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Conheça os vencedores do 1º Prêmio Literário Demócrito Rocha
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Conheça os vencedores do 1º Prêmio Literário Demócrito Rocha

Ganhadores do primeiro Prêmio de Literatura Demócrito Rocha falam sobre relevância de incentivo ao acesso da literatura cearense
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Lúcio Flávio Gondim, Thamyres de Souza e Cícero Emerson
 (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Lúcio Flávio Gondim, Thamyres de Souza e Cícero Emerson

 A valorização da literatura e da cultura cearense foram os principais motes do primeiro Prêmio Literário Demócrito Rocha, ocorrido durante a 5ª edição do Palco Vida&Arte na última quarta-feira, 13. Thamyres de Souza, Lúcio Flávio Gondim e Cícero Emerson do Nascimento Cardoso foram os vencedores nas categorias Ensaio Social, Prosa e Poesia, respectivamente.

“Eu que sempre tinha a ideia de que meus escritos eram essa coisa meio misteriosa, feitas só para mim, com receio de mostrar minha escrita para o mundo e com ela me mostrar também, nunca imaginei que seria contemplada com um prêmio”, revela Thamyres, nascida e criada em Juazeiro do Norte.

Intitulada de “Comida de Encanto”, sua obra se debruça sobre os saberes de suas mães e tias que tem a cozinha como um lugar de empoderamento. “A ideia pro meu livro surge desse desejo de buscar mais atenção e reconhecimento para as mulheres que cozinham e de como podemos ressignificar mecanismos de dominação para que sejam libertários”, explica a também jornalista, graduada pela Universidade Federal do Cariri.

Para o mestre e doutor em Literatura, Lúcio Flávio Gondim, conquistar o Prêmio Literário Demócrito Rocha é motivo de muita “alegria”. O livro que alcançou o prêmio na graduação se chama prosa e reúne escritos da época em que o também professor era apenas um adolesdcente. São textos que acompanham minha trajetória. Hoje tenho 31 anos, e alguns deles foram escritos quando eu tinha 15, 16, 17 anos, durante o final do ensino médio e início da graduação”.

Este livro, que foi premiado com o primeiro lugar na categoria prosa e que se chamará *Assudes*, é uma reunião de textos que escrevi ao longo da minha formação como escritor. Acho isso algo muito bonito, pois são textos que acompanham minha trajetória. Hoje tenho 31 anos, e alguns deles foram escritos quando eu tinha 15, 16, 17 anos, durante o final do ensino médio e início da graduação”.

“Ele aborda questões relacionadas a uma tensão entre temporalidades e espaços: de um lado, uma perspectiva mais ligada ao interior, ao sertão que molda nossa identidade e dialoga com a cultura popular, tema do concurso; de outro, algo mais metropolitano e cosmopolita, que hoje talvez seja mais representado pela cultura digital, pela tecnologia e pela velocidade dos afetos, crenças e palavras”, explica Lúcio, que também produz conteúdo para o youtube.

“Essa tensão entre o antigo e o novo, o rural e o urbano, é algo que coabita em nós. É como numa cidade onde convivem carros velozes, motocicletas e, ao mesmo tempo, carroças puxadas por jumentos”, continua. O contraste entre cidade grande e interior é o que interessa a Lúcio nessa obra.

“No interior, ainda há quem venda leite de porta em porta. Esse contraste me interessa muito, e é isso que tento explorar no livro: perguntar ao leitor se ele considera ‘Açudes’ um livro de histórias sertanejas intercaladas com narrativas metropolitanas, ou se é o contrário, um livro metropolitano disfarçado de histórias sertanejas. Minha intenção não é oferecer uma resposta, mas provocar essa reflexão no leitor. E você, qual é a sua identidade? Quais elementos a atravessam?”, pontua o acadêmico, que já possui outros livros publicados como “Salve a Rainha” e “24”, lançado neste ano.

A história de Juazeiro do Norte e os valores culturais da região são os protagonistas de “Romanceiro do Norte-Juazeiro”, de Cícero Émerson do Nascimento Cardoso, vencedor da categoria de Poesia. Focado no Romanceiro do Norte e do Reisado, o texto aborda “de forma direta e indireta se insere numa espécie de valorização telúrica daquilo que é, em essência, Juazeiro do Norte”, segundo Cícero, que é graduado, mestre e doutor em Letras.

“A minha obra literária está muito perpassada pela experiência do telurismo, essa ideia de pertencimento a uma terra, pertencimento a um conjunto de valores identitários que tornam a minha concepção de mundo totalmente atrelada àquilo que eu vivo nesse mundo”, explica o também professor.

“O sertão nordestino, o Juazeiro do Norte da universidade popular, é também do catolicismo não oficial, é a cidade dos Romeiros, é a cidade que está atravessada por uma série de crenças, valores, costumes, história, e esse é o ponto por excelência, mas eu gosto de construir nas minhas obras o que é tradição e o que é modernidade, de modo que eu fico sempre preocupado em trazer esses dois universos, para o que eu escrevo”, finaliza o juazeirense.

 

de forma direta e indireta se insere numa espécie de valorização telúrica daquilo que é, em essência, Joazeiro do Norte


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