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Chico César apresenta o show 'Vestido de Amor' na Estação das Artes
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Chico César apresenta o show 'Vestido de Amor' na Estação das Artes

Chico César apresenta o show "Vestido de Amor" - com lançamentos e sucessos que marcam sua trajetória
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Chico César se apresenta na Estação das Artes nesta quinta-feira, 8 (Foto: Ana Lefaux/Divulgação)
Foto: Ana Lefaux/Divulgação Chico César se apresenta na Estação das Artes nesta quinta-feira, 8

Celebrando a Música Popular Brasileira, Chico César apresenta o show "Vestido de Amor" na Estação das Artes nesta quinta-feira, 8. O show é uma apresentação de sucessos de sua carreira, músicas da MPB consagradas e canções do último trabalho (homônimo ao show).

O artista paraibano destaca o prazer de se apresentar no Ceará, terra que o influencia musicalmente e que reúne amigos: "É uma cidade com uma cultura muito pujante. Tenho parceiros muito queridos aí, como Ednardo, Flávio Paiva e Fagner".

"Tenho uma ligação muito forte com a música do Ceará. Lá no sertão da Paraíba, em Catolé do Rocha, nós ouvíamos muito Belchior, Ednardo, Fagner, Amelinha, Téti, Rodger Rogério, e o que se chamou de 'Pessoal do Ceará'... Então, essa música cearense exerceu uma influência marcante sobre mim desde sempre", afirma Chico.

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Citando seu primeiro álbum, "Aos Vivos", ele conta que sua relação com o Estado parte de uma afinidade criativa, pois o Ceará o compreende em sua "mistura de regionalismo e experimentação". "O Ceará é muito pop, é muito universal à sua maneira — e acho que entende esse meu jeito de ser também", enfatiza o cantor.

Chico César e o show 'Vestido de Amor'

Como antes mencionado, o show é uma homenagem que também contempla a si. Com mais de 30 anos de carreira fonográfica, o paraibano já se apresentou em países de todos os continentes do mundo, feito que o traz "tranquilidade". Para ele, sua trajetória o faz reconhecer seu valor.

"A certeza de que meu trabalho sempre vai ter um espaço, um público interessado, que reconhece valor. Eu não sabia que seria assim quando comecei com 'Aos Vivos', um disco de voz e violão, com letras nem sempre fáceis, com uma carga poética intensa. E isso permanece até hoje", diz.

Chico César cita que "teve sorte" por se estabelecer na música em um período em que os artistas conseguiram ter carreira longeva, como também é o caso, segundo ele, de nomes como Lenine, Zeca Baleiro, Paulinho Moska, André Abujamra, Zélia Duncan e Jorge Vercillo. Além deles, o cantor menciona que Seu Jorge e Maria Gadú foram de uma geração que "talvez tenha sido a última a conseguir se afirmar como compositores na cena da música brasileira".

"Depois da Gadú, por exemplo, ficou muito mais difícil para novos compositores encontrarem espaço. A indústria passou a operar de forma mais imediatista. A gente imaginava que a internet iria democratizar o acesso, mas não foi bem assim. Existem muitos monopólios e uma monocultura tomou conta da música brasileira", alega o artista.

Ele continua: "Mesmo entre os estilos populares — forró, sertanejo, brega, romântico, arrocha — tudo meio que se fundiu em uma única fórmula. Fica difícil distinguir o que é um artista de sertanejo e o que é de forró, porque todos acabam fazendo algo muito parecido".

No repertório do show apresentado no palco da Estação das Artes, o paraibano traz canções como "Béradêro", "Mama África", "Brilho de Beleza", "Caminhando", "À Primeira Vista", "Pensar em Você", "Palavra Mágica", "Pedrada", "Pedra de Responsa" e "Árvore" (de Edson Gomes).

Chico César e o novo momento da música brasileira

A forma de Chico César ver o mundo se relaciona com sua arte, que se relaciona consigo mesmo. Na pandemia, quando estava isolado em casa, foi a música que deixou aquele momento menos pesado para o cantor.

"Estávamos todos enclausurados, e eu também sentia pânico, mas minha veia poética estava a mil. Compondo o tempo inteiro. Tinha dia em que fazia duas, três músicas, às vezes sobre a pandemia, o isolamento, a ameaça à sobrevivência da humanidade. Outras vezes, sobre amor. Outras ainda, de protesto, como sempre fiz em vários momentos", narra.

Refletindo sobre toda sua história, ele finaliza: "A minha (carreira) já tem 30 anos, e me sinto pronto para mais 30. Quero chegar aos 90 (anos) fazendo minha música, cantando e tendo público no Brasil e no mundo todo".

"Vestido de Amor" em Fortaleza

  • Quando: quinta-feira, 8, a partir das 18 horas
  • Ingressos: distribuição no local do evento  
  • Mais informações: @estacaodasartes.ce
  • Gratuito
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