a mostra.

Destaque para a estante, que exibe uma coleção de objetos e livros, além de cinco capas históricas do O POVO e a edição do dia, traçando um paralelo entre história e fatos. o móvel conta com inspiração libanesa, origem tanto de Luciana quanto dos arquitetos.

O lado cultural está nas obras de artistas cearenses, expostas na parede de forma harmônica e, ao mesmo tempo, heterogênea. No acervo, peças de nomes como Azuhli (1995 - 2024). Tudo, claro, com muita vida, cor e personalidade, tal
qual a cliente e os profissionais responsáveis.

O segundo espaço é voltado para reuniões, bate-papos, realização de entrevistas e gravações de podcasts e programas de rádio. Ao redor da mesa modular, cadeiras confortáveis e um grande banco que quebra a formalidade dos encontros corporativos.

"Ao mesmo tempo que é uma sala de reunião, a gente pensou nele um pouco com aquela função sala de jantar, de comer um bolo. De reunir amigos ou tomar um chá", detalha a arquiteta. "É onde entra a descompressão do ambiente corporativo", completa Rodrigo.

A cartela de cores da Casa O POVO conta com tons quentes, presentes em ambos os espaços. O ponto de partida é a cor vermelha que, conforme Porto explica, é a cor do instinto, da vontade, da paixão. Tudo exposto e traduzido em texturas e artes, formas e capas de jornais.

Mais design

Os arquitetos firmaram, para o ambiente do O POVO na CasaCor Ceará, uma parceria com a Casa Local, uma loja de Fortaleza que remonta à tradição familiar do Breno Régio, diretor-executivo da marca. O pai estofador inspirou o filho a unir design e funcionalidade. A colaboração permitiu que Ticiana e Rodrigo desenhassem e customizassem poltronas e outros móveis.

Maximalismo orgânico

É assim que Ticiana Sanford e Rodrigo Porto definem o estilo da Casa O POVO, inspirados nos elementos presentes nos corredores e salas da empresa. "É um estilo que envolve memória afetiva e que a gente tentou trazer também", descreve Rodrigo.

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