Há dez anos, o Vida&Arte iniciava um importante passo para respaldar a cultura na Cidade: a criação de um perfil no Instagram. A ferramenta se tornou, ao longo do tempo, a plataforma de maior divulgação artística e cultural do Ceará. O perfil foi criado em maio de 2015, época em que o Facebook era uma plataforma consolidada para compartilhamento de notícias do O POVO, sendo a maior audiência de jornalismo digital no Nordeste, com mais de um milhão de seguidores.
A chegada ao Instagram aconteceu em um período em que o jornalismo não era popular na plataforma. "As pessoas e os próprios veículos ainda estavam tentando entender como utilizar essa plataforma, como fazer um trabalho realmente eficaz nela", narra a gestora de tráfego pago do O POVO, Natércia Melo.
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"Lembro que, quando começamos no Facebook, por volta de 2013, o alcance era enorme — o algoritmo favorecia muito a distribuição de conteúdo. Mas, em 2015, isso já começava a mudar. Então, o Instagram passou a ser uma nova aposta, ainda em fase de amadurecimento para a gente", relembra Natércia.
O tempo passou e, para além de mais uma ferramenta de distribuição de conteúdo, o @vidaearteopovo se tornou um espelho do que sempre foi defendido no Vida&Arte: a cultura.
"Desde sua criação, em 1989, com Ivonilo Praciano à frente dos projetos, o Vida&Arte tem um olhar vanguardista, fincado no presente, mas com um olhar para o passado e para o futuro. Esse espírito acompanha o caderno ao longo das décadas, atravessando diferentes formatos — impresso, rádio, TV, redes sociais e internet", reflete Renato Abê - jornalista e editor-chefe de Cultura e Entretenimento do O POVO entre 2021 e 2024.
Ele destaca que o perfil no Instagram, para o Vida&Arte, se tornou um recurso de multiplicidade e democratização da cultura, pois é um espaço gratuito e acessível para mais pessoas.
"Ao longo desses dez anos, o perfil no Instagram consolidou-se como uma vitrine da produção artística do Ceará, do Brasil e do mundo, valorizando pautas identitárias, políticas públicas e inovação nos formatos — tudo isso tendo a valorização da cultura como carro-chefe", diz.
A coordenadora do Vida&Arte, Lara Montezuma, credita ao perfil o contato com artistas e leitores que o caderno passou a ter. "Hoje entendemos o Instagram não apenas como uma plataforma de conteúdo, mas também como um meio de comunicação com os leitores. Isto impacta diretamente no que é publicado dentro da rede social", elucida.
Para a jornalista, que diariamente comanda as publicações no Instagram, existe uma prioridade clara com o que deve ser transmitido aos seguidores: "É importante que a gente leve a essência do Vida&Arte, que prioriza destacar o que é produzido no Ceará. Entendemos que a agenda cultural, publicada diariamente no caderno impresso e semanalmente no site, é um dos destaques do nosso perfil".
Há mais de dez anos, o Brasil tem experiência com redes sociais. Apesar disso, a ideia do "fazer jornalismo" ainda não é completamente aceita quando o meio são as plataformas digitais. Esse discurso é incompatível com o que O POVO acredita. "As redes sociais são, há muito tempo, uma ponte poderosa entre o jornalismo e o público. Estar nesses espaços é essencial para fazer com que as pautas ganhem mais alcance e se tornem parte do dia a dia das pessoas", pontua Glenna Cherice, editora-chefe de Mídias Sociais do O POVO.
Diante da fama dos perfis pseudo-jornalísticos existentes na internet, o Vida&Arte no Instagram representa uma resistência ao compartilhar conteúdos apurados, que se comunicam com diferentes gerações.
"Ao longo desses dez anos, o Vida&Arte aprendeu, testou, ouviu, cresceu e se consolidou como referência de conteúdo nas redes sociais. Ele entendeu que não basta estar, é preciso acompanhar as mudanças, adaptar a linguagem, ser ágil, criativo e verdadeiro", diz Glenna.
Além das métricas, o @vidaearteopovo conquistou a confiança e a lealdade do público que o acompanha, com, pelo menos, 13 publicações diárias. Atualmente, são mais de 114 mil seguidores assíduos no perfil. "São esses sinais que mostram que o jornalismo cultural pode, sim, ser relevante, acessível e próximo - e vale a pena seguir ocupando esse espaço com responsabilidade e credibilidade", defende Glenna.
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