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Com estreia em 2025, o V&A adianta os bastidores de "O Shaolim do Sertão 2"
Vida & Arte

Com estreia em 2025, o V&A adianta os bastidores de "O Shaolim do Sertão 2"

Halder Gomes, Fafy Siqueira e Edmilson Filho conversam sobre a produção e as expectativas para o longa "O Shaolin do Sertão 2"
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Edmilson Filho volta ao papel de
Foto: Divulgação/PARIS FILMES Edmilson Filho volta ao papel de "Shaolin do Sertão" depois de 9 anos

A sequência da trama que acompanha o cearense Aluízio Lee (Edmilson Filho) tem previsão de estreia para o segundo semestre de 2025, após quase dez anos do lançamento de "O Shaolin do Sertão". A comédia cearense já conseguiu deixar sua marca no cinema nacional, "O Shaolin do Sertão 2" vem para continuar com esse feito.

Diretamente do interior do Ceará, Aluízio, mais conhecido como Shaolin, vai enfrentar novos desafios. A sequência terá começo com dez anos após os fatos do primeiro filme, em que o personagem havia terminado seu arco com muitas vitórias, conseguiu montar sua academia de artes marciais e com um par romântico.

No entanto, uma década depois ele está endividado e perdeu tudo que havia conquistado. Um acontecimento inesperado faz a vida do personagem virar de cabeça para baixo. Ele recebe uma proposta de um empresário de lutas (Marcelo Serrado) para fazer lutas pelo sertão cearense.

O diretor Halder Gomes define essa nova versão do personagem como "mais calejado da vida", ele explica que Aluízio não tem mais aquela inocência apresentada no primeiro filme. Nesta sequência a narrativa do herói será ainda mais presente, envolvendo a comédia com o drama e dilemas que o personagem irá enfrentar.

 

Comédia e drama nas telas

O drama sempre será acompanhado da comédia, o Shaolin é um personagem feito para divertir o público, mas devido às adversidades da vida se encontra desesperançoso. Fafy Siqueira, atriz que interpreta Dona Zefa - mãe de Aluízio - explica que a relação entre mãe e filho será ainda mais abordada nesta segunda produção.

"Ela aposta nele o tempo inteiro, depois que entende que a luta é a vida dele. Inclusive ela fala, ao filho, 'você nasceu para isso, o planeta está esperando você ir aos ringues'". Fafy comenta da evolução do apoio que sua personagem dá ao Aluízio Lee. Dona Zefa está preparada para abdicar da preocupação exagerada de que o filho "vai tomar uma porrada".

Fafy explica que o incentivo que ela vai dar ao filho E as apostas que ela fará nele serão fundamentais para a nova jornada que o personagem principal enfrentará na sequência do primeiro filme. "Eu acho que é o que toda mãe tem que fazer. Incentivar o filho naquilo que o filho tem prazer em fazer e faz bem", diz.

No primeiro filme, Fafy Siqueira conta que fez preparação com fonoaudiologia para executar o sotaque do interior cearense com o máximo de veracidade. "Quando as pessoas tentam reproduzir o sotaque cearense, falam cantando, mas não é só isso". Ela conta que é necessário colocar o final da língua na região do palato (céu da boca) para que pudesse atingir a naturalidade de uma mãe cearense.

A atriz conta emocionada que, para interpretar uma mãe nordestina, precisa fazer o público assistir e se identificar nas telas do cinema. "Eu estudei muito para virar uma mãe nordestina viril. Que é uma coisa que eu admiro muito nas mulheres nordestinas. A coragem e a força das mães.

São cuidados e processos que vem sendo desenvolvido desde o primeiro filme, mas que tiveram uma atenção redobrada nesta segunda produção porque "com mais tempo de tela, exige ainda mais preparação".

A expectativa que Fafy compartilha com seus parceiros de trabalho é "sucesso absoluto". Ela comenta que todos fizeram o projeto com orgulho e que isso vai ser transmitido aos espectadores. "Eu tenho certeza que cada pessoa que fez parte de todo detalhe desses meses de produção, quando assistir, vai sentir um orgulho muito grande de ter participado disso".

A atriz ainda fala da sua gratidão de ver o cinema cearense acontecendo e alcançando locais cada vez maiores. "Eu quero que as pessoas entendam, aqui se faz cinema. No Ceará se faz cinema do bom", diz.

"Eu admiro muito as mulheres nordestinas"

No primeiro filme, Fafy Siqueira conta que fez preparação com fonoaudiologia para executar o sotaque do interior cearense com o máximo de veracidade. “Quando as pessoas tentam reproduzir o sotaque cearense, falam cantando, mas não é só isso", ela conta que é necessário colocar o final da língua na região do palato (céu da boca) para que pudesse atingir a naturalidade de uma mãe cearense.

A atriz conta emocionada que por acreditar que para interpretar uma mãe nordestina, ela precisa fazer o público assistir e se identificar nas telas do cinema, “eu estudei muito para virar uma mãe nordestina viril. Que é uma coisa que eu admiro muito nas mulheres nordestinas. A coragem e a força das mães.

Esse é um cuidado e processo que vem sendo desenvolvido desde o primeiro filme, mas que teve uma atenção redobrada nesta segunda produção porque “com mais tempo de tela, exige ainda mais preparação”.

A expectativa que Fafy compartilha com seus parceiros de trabalho é “sucesso absoluto”, ela comenta que é um projeto que todos fizeram com orgulho e que isso vai ser transmitido aos espectadores. “Eu tenho certeza que cada pessoa que fez parte de todo detalhe desses meses de produção, quando assistir, vai sentir um orgulho muito grande de ter participado disso”.

A atriz com muita emoção nos olhos fala da sua gratidão de ver o cinema cearense acontecendo e alcançando locais cada vez maiores. “Eu quero que as pessoas entendam, aqui se faz cinema. No Ceará se faz cinema do bom”, diz.

Ela finaliza admirando o trabalho que Halder Gomes e Edmilson Filho construíram nesse filme, desde a relação durante as gravações até o resultado. “Eu acho que todo mundo vai entender que existe, tanto do diretor Halder, quanto da nossa estrela, Edmilson, e as outras pessoas vão entender que aqui se faz um cinema bom.

“Eles conseguem quebrar esse eixo cultural só de Rio de Janeiro e São Paulo. Muito pelo contrário, desde o Cine Holliúdy, a gente está entendendo que aqui se faz um grande cinema”.

Com a palavra Halder Gomes

OPOVO – O que os fãs podem esperar do “O Shaolin do Sertão 2”?
Halder Gomes – Se passaram 10 anos na vida do Aluízio Lee. Se no primeiro filme ele terminou com a academia lotada, vencedor, no seu auge, agora ele está na ponta dos cascos, como a gente fala na luta. A vida deu umas lapadas nele, e dessas lapadas o colocou numa situação desprivilegiada financeira e emocionalmente. Por conta do que a vida vai dando de paulada ao longo do tempo, a ingenuidade do primeiro personagem vai se perdendo. E o grande desafio dele é se reencontrar, voltar a pensar como o Aluízio do filme anterior, onde a magia, a ilusão, a fantasia, era o combustível para a jornada desse herói. É isso que ele vai tentar encontrar para encarar seus grandes desafios que estão por vir.

OP – Como vocês fazem a construção para fazer a mistura da cultura cearense com a cultura oriental?
Halder – O mundo é cada vez mais globalizado. Mas já é assim há muito tempo, sempre foi assim. Então, o nosso universo, Shaolin, vem do universo que foi muito da minha adolescência, infância, de assistir filmes de Kung Fu, filmes de Hong Kong, filmes japoneses de artes marciais. O mesmo foi para o Edmilson também, o mesmo foi para Fábio Goulart, que interpreta o Tora Pleura. Nós viemos desse universo. Então, tudo isso faz parte do nosso universo de uma forma tão intrínseca, tão natural e tão orgânica, que fazer esse filme para a gente só é possível porque a gente tem essa bagagem. Esse filme, por exemplo, se você colocar na mão de 99.9% dos diretores do país, eles não vão entregar, porque têm que ter uma vivência, uma sabedoria muito grande do que é conhecer a luta, do que é saber filmar a luta, saber coreografar e montar a luta. Por isso, é um mundo muito particular, sendo a soma de todos esses conhecimentos. Assim a gente consegue fazer essa troca cultural que eu acho incrível, e dessa vez, integrando também o Japão, que vai entrar na história de uma forma muito presente.

OP – Trazendo cada vez mais a cultura nordestina, principalmente a cearense, aos holofotes, como você vê a importância de “O Shaolin do Sertão 2” ser produzido no Ceará?
Halder – É muito gratificante, porque eu posso falar sobre vários aspectos, um deles sobre a questão mercadológica, a ideia de trazer produções para cá, injeção de dinheiro no nosso PIB, a quantidade, a capilarização de trabalhos que um filme gera, é uma coisa absurda, as pessoas não têm noção, talvez seja a atividade que mais capilariza recursos. Então, isso é muito importante, essas histórias acontecendo aqui, com os nossos cenários, nossos talentos, para a gente expor o nosso universo. Esse filme é uma grande produção que coloca o sarrafo de quem vai fazer comédia daqui para frente muito alto, e estabelecer o Ceará na filmografia nacional com um padrão de excelência de filmar comédia, de filmar ação, é muito importante, porque comédia é o gênero mais difícil de fazer, o mais difícil de acertar e é o mais desprezado quando se pensa em produção, em orçamento e outras questões. Temos conseguido mudar isso, todos os nossos filmes a gente sobe cada vez mais a qualidade do que a gente entrega na tela, como estética, como linguagem, como tudo que incorpora o que você pode trazer a uma grande produção. E isso parte daqui do Ceará, e isso é muito bacana, e é esse grande intercâmbio cultural, artístico e profissional que a gente sempre propõe nos filmes.

OP – Quais são as expectativas para o lançamento previsto para o segundo semestre de 2025?
Halder – A minha expectativa é atender à expectativa do espectador. Porque desde quando eu lancei o primeiro Shaolin, a pergunta que eu mais ouvi na vida, e acontece quase todo dia quando eu boto o pé na rua e converso com as pessoas, é, “mas quando é que vai ter o Shaolin 2?” E eu esperarei esses nove anos para dar essa resposta. Agora eu posso pelo menos dizer, “vai ter, ano que vem”. E, para mim, essa é a maior expectativa. Eu sei que vamos entregar um filme incrível, está sendo feito o melhor que todo mundo pode fazer nesse filme, é uma produção em que as pessoas trabalham com muito amor ao projeto, para a gente atender esse anseio. Eu espero superar a expectativa, eu acho que a gente vai ter um filme para isso. Esse é o meu grande anseio, de entregar esse filme para o público, poder divertir uma sala de cinema lotada, como foi o primeiro.

Edmilson Filho - Roteiro a seis mãos

O POVO – O roteiro é assinado por você, ao lado de Halder Gomes e L.G. Bayão. Como foi a construção de um roteiro por três pessoas e o que cada um trouxe da sua própria experiência?
Edmilson – Normalmente a gente dá um plot inicial do que queremos contar da história para o L.G. Bayão, faz toda a estrutura, os pontos de virada, etc. Depois desse momento, vem para minha mão e para o Halder. A gente passou um tempo junto nos Estados Unidos, encaixando melhor dentro da nossa realidade, colocando a comédia, tirando alguns personagens, colocando outros. O Bayão faz toda a estrutura no grande primeiro tratamento e depois cai para colocarmos as cenas de ação, de luta. Depois volta para ele para garantir que não tem nenhum ponto solto. Então, basicamente, a gente trabalha com três pares de mãos dessa forma.

OP – Quais são os desafios e a diferença da primeira produção para essa do segundo filme?
Edmilson – No primeiro, a gente tinha menos dinheiro e isso é um fator importantíssimo no cinema porque fazer cinema é muito caro. Hoje a gente tem melhores condições até onde a nossa carreira se encontra atualmente, nove anos depois. Eu me considero um melhor ator hoje em dia, o Halder também é um melhor diretor hoje, porque a tendência é sempre melhorar. Mas os desafios são que, mesmo com todas as coisas boas que vieram, é um filme muito maior, mais difícil por ter mais locações, mais efeitos especiais, mais personagens e um número de figuração imenso. Então, o desafio é conter todas essas características que o filme pede para a história ser bem contada com um número de diárias que dificulta. Nos Estados Unidos, você faz um filme em quatro/cinco meses, já no Brasil, um filme tem que ser finalizado em um mês e pouco. Porque cada dia de cinema é muito caro. Então, o desafio ainda continua sendo as condições financeiras, mas a gente não tinha nada para reclamar. O filme está com uma mega estrutura. Tudo que a gente quis fazer, a gente fez. Claro, se a gente tivesse mais tempo, seria melhor. Mas o desafio é ser um filme muito maior. Um dos maiores que a gente já fez.

OP – O que o público pode esperar para receber do Aluízio nas telas?
Edmilson – Tem gente que vai ter uma impressão, tem outra que vai ter outra. Mas eu acho que o público espera e quer é ver aquele cara engraçado, que às vezes se dá mal, se lasca e depois consegue recuperar-se. Acredito que qualquer impressão de um personagem é muito pessoal de quem está assistindo ao filme. Mas com certeza será divertido, isso eu não tenho dúvida. Então pode esperar que você vai se divertir muito no cinema quando rolar.

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