Logo O POVO+
Mostra imersiva 'Fósseis do Cariri' está aberta com entrada gratuita
Vida & Arte

Mostra imersiva 'Fósseis do Cariri' está aberta com entrada gratuita

Durante o mês de janeiro, nova exposição imersiva do MIS-CE, "Fósseis do Cariri" recria fauna e flora do período cretáceo na Chapada do Araripe
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Exposição imersiva está em cartaz no Museu da Imagem e do Som (Foto: MIS-CE/DIVULGAÇÃO)
Foto: MIS-CE/DIVULGAÇÃO Exposição imersiva está em cartaz no Museu da Imagem e do Som

Já imaginou como era o Ceará no período cretáceo em meio a diversificação dos Dinossauros e aves? Sob este questionamento, o Museu da Imagem e do Som (MIS) trouxe proposta pensada na exposição “Fósseis do Cariri” que está disponível no equipamento neste mês de janeiro.

Com uma experiência imersiva, a nova atração recria a fauna e flora da Chapada do Araripe durante o período Cretáceo através de animações 2D e 3D. Por 15 minutos a projeção mapeada preenche as paredes e o piso da sala unida ao som especializado desperta a sensação de proximidade com o período histórico.

O trabalho contou com a direção do professor Adriano Oliveira, do curso de Sistemas e Mídias Digitais da Universidade Federal do Ceará (UFC). Já a produção do Laboratório de Visualizações Interativas e Simulações (Labvis-UFC), em parceria com a Lunart Estúdio de Animação.

Leia também | Após dez anos, 998 fósseis do Cariri são repatriados pela França

Segundo o professor universitário, a parceria entre os núcleos foi uma experiência “enriquecedora” fruto de um longo processo de pesquisa. “O início do trabalho foi uma longa pesquisa sobre o tema. Contamos com um consultor científico, o professor José Xavier Neto, e também com muitas informações advindas de entrevistas com pesquisadores renomados, como o professor Álamo Saraiva, da Universidade Regional do Cariri (URCA)”, relata Adriano.

Durante os estudos para o desenvolvimento do projeto, a equipe de audiovisual também viajou ao Cariri para, em outubro de 2024, realizar as filmagens e entrevistar pesquisadores, assim como visitar o acervo da URCA e do Geoparque Araripe e o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens.

O diretor também destacou que o apoio de paleontólogos foi fundamental para o desenvolvimento das imagens do projeto imersivo. ”Fomos atrás de paleoartistas especializados na recriação realista de animais extintos, seja através de ilustrações, seja através de modelagem 3D. Tivemos a sorte de encontrar um grupo brasileiro autodenominado World of The Dead, formado por jovens com experiência e conhecimento na área”, pontuou.

A sala apresenta ao público uma Chapada do Araripe habitada por dinossauros, pterossauros, crocodilomorfos, tartarugas e espécies de peixes e plantas.

Entre os destaques da exposição estão a recriação do “Santanaraptor”, um dinossauro descoberto na região e foi necessário para a identificação da espécie. Outra figura ressaltada pelo museu é “Ubirajara jubatus”, um dinossauro conhecido como símbolo da luta pela devolução de fósseis contrabandeados. Após mais de 30 anos na Alemanha, o registro retorna ao Ceará em 2023.

São mais de 50 espécimes recriados digitalmente na obra. Para apresentação deste dos fósseis do Cariri, a exposição utiliza o paleoarte cearense, que une técnicas diversas artísticas para reconstruir a atmosfera cretácea.

Por referências culturais locais, pesquisas científicas e sensibilidade artística, o projeto apresenta elementos de tradições regionais como a xilogravura nordestina e o artesanato das garrafinhas de areia colorida.

Leia também | Cariri Pré-Histórico: vida, cultura e memória

“A incorporação de elementos da cultura cearense, como xilogravura e música, tem por objetivo ampliar a comunicação popular sobre o tema. Queríamos evitar um tom professoral, como numa aula de ciências. Não é possível esgotar a temática dos fósseis da região do Cariri numa projeção de 15 minutos, então nosso foco foi cativar pelo encantamento”, enfatiza Adriano Oliveira.

A preocupação com o projeto também se estende ao formato escolhido e ao público alvo, permitindo uma linguagem simples para amplo entendimento, especialmente o público infantil, que geralmente demonstra interesse pelo mundo animais do período cretáceo.

“O foco do show na Sala Imersiva foi oferecer uma multiplicidade de estímulos lúdicos para a plateia. Então temos uma abertura com uma temática cosmológica, depois passamos por um sobrevoo de drone na Chapada do Araripe, em seguida temos um momento com um apresentador performático, depois uma animação 2D inspirada em xilogravuras e por fim uma recriação realista dos ecossistemas extintos através de modelos 3D animados”, aponta.

Localizada no sul do Ceará, a Chapada do Araripe, na região do Cariri, é reconhecida mundialmente pela quantidade e qualidade de seus fósseis. A Bacia do Araripe, onde se encontram vestígios de dinossauros, pterossauros e outros animais pré-históricos.

Recentemente, a região foi reconhecida como a primeira “Paisagem Cultural do Ceará” pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), um título que reforça a importância dessa área não apenas para a ciência, mas também para a cultura e história do estado.

Para complementar a experiência, o MIS-CE apresentará um documentário de curta-metragem sobre o potencial paleontológico da região e o processo de criação da obra. O vídeo deve ser exibido no painel de LED da praça do MIS e estará disponível nas redes sociais do museu.

O público também poderá interagir com os fósseis por meio de realidade aumentada, visualizando criaturas pré-históricas em 3D ao apontar a câmera de seus celulares para os QR codes espalhados pela praça.

O professor universitário salienta que “Fósseis do Cariri” é uma imersão no passado remoto do planeta, uma oportunidade de conectar ciência, arte e cultura. “É fundamental que a população tome conhecimento da relevância do Ceará para a pesquisa da evolução da vida em nosso planeta. É preciso conhecer e preservar essa riqueza”, conclui.

Exposição "Fósseis do Cariri"

Disponibilidade da próxima semana

  • Quando: quarta-feira e quinta-feira, das 10h às 18 horas; sexta-feira e sábado, das 13h às 18h30min; domingo, das 13h às 20 horas
  • Acesso: até 30 minutos antes do horário de encerramento
  • Onde: MIS (Av. Barão de Studart, 410 - Meireles)
  • Gratuito
O que você achou desse conteúdo?