As memórias das noites de rock são colecionadas aos montes pelos frequentadores. "Tenho lembranças muito fortes ali na região do Dragão do Mar, da Praia de Iracema, principalmente do Órbita Bar. Era um local mais a cara de ser livre, rock n' roll e hip hop aqui em Fortaleza. Mas outros dois lugares que me marcaram muito foram o Domínio Público (alternativo, mas tocava rock, música eletrônica, pop, era muito diferente) e o Café Creme", destaca a gerente de marketing Larissa Maia, 41.
Ela também aponta "festas icônicas" na Barraca Biruta, além de shows de peso como Cidade Negra, Sepultura e Racionais MC's, e experiências "incríveis" no Hey Ho.
O autônomo Leandro Cavalcante Nunomura, 48, recorda como foi um período de "descobertas". Ficou feliz em "perceber que aqui não era apenas a 'terra do forró". Ele marcou presença em locais como a Barraca Biruta, Jokerman, Órbita, Domínio Público, Qualquer Coisa Bar e o Bar Woodstock. "Esses lugares moldaram, através da atitude e da música, grande parte do meu caráter. Foram onde conheci grande parte dos meus amigos - que até hoje mantenho", pontua.
Quem revela situação parecida é a administradora de condomínio Emanuele Santana, 42: "O melhor foram os amigos que fiz durante esse período. Alguns até hoje permanecem em minha vida". Ela até lembra os rituais pós-festas: era tradição comer em algum outro lugar e chegar em casa quando o dia estava amanhecendo. Ela visitou points como Ritz Café ("ambiente pequeno e aconchegante") e Mocó Studio ("sempre levava meus pais para curtir as festas que costumavam rolar por lá").
Fundador e ex-proprietário do Praxedes Bar (2016-2023), o mecatrônico industrial Cristiano Praxedes frequentava espaços como o Canto das Tribos, o Hey Ho, Point Rock (no bairro Antônio Bezerra), a rua do Fafi e outros bares.
"O grande diferencial, na minha opinião, era o cenário do rock que estava bem aquecido na época, muitos jovens, as casas também incentivavam e apoiavam as bandas autorais. Além de bebida barata, é claro", avalia.