Ao atravessar a porta decorada com mensagens de boas-vindas você é convidado a viajar ao passado da história da escrita no decorrer das civilizações. Assim se inicia a visita ao Museu da Escrita, que, localizado no bairro Dionísio Torres há 13 anos, preserva memória cultural de séculos.
Memórias as quais, ainda em 2013, como estudante, esta escritora também explorou. Ao retornar ao ambiente em 2024, a experiência de imersão permanece presente nos registros e peças ricas culturalmente que conectam diferentes gerações.
Com um acervo de mais de 8000 peças, o espaço é dividido em 16 salas que remontam o desenvolvimento da escrita gradualmente. Introduzido pelas pinturas rupestres, o público acompanha a criação dos livros manuscritos, penas e tinteiros, papiros, prensas tipográficas, máquinas de escrever do século XIX, até as enciclopédias.
Poliana Marques, pedagoga e educadora do museu há 11 anos, aponta: "O museu é esse espaço de incentivo à cultura, porque ele preserva a história da escrita e, ao mostrar esses objetos, é uma forma de despertar essa busca por conhecimento para as futuras gerações".
O espaço fica aberto para visitas de terça a sábado. Durante a visita guiada, é possível encontrar objetos que despertam uma nostalgia de memórias afetivas da infância. "Recebemos muitas visitas de colégios, assim como turistas. Geralmente, quando esse público adulto vem, eles comentam como alguns objetos da exposição marcaram suas vidas e alguns até se emocionam", revela Poliana.
Assim como os visitantes, o proprietário do lugar também carrega uma história de afeto pelo acervo. Sob uma gestão privada, o museu foi criado por José Luiz Gomes Moraes, que é o responsável por colecionar e procurar as peças do espaço. "Ele (José) iniciou colecionando selos e foi expandindo. E quando veio a ideia dele criar o museu, ele começou participando de leilões e viajando o mundo inteiro quase para reunir essas peças", explica Poliana.
A iniciativa de José foi para homenagear a mãe, que era professora do município de Sobral. Na mostra, há um ambiente dedicado à educadora Maria Zaurita Gomes Moraes, que era professora polivalente, e incentivou o filho a colecionar as peças. A seção traz alguns itens pessoais de Maria, assim como objetos comuns nas salas de aula da época.
"A nossa homenageada é a mãe do proprietário do museu. Ela foi a principal incentivadora das coleções que deram origem ao espaço. Então, o espaço dedicado à dona Maria Zaurita significa muito para ele e para toda a família", ressalta a guia.
Do mesmo modo que a conexão emocional que o fundador tem com o projeto, o museu também estabelece um vínculo especial com o público. Especialmente os estudantes, que expandem o conhecimento sobre a escrita para além do meio digital.
Para a pedagoga, a experiência dos estudantes no museu é fundamental na jornada escolar, pois durante a visita o grupo pode visualizar e interagir com registros que antes eles só conheciam nos livros ou na internet.
"A aula de campo traz esse momento de aprendizagem fora da sala de aula. É como se fosse a teoria, na prática, né? Eles vão ver aqui no Museu a Escrita cuneiforme, escrita egípcia, entre outras que eles veem bastante no ensino fundamental", destaca Poliana.
Como ponto alto da viagem pela história, estão os momentos de experiências sensoriais e imersivas oferecidas pelo equipamento. Entre os destaques estão a oportunidade de escrever com uma máquina de escrever e com uma pena, além de tocar em papiros verídicos e sentar em uma cadeira do século XVIII.
Poliana ainda destaca que gosta de instigar os estudantes que visitam o espaço a colecionar itens que podem parecer banais, mas no decorrer dos anos podem se extinguir e tornarem-se raros.
Ela ainda reforça que o lugar fortalece o papel de compartilhar diversas culturas e sua influência sobre os atuais costumes. "O museu aborda um passado presente através da visita. Voltamos no tempo e aprendemos como acontece a evolução da escrita", enfatiza Poliana.
Visita ao Museuda Escrita