"Max, tu é tão inteligente, tão divertido, deveria ter teu programa de TV". Foi o que ouviu Max Petterson de uma amiga, em meados de julho de 2024, enquanto malhava numa academia. A fala foi o empurrão que o humorista cearense precisava para dar início a um novo projeto: Bôcu Bonjour - um programa de variedade nos moldes televisivos, mas para a internet. Ainda sem data definida, o projeto deve estrear em 2025.
O youtuber e empresário começou a refletir sobre a ideia, pensando no que ele já tinha alcançado dentro do cenário audiovisual digital. "Eu disse: 'Cara, eu tenho um canal do YouTube com quase 600 mil inscritos, o que é muita gente para um canal no YouTube'. Para mim, o YouTube hoje é a nova emissora de televisão, por isso resolvi criar meu programa'", relata Max, que passou a esquematizar o que poderia oferecer para o público na nova produção.
O programa surge após a turnê de três anos do espetáculo de stand-up homônimo que começou a circular em 2022. "A ideia foi criar elementos dos anos 1990, 2000, aquela coisa Domingão do Faustão, Gugu Liberato, e trazer isso com o universo pop da internet", explica ao mencionar que também se inspira na Dia TV, outra emissora 100% on-line com transmissão no YouTube.
A identidade nordestina é outro elemento que compõe o Bôcu Bonjour por meio da participação de artistas da própria região, além do apresentador. "Mas é um programa de nível nacional. Fiquei pensando como era que eu poderia trazer algo que fosse 100% eu, sem ser algo estereotipado", desenvolve o artista. Ele traz nomes como Igor Jansen, Moisés Loureiro e Solange Teixeira como convidados.
Serão quatro episódios no total e cada um irá se debruçar sobre temas distintos: traição, fuxico, bandas e cinema. A proposta é levar o jeito "escrachado da TV" com "a linguagem de internet", segundo Max. "Porque os modelos dos anos 1990 não se encaixariam diretamente nas formações de hoje", elucida o cearense que morou em Paris durante dez anos para estudar na Universidade de Sorbonne.
O empresário natural do Crato afirma que, desde a estreia, o programa abordará "um pouco de tudo", sendo bem experimental. "Tenho que assumir. Porque assim, nada termina do jeito que começa, né? O importante é começar", destaca o artista. A ideia é que, futuramente, o projeto se torne um programa de auditório, tendo como referência o de Silvio Santos. Ele justifica que não houve tempo hábil para convidar uma plateia.
Quadros temáticos também farão parte da grade, como o "Max Vivendo", onde o apresentador poderá experimentar experiências diversas, a exemplo da rotina de um funcionário de motel e de uma senhora aposentada. O humorista também viajou para diferentes regiões do País para trazer mais brasilidade ao show, indo do Centro Histórico de São Luís, no Maranhão, ao closet de Duda Beat, no Rio de Janeiro.
"Não é um programa só nordestino, é um programa brasileiro para os brasileiros. Ele tem a essência nordestina porque é feito por cearenses", salienta Petterson. O palco do Teatro Via Sul, que recebeu algumas temporadas do espetáculo do artista, será o local onde o programa será gravado.
O cenário traz diversos elementos dos tempos em que Max viveu em terras francesas, como uma torre Eiffel de 400 kg e um crème brûlée gigante. "A gente conseguiu criar o maior cenário de TV já construído para um programa de internet no Nordeste. E isso foi muito grandioso", destaca o humorista.
A produção do show contou com o apoio da Terra Vista, do diretor Glauber Filho, com quem Max trabalhou em "Cangaceiro do Futuro" (2022), da Netflix, e LC Galetto, produtora do próprio humorista.