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Reimaginação da jornada de Aloy
Vida & Arte

Reimaginação da jornada de Aloy

Título adapta história de Horizon Zero Dawn. Lego Horizon Adventures está disponível para PlayStation 5, Nintendo Switch e PC
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Frames do jogo Lego Horizon (Foto: reprodução)
Foto: reprodução Frames do jogo Lego Horizon

É nítido que, no cenário atual dos videogames, o carisma é decisivo para a qualidade de um projeto. Lego Horizon Adventures, que será lançado oficialmente nesta quinta-feira (14), tem peças de sobra nesse tema - em todos os sentidos da expressão.

Desenvolvida por Guerrilla Games e Studio Gobo e publicada pela Sony Interactive Entertainment, a obra adapta os eventos de Horizon Zero Dawn (2017) em um tom mais leve e apresenta cenários feitos inteiramente de Lego.

O jogo está disponível para PlayStation 5, Nintendo Switch e PC. Com jogabilidade interessante e várias alternativas de personalização, a aventura diverte e pode ser uma excelente opção de multiplayer. Esta análise foi escrita a partir de um código recebido antecipadamente.

Em um futuro distante e pós-apocalíptico, acompanhamos a jornada de Aloy, uma caçadora de máquinas. A personagem, adotada e treinada por Rost, cresceu com o desejo de conhecer sua mãe e suas origens.

Quando o vilão Helis surge como uma ameaça ao planeta, juntamente com um inimigo misterioso, Aloy precisa se unir aos seus carismáticos companheiros para salvar a natureza e a humanidade.

O título possui semelhanças com Zero Dawn, mas altera detalhes para ser mais descontraído. O humor funciona e é característico de títulos Lego, como os da DC, da Marvel e de Star Wars.

Há dois temas essenciais no jogo original que continuam relevantes nesta adaptação: a preservação do meio ambiente e a importância da família e das amizades. É seguindo tais linhas que o enredo se desenvolve, tendo um ritmo satisfatório, apesar de simples.

O jogo traz uma aventura linear, com capítulos em quatro áreas. Lutas envolvem as tradicionais máquinas (muito bem-feitas) e os cultistas de Helis. As missões são acessíveis a partir de um hub inicial: o personalizável vilarejo Coração da Mãe. Nele, há como instalar construções, mudar pinturas e cumprir tarefas.

É possível escolher entre Aloy e seus aliados Varl, Teersa e Erend, todos com jogabilidades diferentes. As armas básicas funcionam bem no combate, assim como as raras e os dispositivos adicionais (seja um escudo ou um carrinho de cachorros-quentes explosivos).

A movimentação flui bem - caminhadas, saltos, escaladas e ataques. Com cinco níveis de dificuldade, a aventura pode ser um desafio até no modo normal, pois exige reflexos. Ao progredir, há melhorias gerais, individuais (por nível) e muitos trajes a serem comprados com pecinhas coletadas.

As fases são divertidas e possuem cenários bonitos, mas caem um pouco na repetição e na falta de pontos extras (como colecionáveis). Lego Horizon Adventures brilha mais em níveis que fazem algo diferente, a exemplo de Caldeirões e dos Pescoções. Por ser um jogo curto (cerca de 11 horas na campanha principal), uma aventura maior seria ótima para abordar mais temas.

Os cenários são feitos totalmente de pecinhas Lego, como se pudessem ser montados fora da tela. Os gráficos estão muito bonitos, o que é consequência da qualidade nas cores e na iluminação.

Há um modo de desempenho e outro de qualidade. O primeiro atinge estáveis 60 quadros por segundo (FPS) e segura ótimos gráficos, enquanto que o segundo entrega 30 FPS e melhora fatores como iluminação.

A dublagem brasileira repete o elenco da franquia e entrega ótimas performances. A trilha sonora é incrível e vai bem em cenas cruciais. Os textos em menus e legendas são competentes. Em relação ao polimento, só um bug foi notado ao longo da campanha e não era grave. Vale destacar os recursos de acessibilidade, como os modos de daltonismo.

Trazendo um novo capítulo da icônica saga de bloquinhos, Lego Horizon Adventures oferece uma experiência divertida. O título une boa jogabilidade e competência técnica em um futuro pós-apocalíptico.

A peça-chave (nesse caso, as várias peças) é manter o carisma de Aloy, dos seus amigos e do seu mundo. O modo multiplayer, de duas pessoas, pode ser jogado de forma local ou online (neste último, é preciso estar na mesma plataforma).

Faltou reduzir a linearidade e a repetição. Mesmo assim, é uma jornada que vale a pena para fãs de Lego e de Horizon. O jogo acerta na sua proposta e indica que a fórmula pode ser utilizada futuramente com outros sucessos da PlayStation.

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