Logo O POVO+
Conheça Raara Rodrigues, cantora cearense que desponta na cena musical por meio do jazz
Vida & Arte

Conheça Raara Rodrigues, cantora cearense que desponta na cena musical por meio do jazz

Crescente voz do jazz e blues cearense, que transformou a paixão pelo som na sua profissão
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Cantora Raara (Foto: Tainá Facó/Divulgação)
Foto: Tainá Facó/Divulgação Cantora Raara

Em ascensão na programação musical de Fortaleza com projetos como "Elas, o Ceará e o Jazz", a cearense Raara Rodrigues, de 33 anos, tem conquistado ouvintes com a projeção de sua voz marcante.

A cantora cresceu cercada por música dentro de casa. Ao lado do pai, que tocava violão, e de outros parentes que traziam demais instrumentos, sua vivência familiar sempre foi acompanhada por melodias que encantavam a rotina. Mesmo muito tímida, com vergonha até de se comunicar, ela se apropriou do que mais amava para expandir os horizontes.

"Essa imagem (da família) me trouxe uma vontade de tocar também. Eu queria acompanhar as gravações, cantar com meu pai, e ficava curiosa com aquele movimento. Eu nunca tive um estudo formal de música, fui procurar isso depois, com a profissão. Mas foi bom também não ter tido (o ensino), porque me fez procurar uma forma de acompanhar a música", explica a artista.

Foi brincando com as maquiagens da mãe e com as roupas da irmã que Raara conheceu os discos de Alcione, Frank Sinatra, Marisa Monte e Nat King Cole. "Eu me esforçava para cantar e acompanhar, quase imitando mesmo, tentando fazer igual, aprendendo com as gravações. E hoje, sendo uma cantora, eu consigo ver que nessa época eu já fazia um trabalho de escuta, um exercício de acompanhar e entrar na nota, achar o tom", conta.

Contato com o jazz e blues

O contato com o jazz, entretanto, começou de forma inusitada na vida de Raara: por meio de um vizinho festeiro do apartamento que morou durante a infância. "Ele me ouviu cantar, porque era um prédio antigo e dava para ouvir o que eu cantava no banheiro. Um dia, ele me abordou e perguntou 'Você canta? Você já ouviu falar em Billie Holiday, em Nina Simone?'".

A partir deste encontro, ela passou a escutar grandes nomes do jazz e blues, que logo se tornou sua "marca" na música. Foi este caminho que a fez cruzar, aos 15 anos, com o produtor musical Pedro Quental, outra pessoa que "mudou" sua vida.

Ela encontrou o também compositor em um show do Monobloco em 2012. Na ocasião, ela e a irmã chegaram horas antes da apresentação e perguntaram ao produtor sobre a chegada do grupo musical. A irmã dela, muito falante, disse para ele que Raara era cantora de jazz; assim, ele pediu que ela mostrasse sua voz e a jovem cantou à capela. Como resultado, o produtor deu o número dele e ofereceu a oportunidade de um projeto de jazz e bossa nova.

Os anos passaram e Raara cursou Psicologia, período que também passou por sessões de análise na terapia, onde ela descobriu que sua maior habilidade era vocal. Por isso, buscou o produtor anos depois e se deparou com uma feliz coincidência: "A cantora do projeto que ele estava ia viajar para fazer um doutorado e abriu a vaga. Disse que queria e fiz a audição no estúdio dele, cantei clássicos e a gente correu para montar um repertório de 30 músicas com esses trabalhos", relata.

LEIA TAMBÉM | Cinema em Fortaleza: confira sessões de filmes de shows de k-pop

Desde então, Raara passou a dedicar sua vida profissional à música e pôde aprender mais sobre a própria voz. "Foi um momento em que tive que rever como eu estudava e aprendia com os discos, porque eu era uma cantora muito viciada nas gravações, queria cantar exatamente como era. Mas, com uma banda, você vai descobrindo novos caminhos e busca um tom original para fazer. Você precisa fazer isso acontecer por você, fui entendendo os tons que combinavam comigo", diz.

"Eu costumo dizer que a minha formação como cantora foi cantando mesmo, no palco, com a banda que tinha o Fábio, o Dedê, Márcio Rezende, André Bredet. A gente fez um percurso de se apresentar toda semana. Era uma agonia boa, porque eu era atravessada pelos meus medos, tinha os encontros com as pessoas, uma troca. A música só me deu coisas boas", acrescenta Raara.

A cantora circula atualmente com espetáculos solos e eventos pontuais com o trio "Elas, o Ceará e o Jazz", com Mariana Lima e Ângela Lopes. A idealização do coletivo veio do artista cearense Daltown Moura, que fez convites individuais a cada uma, de forma experimental para as três.

"Ter esse momento com as meninas ajudou a dar o tom a esse projeto, tem música de parceiros do coração, como Tarcísio Sardinha, Hermano e do próprio Dalton. É um repertório extenso e inédito, com canções ainda desconhecidas pelo público", finaliza. A agenda de shows da artista pode ser acompanhada por meio das redes sociais.

Acompanhe a artista

Instagram e Youtube:
@raara.rodrigues

O que você achou desse conteúdo?