Se há um gênero que sempre cativou o público, é o das séries médicas. De "ER" (Plantão Médico) a "Grey's Anatomy", essas produções têm a capacidade de misturar drama, emoção e adrenalina, levando os espectadores ao limite entre a empatia e a fragilidade da vida. Em 2025, uma nova opção chegou e com audiência enorme: "The Pitt" se tornou uma das cinco estreias originais mais vistas da história da Max, tanto nos EUA, como no mundo.
Com Noah Wyle retornando ao seu território conhecido, o ator, que por mais de uma década interpretou o Dr. John Carter em ER, assume agora o papel de Michael "Robby" Robinavitch, sem relação alguma com seu personagem anterior.
Ele agora é líder de uma equipe de emergência em um hospital de Pittsburgh. A série, como era de se esperar, está repleta de histórias impactantes, mas o que realmente chama a atenção é a abordagem intensa de um plantão de emergência em tempo real. Cada episódio, com duração de uma hora, equivale exatamente ao período dentro do hospital. Assim, as histórias dos pacientes se misturam e o ritmo é inquietante.
O protagonismo absoluto de Wyle é inegável, e ele desempenha o papel com gosto e muita segurança. Robby é visto em praticamente todas as cenas, sendo o grande alicerce sobre o qual toda a trama é construída. Seu personagem é um médico experiente e gentil, mas que carrega melancolia e lembranças difíceis. Apesar disso, a série não se perde em excessos de histórias paralelas.
Pelo contrário: o caos diário é o ponto central, com casos aparecendo a todo instante. Entre diagnósticos simples, como fraturas, e situações graves, como acidentes, overdoses, doenças misteriosas e atendimentos pediátricos ou geriátricos, a trama exige decisões rápidas e difíceis.
Embora o hospital de Pittsburgh seja bem equipado - fica claro na estrutura dos atendimentos - com tecnologia de ponta e uma equipe qualificada, a série não foge da realidade do sistema de saúde. Os desafios incluem falta de leitos, triagens demoradas e sofridas, além de superlotação, com pressão constante sobre os profissionais.
Os clichês do gênero médico, inevitáveis, estão todos lá: residentes ansiosos, profissionais cansados pela rotina, cirurgiões prepotentes vindos dos andares superiores e as enfermeiras, ora amáveis, ora armadas de cinismo. Ainda assim, "The Pitt" consegue surpreender. Graças à habilidade da direção e do roteiro, os elementos tradicionais se misturam a momentos tensos e cenas de cirurgias e intervenções. É importante avisar, com todas as letras: algumas cenas são bem pesadas e aflitivas, podendo incomodar os mais sensíveis.
Mesmo com um numeroso elenco coadjuvante, a série conta com Patrick Marron Ball (Dr. Langdon), Tracey Ifeachor (Dra. Collins) e Supriya Ganesh (Dra. Mohan) em boa forma. Os diálogos são curtos, porém impactantes. Cada palavra carrega peso, refletindo o compasso frenético dos episódios. Com 15 capítulos previstos - lançados sempre às quintas no canal Max, "The Pitt" é uma ótima escolha para quem procura um drama médico imersivo, veloz e bem construído.