“O que fazemos é sim literatura!”, afirma Kieza Fran Nascimento, coordenadora e uma das idealizadoras da Rede Slam Ceará. Responsável pela organização da programação relacionada ao slam na XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, a poetisa sobralense se alegra com o destaque dado ao slam no maior evento literário do Estado.
“Quando eu pensei na programação que vinculasse juventudes e literatura, não tinha como não pensar no slam e na potência que ele assume na construção de comunidades literárias no Ceará”, argumenta ao listar que a prática do slam no Estado possui forte presença em Sobral, Crato, Itapipoca e Fortaleza.
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Slammer e produtora cultural, Layze Martins avalia com positividade o cenário atual do slam no Ceará. Detalhando que, se atualmente há espaços ocupados pela atividade, foi por “luta e insistência” de todos os participantes.
“Por mais que ainda exista a dificuldade das pessoas entenderem que o que a gente faz é literatura, hoje, eu percebo que elas já possuem uma percepção melhor sobre isso. Há o entendimento de que a literatura marginal também é literatura, é arte, e que é algo que vai além do fazer cultura periférica. O slam é um gênero literário que está muito próximo da população, por falar de minorias, das mazelas da sociedade, dores, opressões, mas também não se limita a somente isso”, reflete Layze.
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Na Bienal de 2025, o público poderá acompanhar declamações, bate-papos e performances teatrais que abordam o slam a partir desta segunda-feira, 7. Na programação, dois momentos foram pensados para permanecer para a posteridade do evento literário: o Slam Grito Delas, que ocorre na terça-feira, 8, às 19 horas; e o Slam Vozes do Ceará, na quinta-feira, 10, às 16 horas. A primeira atividade é “composta apenas por pessoas que se reconheçam neste lugar do feminino”, como descreve Fran. Já a segunda, reúne slammers de cidades do Ceará, como Crato, Fortaleza e Sobral.
“Ainda que o que façamos seja literatura, esta será a primeira Bienal em que a cena chega em peso. No evento passado, ocorrido em 2022, tivemos a presença do Slam Entrelinhas, mas há slam nos interiores também. Então, trazer os interiores cearenses para ocupar essa Bienal foi nosso maior desafio”, reflete a coordenadora.
Considerados poetas, os slammers terão oportunidade de difundir a atividade e compartilhar suas produções autorais para públicos diversos durante o evento na Capital. “O slam é, então, uma porta de entrada para muitas pessoas à literatura. Quando propomos a ter um espaço aberto e seguro, onde podemos recitar livremente, é aí que o slam assume este lugar de importância. Ver pessoas das periferias do Ceará se autoafirmarem como poetas, como escritores e escritoras é um caminho sem volta.”, finaliza Kieza Fran.
Slam na Bienal
Segunda-feira, 7
Terça-feira, 8
Quarta-feira, 9
Quinta-feira, 10
XV Bienal Internacional do Livro do Ceará