Neste sábado, 29, Fortaleza será palco de um encontro especial com a cantora Luedji Luna, que celebrará o aniversário de três anos do Complexo Cultural Estação das Artes. A baiana iniciou sua vivência musical ainda na infância, influenciada pelo ambiente cultural de Salvador e pela produção afro-brasileira. Ao longo de sua carreira, ela tem se destacado por sua maneira de se comunicar, sendo uma voz importante no movimento de valorização da cultura negra.
Com sua habilidade de fundir samba, jazz e música africana, Luedji Luna conquista com poesia profunda e inovadora. Agora, ela se dedica a uma homenagem delicada e reverente à britânica-nigeriana Sade Adu, ícone do soul e da música pop.
No projeto "Luedji Luna canta Sade", a artista traz para o palco sucessos atemporais da cantora, como "Smooth Operator", "Kiss of Life", "No Ordinary Love" e "Like a Tattoo". Cada nota, cada palavra, é uma reverência ao legado de Sade e, ao mesmo tempo, uma expressão da musicalidade de Luedji.
A proposta da baiana, ao reinterpretar as canções, não é apenas uma homenagem, mas uma reinvenção. Trazendo para suas interpretações uma nova dimensão, onde a sensualidade e a melancolia das originais permanecem, mas com a marca de sua essência e emoção. Em entrevista ao O POVO, a cantora falou sobre o projeto, que é, para ela, uma viagem íntima e pessoal, uma conexão profunda com a arte e a memória de Sade.
O POVO - Você tem uma forma única de abordar questões sociais e culturais. A música pode ser uma ferramenta de transformação para a sociedade?
Luedji Luna - A música é a arte mais potente que existe, porque ela está ligada diretamente com nossa essência. Ela vibra nossas águas, quase que não passa pela nossa cognição. Ela é capaz de mexer em lugares profundos, e é nesse sentido que, se bem usada, ela transforma.
OP - Como você escolheu as músicas do repertório de Sade para esse show? Tem alguma favorita entre elas?
Luedji - Priorizei as canções das quais eu tinha familiaridade. E também escolhi hits que não poderiam faltar.
OP - O que você acredita que a música de Sade traz de especial, e como você a conecta com sua própria identidade musical?
Luedji - Conecto-me com Sade pelo jeito de cantar, o aveludado na voz, um canto sem tantos floreios, pela sua postura mais low profile na carreira, e seu posicionamento político sempre que possível.
OP - Sade é conhecida por sua suavidade e elegância. Como você trouxe sua própria energia para esse projeto sem perder a essência da cantora britânica?
Luedji - Sou igualmente suave e elegante, então foi fácil. Mas fiz arranjos baseados no meu som para trazer um pouco mais da minha personalidade.
OP - Há algo em particular na carreira de Sade que te inspira, tanto artisticamente quanto pessoalmente?
Luedji - Ela é um ícone sem gravar nenhum novo disco. Sempre atual, referência e necessária. Soube separar a vida pessoal da profissional. É eterna e lendária sem precisar apelar para a fama. Sempre será famosa, e sua música bastou. Isso é meu objetivo demais!
Luedji Luna na Estação das Artes