O documentário "A Colônia", dirigido por Virgínia Pinho e Mozart Freire, está disponível na plataforma O POVO+. Lançado em 2021, ele conta a história do bairro Antônio Justa, em Maracanaú, resgatando imagens históricas da sua fundação, como também acompanhando personagens, que contam suas vivências e enfrentamentos do dia a dia.
No início da década de 1940, uma política estatal tentou, de forma segregadora, "controlar" os casos de hanseníase no Ceará. Naquela época, o poder público acreditava que a melhor forma de lidar com a doença era criando uma colônia, separando os diagnosticados de suas famílias e os colocando para viver no local.
Os estigmas ligados à hanseníase podem ser um fator apontado como motivação. Conhecida anteriormente como lepra, quem estava infectado com a doença era apontado de forma pejorativa como "leproso". E a Colônia Antônio Justa, como foi chamada, foi o "leprosário" instalado em Maracanaú por iniciativa do governador do Estado da época, Francisco Menezes Pimentel.
A colônia funcionou por cerca de 40 anos. Com o fim da política, a área foi sendo ocupada, além da permanência daqueles que já estavam vivendo no local. No tempo presente, o local é um bairro periférico da cidade pertencente à Região Metropolitana de Fortaleza, que carrega marcas da sua política originária para os atuais moradores — alguns deles descendentes de antigos pacientes.
Os problemas não se mantiveram apenas no passado. Para seus moradores, não apenas a desigualdade social e o descaso do poder público se faziam presentes — a especulação imobiliária também estava à espreita nas ruas e batia nas portas, tendo como "alvo" os residentes. As ocupações irregulares foram outro desafio apresentado na obra. O documentário já pode ser acessado por assinantes do POVO . (Beatriz Teixeira/ Especial para O POVO)
A Colônia
De Virgínia Pinho e Mozart Freire
Onde: disponível para assinantes no O POVO