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Produtor jamaicano-americano Jaime Hinckson faz passagem por Fortaleza
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Produtor jamaicano-americano Jaime Hinckson faz passagem por Fortaleza

Duas vezes vencedor do Grammy, Jaime Hinckson realiza imersão musical na capital cearense; artista grava single na Cidade
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. (Foto: Rik De Blick/Divulgação)
Foto: Rik De Blick/Divulgação .

Ao atender o telefone, o pianista, compositor e produtor de jazz jamaicano-americano Jaime Hinckson abre seu sorriso para a conversa. Ele está em São Luís, no Maranhão, no último dia de turnê na cidade em uma passagem pelo Brasil que começou em outubro. No dia seguinte ele embarcaria para Fortaleza para shows na capital cearense.

Em suas apresentações na turnê, o pianista leva uma mistura de ritmos cativantes do reggae com a sofisticação do jazz. A ideia é ressaltar os gêneros musicais e mostrar as complexidades de sua produção.

Duas vezes vencedor do Grammy como compositor e produtor de Melhor Álbum de Reggae (2023 e 2024), Hinckson viaja pelo mundo como tecladista e diretor musical de Julian Marley & The Uprising, além de ter tocado com outros artistas notáveis.

Curiosamente, a entrevista com Jaime ocorreu no mesmo dia em que foram divulgados os indicados do Grammy 2025. O papo, entretanto, não era sobre o prêmio. O interesse era contar sobre a passagem do artista por Fortaleza.

No sábado, 9, ele esteve no Deixe Comigo Bar ao lado do baixista e compositor Glauber Alves, do produtor musical David Ávila e da Sound System cearense Comme Inna di Dance, comandada por Vládia Soares e Coka Vibration.

No domingo, 10, passou pelo Dragão do Mar - também a partir da Sound System Comme Inna di Dance - e pelo Hoots Gastropub com roda de reggae com David Ávila e Di Ferreira. A imersão de Jaime Hinckson em Fortaleza segue até quinta-feira, 14.

Ele participa do podcast Cumeqpod nesta terça-feira, 12, às 19h30min, e ainda gravará um single em um estúdio da capital cearense. O pianista segue no Brasil até o final de novembro após ter passado também pelo Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Florianópolis (SC) e São Luís (MA).

O gosto de Jaime Hinckson pela música vem desde a infância, quando escutava "todo tipo de música" de seu país, contemplando estilos como jazz, rock e, claro, reggae. Um outro detalhe interessante, porém, é seu fascínio pela música brasileira, que já o acompanhava desde então.

Bossa nova e artistas como Sérgio Mendes e Gilberto Gil foram "apenas" algumas das influências sonoras na trilha do produtor. Nada mais justo, então, que ele passe por uma imersão na cena musical brasileira. Para Jaime, o Brasil tem contexto excelente de artistas focados no reggae, e observa que há "muitos apaixonados".

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"O Brasil tem muitos apaixonados, muitos regueiros. Não há país para o reggae como o Brasil. Muitos artistas em São Luís, Fortaleza, Salvador, nomes como Adão Negro, Márcio Mello… Tem muita música boa e reggae para todo mundo. Eu gosto da vibe aqui, porque não tem mais essa vibe na Jamaica", afirma.

Jaime explica que em Fortaleza, por exemplo, há muitas festas de reggae, e sente que na Jamaica o cenário para o estilo musical não está tão favorável: "Na Jamaica agora não há tantas bandas novas de reggae como no Brasil, as crianças escutam outras músicas".

Ele relata não gostar dessa situação, mas tenta carregar, enquanto artista, o "reggae genuíno para onde vai. Para o produtor musical, é importante que as novas gerações tenham contato com músicas de positividade.

Artista projeta parcerias musicais 

Em suas apresentações na Cidade, tocou repertório com músicas originais e sucessos de Natiruts e Bob Marley. O seu espetáculo é uma celebração da fusão entre o reggae e jazz, com reinterpretações de clássicos na sofisticação do gênero musical. Houve também fusão de outros elementos da música tradicional brasileira e destaque para artistas locais.

Na sua bagagem, Jaime Hinckson já trabalhou com nomes como The Wailing Souls, Hollie Cook e The Wailers Band, além da parceria com Julian Marley, filho de Bob Marley.

Em uma ponte entre passado e futuro, lamenta por não ter conseguido gravar com estrelas da música, mas vibra pelas possibilidades novas parcerias: "Queria ter tido oportunidade de gravar com Quincy Jones, Sérgio Mendes e muitos outros artistas que morreram, mas há também novos artistas com quem quero tocar. Tenho um novo projeto com Saulo Fernandes, quero tocar também com o Alexandre Carlo (Natiruts) e fazer um som com a banda Adão Negro".

Quanto às conquistas de Grammys, ele destaca que foi "muito bom" ganhar os troféus, mas reforça que tem muitas outras obras que devem ser ressaltadas. Ele se sente grato pelo reconhecimento, mas pondera: "Tenho muito mais parcerias e trabalhos pela frente".

Jaime Hinckson em podcast

Quando: terça-feira, 12,
às 19h30min

Onde: canal Cumeqpod
no YouTube

Acompanhe o trabalho:
@jahinckson

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