A oposição ao governo Elmano de Freitas (PT) compõe a nova configuração da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), com o deputado Felipe Mota (União Brasil) assumindo como 3º secretário. Apesar disso, membros desse grupo garantem que a oposição continuará forte e o desejo é de união entre os partidos PL, União Brasil e a parte do PDT que continuará na sigla.
"Vamos tentar unificar o PL do líder André Fernandes, Roberto Cláudio, Capitão Wagner, todas as forças possíveis e necessárias da oposição, Ciro Gomes, Tasso Jereissati, e nós vamos apresentar um projeto para o Ceará. Pode ter certeza que nós vamos estar mais unidos do que nunca, fiscalizando aquilo que é necessário, como também demonstrando o que nós queremos para o Ceará do futuro", cravou Felipe Mota.
Como 3º secretário da Alece, ele disse que pediu ao novo presidente, Romeu Aldigueri (de saída do PDT para o PSB), para executar "um trabalho burocrático na Mesa", para facilitar com que o setor produtivo e os demais setores do Estado "consigam avançar no emprego e na melhoria da vida dos cearenses".
Correligionário de Felipe Mota, Sargento Reginauro afirmou que o objetivo da oposição é formar um "único palanque" na Alece, de "PL com União Brasil, e a ala do PDT" ligada a Ciro Gomes. Segundo ele, a expectativa é de que o grupo "se fortaleça na fragilidade que os governos estadual e federal tem apresentado para o povo".
"Nós estamos com os piores indicadores de segurança pública da nossa história. Isso facilita um sentimento da população de que não adianta esse alinhamento que se prometeu como algo que poderia facilitar a gestão pública — do governo federal com o governo estadual e até com o governo municipal. Isso abre campo para uma reflexão da sociedade de que é preciso, de fato, mudar o modelo. Então, a oposição tem uma tarefa importantíssima nesse ano de preparação para um ano eleitoral, de mostrar essa fragilidade", avaliou Reginauro.
Líder do PL na Assembleia, Dra. Silvana vai na "contramão desse pensamento de aproximação de grupo". A parlamentar contou que, pelo que escuta "de bastidores, será difícil a oposição manter esses dez deputados que atualmente estão".
"O meu mandato é de oposição firme dentro de um propósito que eu entendo, de quem votou em mim, o que deseja. Se você desejar que alguém que era do grupo do Sarto, por exemplo, 100% Sarto, seja 100% oposição nesse momento, eu duvido. Mas, não posso falar pelos colegas. Eu quero que eles permaneçam, que eles fiquem na oposição. São companheiros, amigos, guerreiros, mas tem um perfil de mandato que se distingue muito com o meu perfil de mandato, que é conservador", disse a parlamentar.
Sobre o tema, o deputado Cláudio Pinho (PDT), afirmou que o partido não faz oposição à Mesa Diretora, já que votou favorável à configuração recém-empossada. "A mesa realmente é eclética e representa todos os espaços dentro da Casa", ponderou.
Questionado se o PDT manterá postura independente que não é aliada à base do governo Elmano, ele respondeu que "não há perspectiva de mudança quanto a isso". Contudo, o tema não foi abordado em reunião. Segundo o parlamentar, o foco é trabalhar na "reconstrução do PDT para aumentar a bancada tanto estadual como federal".
"Vamos continuar com as mesmas pautas, querendo mais democracia, mais discussão nas mensagens. Espero que o novo líder de governo discuta mais para que evite votações de matérias, como ocorreu no passado, de uma mesma matéria ser votada por urgência no mesmo dia e, poucos meses depois, voltar para corrigir", disse Cláudio Pinho.
Colaborou Júlia Duarte