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Othon Bastos apresenta monólogo premiado no Cineteatro São Luiz
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Othon Bastos apresenta monólogo premiado no Cineteatro São Luiz

Aos 91 anos, Othon Bastos realiza monólogo em Fortaleza para celebrar a vida e carreira a partir de manuscritos com vivências pessoais e profissionais
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Othon Bastos apresenta monólogo premiado no Cineteatro São Luiz (Foto: BETI NIEMEYER/DIVULGAÇÃO)
Foto: BETI NIEMEYER/DIVULGAÇÃO Othon Bastos apresenta monólogo premiado no Cineteatro São Luiz

Onde nascem as lembranças mais felizes? Para alguns, o cheiro de livro novo desperta boas memórias, enquanto outros lembram nostalgicamente daquela colher com massa de bolo. Ainda há quem responda que seja abraçar uma pessoa amada ou trocar um sorriso com alguém.

Para o ator Othon Bastos, são essas experiências simples, porém significativas, que dão sentido à existência e se tornam ainda mais valiosas com o passar dos anos. Como concretização do debate, aos 91 anos, o artista estreia o monólogo "Não Me Entrego, Não!", que passa neste fim de semana pelo palco do Cineteatro São Luiz.

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Com texto e direção de Flávio Marinho, a produção reflete a importância do cultivo de memórias positivas como uma maneira de valorizar o tempo presente. Baseado nos manuscritos e nas vivências profissionais de Othon, o trabalho é o primeiro monólogo do artista.

Othon Bastos e o monólogo aos 91 anos

"Em toda minha vida, esse é o meu primeiro monólogo. Ousei fazer um monólogo aos 91 anos porque acho que o teatro é formado pelo debate no palco e a troca com os colegas. A vivência de você estar pisando no palco faz você transmitir alguma mensagem para alguém. E essa mensagem vem de você, de dentro de você. Porque nós somos o teatro", comenta.

O trabalho que chega à capital alencarina nasceu após o fascínio do ator pela montagem "Judy: o arco-íris é aqui", dirigida por Marinho. Após conversarem e iniciarem as pesquisas, o artista fez apenas dois pedidos: que o projeto não se tornasse uma biografia e que não carregasse memórias melancólicas.

"No monólogo, falo dos assuntos a meu respeito, mas sempre com alegria para não atiçar nas pessoas um passado triste. Pelo contrário, quero celebrar a vida e remeter lembranças alegres, com humor, mesmo nas dificuldades enfrentadas pelos artistas em qualquer lugar", reforça.

Inicialmente planejada para seguir em exibição no Rio de Janeiro por dois meses, a alta demanda fez a peça ser mantida por dez meses na capital fluminense. Com o sucesso, surgiu o convite para a apresentação chegar em outras cidades do País. A turnê foi iniciada há seis semanas em São Paulo e agora segue para Fortaleza.

O baiano ainda relembra que o título da peça sugere sua resistência na linguagem na qual ele já soma mais de 70 anos, com trabalhos que vão dos palcos à telinha. "Estou voltando a fazer teatro, onde eu comecei e nunca deveria ter saído. O teatro é isso de levar emoção ao público a partir da entrega", adiciona.

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Com a peça, o veterano foi premiado como Melhor Ator pelo júri do Rio de Janeiro na 35ª edição do Prêmio Shell de Teatro. "Já ganhei muitos prêmios, mas eu não penso em ganhar o prêmio em si. Acho que o importante do prêmio é quando você é selecionado, destaca.

Além da persona "Othon Juliana Medella", que atua como sua memória na peça, o ator revisita grandes papéis, relembra amores, embates políticos e levanta reflexões sobre tempo, persistência e humanidade.

O ator retorna à Fortaleza após cinco décadas. Sua última aparição na capital cearense foi com a companhia Othon Bastos Produções Artísticas. À época,e juntamente com sua esposa, a também atriz Martha Overbeck, encenou a peça "Um grito parado no ar".

Sobre esta temporada em Fortaleza, o ator veterano comenta que é uma etapa de recomeço: "Todos os lugares que chego para apresentar sempre são um recomeço de paz, de alegria, de felicidade, de esperança, que são a essência do monólogo. É um espetáculo de doação, seja do meu conhecimento, da minha experiência, da minha vida".

Ainda sobre as três apresentações em Fortaleza, ele afirma ter horizontes positivos: "Eu tenho a expectativa de que o público vai ter uma visão de espetáculo. Cada um vai se achar dentro da apresentação. Sinceramente, uma variedade de sentimentos, só espero que as pessoas saiam do espetáculo felizes, determinadas e cheias de esperança".

Espetáculo "Não Me Entrego, Não!"

  • Quando: sexta-feira, 9, e sábado, 10 às 19 horas; domingo, 11, às 18 horas
  • Onde: Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 - Centro)
  • Quanto: plateia inferior por R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia); e plateia superior R$ 100
  • Mais informações: @othonbastosnoteatro

 

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