Em junho de 1908, o navio Kasato-Maru aportava em Santos, no litoral de São Paulo, com cerca de 800 imigrantes japoneses a bordo, que chegavam ao Brasil para trabalhar na lida diária nas lavouras de café. Entre sopa missô, lámen e sukiyaki, como base da culinária nipônica, poucos imaginavam que o sushi seria o principal prato a conquistar o paladar tropical.
Enraizado no Japão do período Heian (794-1185), a origem da iguaria pode ser rastreada até os antigos povos da China, no século IV. O primeiro tipo de sushi era chamado de nare-zushi, feito de peixe fermentado e envolto em arroz, que era utilizado apenas como invólucro e excluído do consumo. Com o passar do tempo, o arroz banhado em vinagre passou a ser essencial para o prato, e a tradição se consolidou por outros continentes.
Com a adaptação aos diferentes insumos e culturas ao redor do mundo, variações e preferências surgiram em cada país. A adição de cream cheese, por exemplo, emergiu nos Estados Unidos e conquistou os brasileiros, que hoje não dispensam o ingrediente — nada comum no Japão. Já na América Latina, o salmão acabou se tornando o peixe mais popular, enquanto em territórios asiáticos, o atum fresco segue sendo o carro-chefe.
Hoje, após o "boom" do sushi, que teve início no começo do século XI, diversas modalidades de consumo se estabeleceram. Entre combinados, rodízios e sequências, os estabelecimentos buscam equilibrar a inovação, que segue as tendências Brasil afora, e incorporar elementos contemporâneos a uma tradição milenar.
Para Marcelo Fugita, chef que assina o cardápio do Mangostin, restaurante localizado no Hotel Gran Marquise, pioneiro em culinária asiática no Ceará, o segredo para se firmar no mercado está na constante experimentação.
"A tendência hoje para quem trabalha com comida japonesa, oriental, asiática, é é diversificar cada vez mais, sempre fazendo conexão com ingredientes de outros países", evidencia.
Maki Sushi Bar
Ao decidir empreender em 2015, Leonardo Costa buscava um nome que condissesse com a essência de seu restaurante. A partir do desmonte da palavra Hossomaki, surgiu então o Maki Sushi Bar.
Iluminado pela luz de um aquário, o ambiente se destaca pela ambientação intimista e pela bancada de vidro que expõe os insumos frescos.
No cardápio, a promoção de segunda-feira oferece dois temakis por R$48,90, o que costuma atrair o público no primeiro dia da semana. Já o rodízio custa R$119,90 para sushis tradicionais e a partir de R$164,90 para sashimis, pratos quentes e sushis especiais, que incluem experimentações com vieira e foie gras.
De acordo com Leonardo, que também é consultor criativo do estabelecimento, o espírito do Maki reside em detalhes que modificam a experiência do consumidor.
"Quando iniciamos, vimos que em muitos locais o tarê era um molho pesado. A partir das experimentações com o nosso sushiman, chegamos em uma receita caseira mais leve. Do nosso gengibre em conserva aos molhos utilizados nos pratos, tudo é feito com uma produção autoral", destaca.
Mangostin
Compreendendo a gastronomia como parte integrante da hotelaria, o restaurante Mangostin, localizado no Hotel Gran Marquise, tem, desde 2008, a missão de fundir as cozinhas da China, Coreia do Sul, Tailândia e Japão.
Precedido pelo restaurante Mariko (criado em 1993 e pioneiro no Ceará na oferta de comida japonesa) e depois pelo Sumirê, o restaurante realizou em 2023 uma repaginação em seu cardápio, sob a consultoria do chef Marcelo Fugita.
"Em se tratando de comida japonesa, o Brasil é como um grande centro criador de pratos contemporâneos. Você precisa ter uma base da tradição muito boa, para poder viajar em uma construção de prato", ressalta.
Além de combinados especiais, como um bom clássico, o Mangostin mantém, há 15 anos, a tradição do Festival de Sushi, que acontece às sextas-feiras, das 19 horas à meia-noite. Entre as opções, o público pode degustar um buffet livre de sushis, sashimis, pratos quentes e sobremesas por R$158,40.
Rei do Sushi
Como tradição durante o namoro, Shirley e Rafael sempre frequentaram restaurantes de sushi. Foi quando, casados, ao se mudarem para o Canadá, os empreendedores se depararam com um formato de venda em quiosques no país.
Ao retornarem ao Brasil, em 2010, colocaram em prática o sonho antigo de entrar no mercado da culinária oriental, com um quiosque montado na praça de alimentação do Shopping Benfica. Quinze anos se passaram, e hoje o Rei do Sushi possui mais de oito unidades, distribuídas entre diversos bairros da Grande Fortaleza.
Sem adotar o modelo de franqueamento, cada unidade tem o toque e o olhar cuidadoso do casal, o que, para eles, é definidor para garantir a qualidade do produto.
Como principal atrativo da casa, o estabelecimento oferece o Rodízio do Rei, que acontece de terça a sábado, das 18h30 às 21h30. Com um valor de R$69,90, o público pode aproveitar a experiência do buffet livre, que vai de niguiris a pratos quentes, com água e refrigerante à vontade e uma caipirinha de cortesia.