Logo O POVO+
Conhecido por 'Tieta do Agreste', Cacá Diegues morreu aos 84 anos.
Vida & Arte

Conhecido por 'Tieta do Agreste', Cacá Diegues morreu aos 84 anos.

Conhecido pela direção de "Tieta do Agreste", Cacá Diegues morreu aos 84 anos. Cineasta ocupava a cadeira 7 da ABL
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
O cineasta Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo
 (Foto: Acervo Pessoal / Cacá Diegues)
Foto: Acervo Pessoal / Cacá Diegues O cineasta Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo

O diretor Cacá Diegues, considerado um dos melhores e mais populares cineastas brasileiros, morreu nesta sexta-feira, 14, aos 84 anos, informou o prefeito de Maceió, sua cidade natal. "Maceió se despede de um de seus maiores filhos. Cacá Diegues, mestre do Cinema Novo e gênio por trás de clássicos como 'Deus é Brasileiro', nos deixou hoje", escreveu João Henrique Caldas.

"Seu legado segue eterno na tela e na história do cinema nacional", acrescentou o político. Carlos José Fontes Diegues, o Cacá Diegues, é reconhecido por obras como 'Bye Bye Brasil' e 'Xica da Silva'. Aos 84 anos, o diretor morreu após complicações de uma cirurgia. A notícia foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL).

Diegues foi membro ativo da academia. "Ele tinha uma visão muito ampla, holística da cultura brasileira, não apenas do cinema", destacou Merval Pereira, presidente da ABL. Cacá morreu em um momento frutífero do cinema brasileiro, com a recente indicação do filme "Ainda Estou Aqui" ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional e de sua protagonista, Fernanda Torres, ao de Melhor Atriz. Merval Pereira lembrou que o cineasta estava muito feliz com a situação atual, não apenas do cinema, mas da cultura brasileira.

O diretor iniciou carreira quando ainda estava no Diretório Estudantil da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio). Diegues exerceu boa parte de sua carreira no Rio de Janeiro, onde estudou Direito.

Junto de nomes como Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni, entre outos, o cineasta alagoado foi responsável pela fundação do Cinema Novo. Movimento cinematográfico que criticava a desigualdade social brasileira durante os anos 1960 e 1970. Entre as produções de Cacá Diegues dentro do Cinema Novo, destacam-se "Ganga Zumba" e "Os Herdeiros" (1969).

Em 1969, deixou o Brasil e foi morar na Europa, por ter participado da resistência intelectual à ditadura. Ao retornar, dirigiu "Quando o Carnaval Chegar" (1972), "Joanna Francesa" (1973), "Xica da Silva" (1976) e "Bye Bye, Brasil" (1980).

No período de retomada do cinema brasileiro, lançou "Tieta do Agreste" (1996), "Orfeu" (1999) e "Deus é Brasileiro" (2002). "O Grande Circo Místico" (2018), filme cotado para o Oscar daquele ano, foi seu último lançamento.

Cacá Diegues e Fagner

O cineasta Cacá Diegues e o cantor cearense Fagner já são nomes reconhecidos na cena cultural brasileira, mas o que poucas pessoas sabem é que os dois artistas se uniram para compor uma música.

Intitulada de "Ave Noturna", a composição de 1973 integra o longa-metragem "Joanna Francesa". Em parceria com Fagner, Diegues compôs parte da trilha sonora - que dois ano depois, em 1975, foi regravada e deu título ao disco do cantor cearense.

A obra carrega uma reflexão sobre a solidão e a melancolia - revelando metáforas vivenciadas por uma ave noturna, que vive na escuridão e na tristeza. O álbum do cantor cearense, que foi intitulado com o nome da canção, foi o segundo de sua discografia e apresenta dez faixas. (Bianca Raynara /Especial para O POVO)

O que você achou desse conteúdo?