Consegue imaginar uma maneira de homenagear o legado de uma obra que marcou sua vida? Foi isso que o casal Lucas Emanoel de Freitas e Roberta Franklin fez ao chamar o filho de Arthur Gohan, fazendo referência ao descendente do protagonista de "Dragon Ball". Ambos eram fãs do aclamado anime, mas foram as brincadeiras entre os amigos sobre o nome do bebê que ajudaram na decisão.
Mesmo com 40 anos desde que o mundo foi apresentado à saga, "Dragon Ball" permanece ultrapassando gerações e fronteiras. A história de personagens como Goku e Vegeta conquistou - e ainda conquista! - adeptos de diversas nacionalidades. A obra do japonês Akira Toriyama, morto em 2024, ganha um novo contorno em 2025. Nesta semana, chega as salas de cinema "Dragon Ball Daima".
Apesar da estreia nas plataformas de streaming já ter acontecido, a euforia do público é grande para ver uma "nova forma de vilão" na telona. O diferencial é a presença da dublagem brasileira, que ocupa a memória afetiva dos fãs.
O pai de Arthur Gohan - bebê que está prestes a completar dois anos - relata que o nome chama a atenção entre admiradores do anime. "No hospital, na escolinha, toda vez que veem o nome dele no sistema, as pessoas perguntam: 'Como assim? É Gohan mesmo?'. Aí tem professoras que contam para os maridos, e os maridos piram, dizendo que queriam dar esse nome para os filhos também. Posso ter criado um novo 'Enzo' aqui em Fortaleza", brinca o designer Lucas Emanoel.
"Acho que o Dragon Ball Daima, foi extremamente necessário para explicar, e conectar vários pontos da história que não foram finalizados ou não tiveram explicações, e também vale destacar que foi a última obra produzida pelo mestre Akira Toriyama antes de morrer, então tem um valor especial no coração de cada fã", diz o técnico de informática Carlos Kennedy, fã da saga.
O ator Higor Fernandes conheceu a narrativa durante a infância no bairro Pirambu. Ele destaca que, desde as primeiras versões, a obra despertava interesse: "a primeira cena que me marcou foi o Goku no Caminho da Serpente, com a argola na cabeça, mas o que me pegou mesmo foi que, na época, eu praticava kung fu e vi que o Goku também lutava. Isso fez uma conexão direta para mim e para várias crianças da escola".
Anos após o primeiro contato com a obra, ele ainda acompanha novas produções do universo. Atualmente, é colecionador e ostenta mais de 200 produtos - entre mangás e action figures. Higor conferiu "Dragon Ball Daima" e enfatiza a importância do trabalho para o enredo inicial.
"Dragon Ball se manteve vivo por décadas porque mistura gêneros como comédia, ficção científica e aventura. O Akira Toriyama conseguiu equilibrar elementos do Oriente e do Ocidente de um jeito que agrada a todo mundo. Além disso, a obra nunca parou de ser reinventada. As novas gerações continuam chegando, e a série sempre encontra um jeito de se atualizar", destaca o ator.
Voltada à jornada de Goku, desde sua infância até a vida adulta, a saga de Toriyama apresenta a busca do personagem pelas Esferas do Dragão, enquanto enfrenta inimigos, protege a Terra e evolui como guerreiro, junto de seus amigos sem deixar de lado valores como coragem e amizade.
A história de Goku foi lançada em 1984 como o mangá japonês "Dragon Ball". Já as versões audiovisuais - iniciadas em 1986 - totalizam seis séries, além de diversos filmes. O técnico de informática Carlos Kennedy acompanha a produção desde 2004 e sentencia que é a narrativa "que teve mais impacto na minha vida, tanto pela nostalgia quanto pela história e identificação pelos personagens".
Ele esteve no evento SANA 2025 - que reúne amantes da cultura geek em Fortaleza - e, pela primeira vez, decidiu embarcar no ramo dos cosplays. Kennedy fez uma homenagem ao Son Goku Super Saiyajin. "Não poderia ser outro personagem, se não o meu favorito de todos os animes. Fiquei muito feliz e para mim foi uma honra interpretar o Son Goku", destaca. Ele também afirma que o fato de a franquia ter feito sucesso em uma época na qual a cultura oriental tinha pouca visibilidade determinou o modelo de Toriyama como referência.
Já Higor Fernandes acredita que, apesar das diferentes gerações, a obra segue conquistando públicos. "A mistura de gêneros como comédia, ficção científica e aventura, o Akira Toriyama conseguiu equilibrar elementos do Oriente e do Ocidente de um jeito que agrada a todo mundo. A obra nunca parou de ser reinventada e as novas gerações continuam chegando, e a série sempre encontra um jeito de se atualizar".
São muitas as lembranças do público brasileiro com "Dragon Ball". É comum escutar alguém falar do dia 11 de setembro de 2001, quando a transmissão teria sido interrompida pelo plantão da Globo sobre os ataques terroristas nos EUA. Sem Goku atingindo o Super Sayajin nível 3 (episódio 245) ou fusão dos personagens, o anime não foi exibido na manhã do atentado às Torres Gêmeas.
Anos depois, a discussão continua ganhando as redes sociais. Naquela época, os telespectadores esperavam assistir ao "Bambuluá", programa comandado por Angélica. Segundo a programação divulgada, em torno das 9h50min estava previsto o quadro "Garrafinha", enquanto a exibção de "Dragon Ball Z" começava às 11h20min, sendo realmente substituído pela cobertura sobre os atentados e não chegou ser transmitido.
A explicação da propagação da falsa memória pode ser explicada pelo "Efeito Mandela", expressão criada pela escritora norte-americana Fiona Broome para definir lembranças de ocasiões inexistentes. Não se sabe exatamente o motivo, mas uma das hipóteses do efeito acontecer é de que as memórias de curto prazo sofrem alterações no cérebro. Assim, o órgão preenche o que estava faltando para completar lacunas.
O designer Lucas Emanoel relata que passará a cultura do anime para o seu filho, Arthur Gohan, quando estiver em idade apropriada. "Conheço Dragon Ball desde a minha infância, foi o responsável por desenvolver minha habilidade de desenhar, quando ainda estava na escola. Lembro que passava no fim da tarde, então era aquele momento de chegar do colégio, tomar banho e ficar no hype para assistir ao próximo episódio, quero que o Gohan possa viver essas emoções da série também", aponta.
Dragon Ball foi interrompido no dia 11 de setembro?
É comum escutar alguém comentar da lembrança de assistir a produção de Akira Toriyama no dia 11 de setembro de 2001, quando a transmissão teria sido interrompida pelo plantão da Rede Globo sobre os ataques terroristas nos Estados Unidos.
Sem Goku atingindo o Super Sayajin nível 3 (episódio 245) ou fusão dos personagens, o anime não foi exibido na manhã do atentado às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York.
Apesar de anos depois do acontecimento, a discussão continua ganhando as redes sociais. Naquela época, os telespectadores esperavam assistir ao “Bambuluá”, programa comandado por Angélica que exibia os conteúdos infantis da emissora com três horas e meia de duração.
Segundo a programação divulgada, em torno das 9h 50min estava previsto o quadro "Garrafinha", enquanto a exibção de "Dragon Ball Z" deveria começava aproximadamente 11h20min, sendo realmente foi substituído pela cobertura sobre os atentados e não chegou ser transmitido.
A explicação da propagação da falsa memória pode ser explicada pelo Efeito Mandela, expressão criada pela escritora norte-americana Fiona Broome para definir lembranças de ocasiões inexistentes.
Em 2010, Fiona comentou com os amigos que o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela teria morrido em 1980, quando estava preso. Três anos depois, Mandela de fato morreu, por uma infecção pulmonar.
Ao descobrir a morte real, a escritora percebeu que, como ela, muitas outras pessoas se lembravam que Mandela havia morrido na prisão na década de 80. Assim ela escreveu um artigo sobre a experiência no seu site e a teoria se espalhou pelas redes sociais.
Não se sabe exatamente o motivo, mas uma das hipóteses do efeito Mandela acontecer é de que as memórias de curto prazo sofrem alterações no cérebro. Assim o órgão preenche o que estava faltando para completar a memória.
Mais uma teoria para a causa do efeito é sobre o fato da memória ser influenciável e a lembrança já chegar ao cérebro modificada. Existe também uma tese ligada à física quântica, que acontece quando a realidade de uma pessoa se cruza com outras realidades paralelas.
Dragon Ball Daima no cinema
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