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3º Fotofestival Solar encerra com programação plural e boa resposta do público
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3º Fotofestival Solar encerra com programação plural e boa resposta do público

Com encerramento que aconteceu neste domingo, 15, Fotofestival Solar foi marcado por engajamento do público e shows que lotaram a Estação das Artes
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Letrux fez homenagem a Lulu Santos em show no Festival Solar (Foto: Rayane Mainara /Divulgação)
Foto: Rayane Mainara /Divulgação Letrux fez homenagem a Lulu Santos em show no Festival Solar

Neste domingo, 15, aconteceu o último dia da terceira edição do Fotofestival Solar, que reuniu exposições de fotografia com lançamento de fotolivros e programações musicais ao longo de cinco dias.

Realizado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) e pelo Instituto Mirante de Cultura e Arte, o Fotofestival Solar propõe multiformatos artísticos que evidenciam a fotografia documental como importante ferramenta de compreensão do Brasil e dos países vizinhos.

No sábado, penúltimo dia de evento, aconteceram importantes lançamentos de obras na Pinacoteca do Ceará e show da cantora carioca Letrux, que se apresentou na Estação das Artes. Segundo a coordenadora do Solar, Iana Soares, todas as atividades promovidas neste ano pelo festival foram um "sucesso".

"A gente está tendo um público muito bom para todos os momentos. O festival está sendo bem frequentado por gente de dentro e de fora do Estado. Como destaque, as exposições coletivas, que reúnem um grande número de artistas e que chamam a atenção das pessoas durante todo o evento", afirma.

Iana também destaca que o evento é um espaço que convida o público a ampliar o olhar artístico: "A música atrai muita gente, que, por meio de uma Letrux ou de Ana Frango Elétrico (que se apresentou na sexta, 13), acaba conhecendo quase 300 artistas brasileiros e internacionais que estão produzindo arte por meio da fotografia".

"É muito legal imaginar que o campo cultural conversa entre si para que a gente amplie nossa percepção e entendimento sobre o mundo. Isso ajuda as pessoas a entenderem mais da própria vida, sobre o país onde mora e sobre as relações que ela constrói", complementa.

Para a visitante Paula Lima, o evento lhe conquista pela possibilidade de conhecer outros artistas: "Aqui é um espaço de muita troca porque vêm artistas e fotógrafos do País todo, é como um ponto de encontro. Eu sou produtora e curadora cultural de Natal, Rio Grande do Norte, e aqui acabo tendo contato com muita gente. Além do networking, é um local de aprendizado, já que oferece oficinas, palestras e exposições muito interessantes".

Quem também passeava pelo espaço da Pinacoteca neste sábado, 14, era o diretor do Fotofestival Solar, Tiago Santana, que possui interesse pessoal pela fotografia. "Eu virei fotógrafo devido aos festivais. Eu virei fotógrafo por duas razões: por ter nascido no Cariri, com todo o universo visual daquela região, que é muito importante para mim; e porque eu participei de um projeto da Funarte nos anos 1980", conta.

"Foi por meio de uma semana de fotografia que descobri que existia uma comunidade de pesquisar e descobrir a fotografia, além dos fotógrafos isolados. Foi a partir daí que eu me tornei fotógrafo", revela o diretor, que se entusiasma com a movimentação do festival.

Ele complementa: "Para mim, os festivais fazem parte do meu projeto de aprendizado. É sempre um momento muito rico de encontros presenciais e trocas de diferentes regiões. É quando podemos juntos pensar um pouco sobre o Brasil e suas conexões por meio das imagens".

A poucos metros de Tiago, ficava a exposição de Claudia Andujar, "Minha vida em dois mundos", onde diversas famílias com crianças entravam para a visitação. Acompanhada do filho e de dois sobrinhos, estava Denise Bezerra, que defende o acesso à arte desde a infância.

"Eu trouxe eles porque a Cidade está vivendo essa cultura à flor da pele e a Pinacoteca é um grande presente. Eu sempre levo meu filho em todas as exposições que a gente tem oportunidade, tanto aqui quanto fora do Brasil. É muito importante que as crianças tenham contato com a arte desde pequenos. Eu sempre prezo muito por isso", afirma Denise, interrompida pelo filho Bento, de 8 anos. "Aqui é um dos melhores lugares do mundo", exclama a criança. A prima Mayla, da mesma idade, entra para a conversa e complementa: "Eu gosto de ver arte".

Na Estação das Artes, a energia surpreendeu desde cedo, quando, às 18 horas, Letrux transformou sua passagem de som em show exclusivo para os primeiros fãs que já estavam no equipamento. Era o caso do jovem Igor Freire, que, horas antes da apresentação oficial, estava sentado próximo ao palco junto a quatro amigos.

"Eu sou muito fã da Letrux. Esse é o segundo show dela e eu quero estar em todos que ela fizer. Eu escuto Letruz todos os dias e amo esse álbum que ela vai cantar hoje, que é 'O Último Romântico'. Eu acho que ela tem uma excentricidade, ela tem uma forma de jogar com as palavras que é muito ela. Ela canta de um jeito muito visceral, muito feroz", argumenta.

A maioria do imenso público que estava no equipamento, no entanto, não se prendeu só ao show e optou por conhecer os espaços de exposições antes da apresentação da cantora. "Nesse intervalo, entre uma música e outra, a gente vem ver esse espaço e acaba conhecendo obras que não estavam visíveis até então. É muito bonito dar uma volta e ver essas exposições, andar no trilho", declara o professor de teatro Felipe Feros.

"Eu vim para ver as exposições e vi depois que teria o show da Letrux na programação, é uma pedida muito boa. E essa mostra aqui, 'Onde guardaremos este instante de alegria?', me deixou surpresa, cada foto me remete a um instante de alegria. Aqui tem uma energia no ar muito boa, está bem animado. (A mistura de linguagens artísticas) É fantástica. A gente sai um pouco e entra em outro universo, depois volta para curtir", converge Kalina Rosa, professora universitária que também visitava o espaço.

A artista mais aguardada da noite, Letrux, revelou ao Vida&Arte que ficou feliz em compor a programação do festival: "Eu fico feliz em pensar que as pessoas que vieram para o show tenham visto as exposições antes, pois eu gosto muito de fotografia".

"Acho que a fotografia pode estar um pouco banalizada por esse momento de excesso de selfies e de celulares. Mas ter uma exposição com fotos profissionais, que levam isso a sério, para além de uma selfie, é muito bacana. Não que a banalidade não tenha seu valor, mas é legal ver pessoas que se especializaram nesse assunto, da captura de um momento, de criar uma história também", diz a carioca.

Ainda sobre a relação da fotografia com a modernidade, Letrux defende que as pessoas se desacostumaram a ver fotos espontâneas de si e dos outros nas redes sociais. "A gente está vendo uma geração de pessoas que não tem fotos feias. Eu tenho 42 anos e tenho mil fotos que eu estou assim (mostra uma careta), e que bom que essas fotos existem porque é hilário ver. A gente ri e gargalha, percebe que éramos mais livres. Hoje em dia, a gente apaga", finaliza.

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