Quando você, leitor, vai a um restaurante, para uma celebração, por exemplo, o que influencia na sua escolha? Como palpite, diria que um fator importante é a comida servida no local, combinada com o gosto pessoal. Mas também não descartaria que o ambiente tem sua importância nessa balança.
É de se esperar que o espaço tenha não apenas um menu saboroso, mas também um local agradável e convidativo aos olhos, que atraia de alguma maneira o público para aquele estabelecimento. Não surpreende, por exemplo, que Fortaleza tenha ambientes temáticos que chamem a atenção e despertem a curiosidade para que sejam explorados e conhecidos.
É quase como se Gastronomia e Arquitetura se sentassem para discutir como aquele ambiente tem potencial para dialogar, visualmente, com o conceito apresentado no menu — tanto na montagem dos pratos, como em seus sabores. Não surpreende que os espaços gastronômicos da CasaCor Ceará 2024 demonstrem essa preocupação.
O restaurante-escola Mayú, por exemplo, trabalha com um menu de cozinha contemporânea brasileira. Para a arquitetura desse ambiente, esta repórter aposta que seria uma arquitetura moderna, projetada para harmonizar com a sofisticação dos pratos. É importante destacar, no entanto, que um ambiente bem projetado e organizado deve vir desde aquela parte que não está visível aos visitantes: a cozinha.
Natália Benevides, sócia da Coletânea Arquitetos, responsável pela a idealização e montagem do espaço do restaurante na CasaCor, confirma que houve esse cuidado. Para a elaboração do projeto, eles começaram conversando com o chef do restaurante e parte da equipe, buscando entender como eles operam, já que "cada cozinha tem suas particularidades".
"Por mais que o restaurante-escola seja uma cozinha de referência, extremamente organizada, temos que entender como aquela marca prefere operar — como o Mayú entregará o melhor dele", explica. "É muito difícil manter um padrão de qualidade estando fora de casa, e na CasaCor são 45 dias operando fora de casa. Então é um desafio para o restaurante", completa.
Para o salão do restaurante, a arquiteta explica que a proposta era resgatar a atmosfera de antigos restaurantes da mostra, inspirando-se em seus ambientes refinados e se diferenciar do projeto atual da sede. Em um espaço ocupado por sessenta assentos e um piano de cauda, a paleta que veste o local é de tons escuros e cores fortes.
Nas paredes, pedras naturais e obras de artes dão toques rústicos, mas modernos. No teto, algumas plantas foram colocadas para trazer uma ambientação aconchegante, mas também para ajudar na acústica. "Nada foi por acaso. Todos os elementos foram minuciosamente escolhidos para fazer um contraponto com o projeto atual (da sede) e trazer novos atrativos para os visitantes que irão prestigiar", arremata.
"Como a cozinha do Mayú é contemporânea brasileira, isso nos dá uma gama imensa de elementos para conseguirmos explorar em nosso projeto. Podemos ser muito plurais em nossas escolhas que ainda conseguimos harmonizar com o que está sendo oferecido no cardápio, no ambiente; na experiência como um todo", sustenta.
Falando em cardápio, o restaurante-escola leva um menu completo para esta edição da CasaCor, com petisco, entrada, prato principal e sobremesa. De petiscos, por exemplo, são quatro opções, sendo uma delas a Macaxeira Prensada — macaxeira cozida, prensada e frita, creme de coalhada seca, vinagrete de palmito e esfera de café —, que custa R$ 38.
Como prato principal, a dica é o Salmão Grelhado que, além do peixe, acompanha esfera de pimenta, risoto de alho poró, pasta de castanhas e ervas brasileiras, e picles de rabanete. O prato custa R$ 72.
A chef Raquel Holanda compartilha que a equipe se inspirou no tema da mostra, "De presente, o agora", para selecionar os pratos que compõem o cardápio, apresentando criações que "gostariam de eternizar".
"Cada prato no menu foi escolhido dentro da ideia de que comida, cultura alimentar e futuro conversam na mesma língua. Pensar o ato de comer de maneira sazonal e servir o que realmente se come no Brasil, no Nordeste e no Ceará, no presente, é respeitar o alimento", argumenta. E conclui: "Levamos de maneira acolhedora aos nossos clientes, o prazer de servir a todos".
Restaurante Mayú - Coletânea Arquitetos
Onde: CasaCor Ceará (av. Almirante Barroso, 500, Praia de Iracema)
Horário de funcionamento: Terça a sábado 16 às 22 horas | Domingos e feriados
15 às 21 horas
Entrada: Ingressos a partir de R$ 45 (meia) e R$ 90 (inteira)
Moleska Listening Bar - JZ Arquitetura
Com um extenso cardápio de drinks e vinhos, o Moleska Listening Bar é um bar de audição, que leva a CasaCor 2024 uma experiência imersiva de som, colocando a música como foco central do ambiente. O espaço se diferencia dos outros pela sua proposta já ser focada em exaltar o som, trazendo um ambiente que valoriza cada detalhe sonoro.
O local foi projetado pela JZ Arquitetura, que se inspirou na beleza natural e energia vibrante da Praia de Iracema, sem abrir mão da sofisticação e funcionalidade. No design, as responsáveis pelo projeto buscaram manter a identidade do bar, atraindo e acolhendo os visitantes da mostra.
Para mergulhar na experiência sonora que o lugar proporciona, o público tem a disposição um cardápio que oferece entradas e petiscos, além de um Bar de Crudos e um vasto menu de bebidas. A sugestão é provar a Costela Moleskine (R$ 49) e como drink, o Sea Dragon (R$ 36).
Onde: CasaCor Ceará
(av. Almirante Barroso,
500, Praia de Iracema)
Horário de funcionamento:
Terça a sábado
16 às 22 horas | Domingos
e feriados 15 às 21 horas
Entrada: Ingressos
a partir de R$ 45 (meia)
e R$ 90 (inteira)