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Frei Tito: 50 anos depois, um martírio que não pode ser esquecido
Reportagem Especial

Frei Tito: 50 anos depois, um martírio que não pode ser esquecido

Frade dominicano cearense, líder estudantil, preso e torturado pela ditadura, o corpo de Tito foi encontrado na área do convento dominicano Sainte-Marie de La Tourette, em Éveux (França), em 10 de agosto de 1974. Ele denunciou as torturas que o atormentaram até o último dia

Frei Tito: 50 anos depois, um martírio que não pode ser esquecido

Frade dominicano cearense, líder estudantil, preso e torturado pela ditadura, o corpo de Tito foi encontrado na área do convento dominicano Sainte-Marie de La Tourette, em Éveux (França), em 10 de agosto de 1974. Ele denunciou as torturas que o atormentaram até o último dia
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"A morte foi seu último ato de coragem e de protesto. Sua extrema chance de ressuscitar na plenitude da semelhança divina que, originariamente, lhe fora conferida pelo Pai. Ao morrer, Tito matou seus algozes e recuperou a paz duradoura que lhe haviam sequestrado. Libertou-se em definitivo da onipresença que o dividia e o atormentava, reencontrando a unidade e renascendo na totalidade do amor"

Esse é um trecho do discurso emocionada da então vereadora Nildes Alencar no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza, em 24 de março de 1983, às vésperas do translado dos restos mortais do corpo de frei Tito de Alencar, que vieram da França para o Brasil.

O discurso, publicado nas páginas do O POVO daquele ano, é da irmã de Tito. A professora é um acervo vivo do preso político que sofreu o tempo sombrio da ditadura militar. Em casa, ela guarda as memórias do irmão mais novo e repassa o legado que ele deixou como resistência à repressão.

Frei Tito(Foto: Acervo familiar)
Foto: Acervo familiar Frei Tito

Antes de os restos mortais seguirem para Fortaleza, houve missa de corpo presente celebrada em São Paulo pelo arecebispo dom Paulo Evaristo Arns. Participaram vários bispos e padres, em trajes vermelhos, usados em memória de mártires. O cardeal Arns repudiou a tortura. A celebração foi acompanhada por milhares de pessoas.

Tito de Alencar Lima nasceu em 14 de setembro de 1945, em Fortaleza, e foi encontrado morto aos 28 anos, no Convento de Lyon, na França, em 10 de agosto de 1974, lugar que lhe deu asilo após ser deportado sob alcunha de subvertido ao regime militar. Cinquenta anos se completam neste agosto de 2024, desde que o frade dominicano foi encontrado pendurado em um galho de uma árvore nos fundos do recanto religioso.

O envolvimento com as pautas cristã e socialista veio do berço, mãe e pai, respectivamente, faziam dos almoços verdadeiras “assembleias de debates”, como conta Nildes ao O POVO. Ela relata que o menino Tito, tido como filho, era "contemplativo" e "danado".

"O primeiro zepelim que passou na cidade, ele chamou a turma toda, tirou a classe toda para olhar o zepelim. Ele tinha, assim, umas fantasias muito fortes. Ele fazia as danações, mas também era muito contemplativo. O homem da mercearia juntava o carvão na frente da mercearia e ele pegava a baladeira e jogava na base, ai arriava todinho. Em sequida, chegavam os enredos lá em casa", relembra.

Ao estudar no Liceu do Ceará, Tito conheceu a Juventude Estudantil Católica (JEC), onde viu a realidade de casa ser repetida: a proximidade entre cristianismo e socialismo na prática. É no Recife de 1963 que ele assume a direção regional da JEC, deixando a casa dos pais em busca de sua vocação.

O pai, Idelfonso Rodrigues de Lima, sonhava ver o filho formado médico, mas Tito lhe antecipou que seria “médico das almas". No ano seguinte, ingressou no curso de filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e dava os primeiros passos no ativismo, participando de reuniões e manifestações estudantis contra o regime militar. Inicia, então, o noviciado no Centro da Ordem dos Dominicanos, em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1966.

Ficha de matrícula na Faculdade de Filosofia e Teologia na França(Foto: Memorial Frei Tito/Museu do Ceará)
Foto: Memorial Frei Tito/Museu do Ceará Ficha de matrícula na Faculdade de Filosofia e Teologia na França

Durante a ditadura militar, os frades dominicanos foram exemplos da resistência à repressão. Por ajudarem guerrilheiros da Ação Libertadora Nacional (ANL), eles foram presos, torturados e exilados porque. Dois anos depois, Tito foi preso sob acusação de ter alugado o sítio onde ocorreu o Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Ibiúna, em São Paulo.

Em 1969, foi preso novamente junto com outros frades dominicanos, pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. O grupo foi acusado de envolvimento com a ANL. As prisões ocorreram na mesma operação que findou na morte de Carlos Marighella. Foram anos sofrendo torturas no Departamento de Ordem Política e Social (Dops). 

O encarceramento apresentou a Tito as sessões de tortura psicológicas e físicas com choques, queimaduras, espancamentos e afogamentos. O cearense foi o primeiro preso político a denunciar, em documento, as torturas nos porões do Dops. De forma clandestina, ele deixou o relato, em fevereiro de 1970, após ser retirado do Presídio Tiradentes. “Preciso dizer que o que ocorreu comigo não é exceção, é regra. Raros os presos políticos brasileiros que não sofreram tortura”, denunciou.

Frei Tito(Foto: Acervo O POVO)
Foto: Acervo O POVO Frei Tito

Diante do sofrimento, o frade dominicano chegou a tentar suicídio ao cortar a artéria do braço esquerdo com uma gilete, mas foi impedido pelos torturadores que, em seguida, voltaram a machucá-lo. Desta vez, as sessões continuam terror psicológico. "Diziam: 'A situação agora vai piorar para você, que é um padre suicida e terrorista. A Igreja vai expulsá-lo'. Não deixavam que eu repousasse. Falavam o tempo todo, jogavam, contavam-me estranhas histórias. Percebi logo que, a fim de fugirem à
responsabilidade de meu ato e o justificarem, queriam que eu enlouquecesse", consta na mesma carta escrita por Tito dentro da prisão.

“A dor crescia a cada momento. Sentia a cabeça dez vezes maior de que o corpo. Angustiava-me a possibilidade de os outros padres sofrerem o mesmo. Era preciso pôr um fim àquilo (sic). Sentia que não iria aguentar mais o sofrimento prolongado. Só havia uma solução: matar- me”, trecho extraído do livro Frei Tito, de Socorro Acioli, publicado pela Fundação Demócrito Rocha, em 2001.

A luz no fim do túnel para findar as tormentas veio quando Tito foi aglutinado a um grupo de 70 presos políticos deportados numa troca pela liberdade do embaixador suíço Giovani Enrico Büncker, que havia sido sequestrado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Nildes, no entanto, conta que a possibilidade a deixou atormentada. "Meu Deus, meu irmão vai-se embora para o mundo”, relembra o sensação que teve na época. "A gente começou a sentir que não tinha mais garra para ele, porque a família perdeu o controle. Ele estava dependendo da Ordem, não era da família. E foi entregue a Deus".

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Se as torturas físicas davam sinal de adeus, o terror por ter passado por elas tomava conta da mente de Tito. Primeiro, ele foi enviado para o Chile e, depois, para um asilo dos dominicanos em Lyon, na França. O frade cearense ouvia a voz dos torturadores nas ruas e se sentia vigiado.

Para a irmã, "se ele estivesse com a família, teria sido diferente a história dele". "Eu sempre digo que o Tito foi induzido a suicidar-se. Não era só alucinação, não, porque um ex-dominicano que esteve com ele na França disse que viu uma pessoa com a maquininha clicando, batendo foto dele", revela Nildes.

Ela acredita que Tito ficou "visado" ao desmoralizar Fleury. "De qualquer maneira, ele era um homem dono das torturas e o mundo inteiro ficou sabendo que havia torturas, que era verdade, que não era coisa inventada, por causa do Tito".

Nos fundos do convento, o frade cearense foi encontrado sem vida, deixando o legado que está cravado em sua lápide, no Cemitério São João Batista, em Fortaleza: "Se os discípulos se calarem, as próprias pedras clamarão", trecho da Bíblia, escrito no livro de Lucas, capítulo 19, versículo 40. 

 

 

>>Entrevista

Frei Betto: 'Frei Tito simboliza todos os torturados, mortos e desaparecidos na ditadura'

O frade dominicano e escritor Carlos Alberto Libânio Christo, o frei Betto, desembarcou em Fortaleza na quinta-feira, 1º de agosto de 2024. Naquela data a Comissão Especial de Anistia Wanda Rita Othon Sidou (Ceaws), vinculada à Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará (Sedih), retomou os julgamentos para concessão de anistia a perseguidos políticos pela ditadura, conforme informou a pasta estadual, por nota.

A comissão foi criada com a função de analisar e julgar os casos de denúncias de perseguições políticas em território cearense no período de 1961 a 1979. De acordo com a Sedih, a Ceaws atua desde 2002 nessa seara, concedendo anistia e disponibilizando informações para pesquisadores mediante solicitação e consulta de documentos históricos.

Referência na luta por direitos humanos e amigo do religioso cearense, na capital cearense, frei Betto participou de agenda em memória aos 50 anos da morte de Frei Tito. O POVO conversou com ele após palestra no Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc) em Fortaleza.

Frei Betto(Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Frei Betto

O POVO - O que Frei Tito representa para senhor?

Frei Betto - Frei Tito era um grande amigo que conheci na adolescência, quando nós dois éramos militantes da Juventude Estudantil Católica (JEC). Ele chegou a ser dirigente da JEC do Nordeste e eu era dirigente nacional, integrava a equipe nacional e sempre tínhamos contatos. Depois, nossos caminhos convergiram mais ainda quando ingressamos na vida religiosa, na Ordem dos Dominicanos.

Como uma parcela significativa da igreja se colocou contra a ditadura, nós dois, estudantes de filosofia, frades religiosos, também optamos por apoiar aqueles que estavam mais na linha de frente. Por conta disso, fomos presos, sofremos muito, mas o Tito foi o que mais sofreu de todos nós do grupo, né?

"Frei Tito não se matou. Frei Tito buscou do outro lado da vida a unidade que havia perdido deste lado" Dom Paulo Evaristo Arns

 

Torturas tanto no ato de prisão em novembro de 1969 quanto em 1970, quando descobriram que ele que havia conseguido o sítio de Ibiúna, onde a União Nacional dos Estudantes (UNE) fez o famoso Congresso de 1968.

Depois disso, ele foi trocado pelo embaixador suíço junto com outros presos políticos. Banido do Brasil, exilou-se na França e veio a colocar fim à própria vida não porque ele enlouqueceu, mas para evitar a loucura, tanto que ele escreveu na sua Bíblia: "É preferível morrer do que perder a vida".

Depois, quando o corpo dele retornou ao Brasil, numa grande celebração na catedral de São Paulo, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns disse: "Frei Tito não se matou. Frei Tito buscou do outro lado da vida a unidade que havia perdido deste lado".

Arte de Carlus Campos sobre óculos de Frei Tito e criança brincando com galinha ao fundo(Foto: Carlus Campos)
Foto: Carlus Campos Arte de Carlus Campos sobre óculos de Frei Tito e criança brincando com galinha ao fundo

OP - Após os 50 anos da morte dele, qual legado frei Tito deixou na luta pelas direitos humanos e pela anistia?

Frei Betto - Frei Tito é uma figura icônica. Ele simboliza todos aqueles que foram torturados, mortos e desaparecidos pela ditadura militar. Manter viva a memória do Frei Tito é insistir para que aquele passado de atrocidades não se repita no Brasil no futuro. É muito importante educadores, militantes sociais, famílias, entidades religiosas, todos nós, mantermos viva essa memória perigosa de Frei Tito.

Um exemplo de discípulo de Jesus de Nazaré, que também morreu como ele, foi preso, torturado, julgado por dois poderes políticos e pendurado numa cruz. O Frei Tito, pra mim, é a figura paradigmática do que é o exemplo de seguimento de Jesus de Nazaré.

OP - O senhor cita Jesus Cristo e, no relato que deixou na prisão, Frei Tito pedia para que a Igreja não se omitisse diante da ditatura. O senhor acha que isso aconteceu?

Frei Betto - Felizmente, não. A Igreja se omitiu de 1964, na raiz do golpe militar, quando ela oficialmente, através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), apoiou o golpe, mas depois, em 1968, a partir do AI-5, a igreja se distanciou da ditadura e, hegemonicamente, através de figuras como dom Paulo Evaristo Arns, dom Hélder Câmara, dom Aloísio Lorscheider, dom Fragoso, dom Pedro Casaldáliga, passou a denunciar e ter militantes religiosos, padres, leigos sobretudo, na luta pra derrubar a ditadura que, felizmente, conseguimos em 1985. Creio que a Igreja deu exemplo de bastante profetismo, de seguimento de Jesus na sua luta por direitos humanos nesse País.

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Rua Rodrigues Júnior, 364: a memória pede compromisso

Desde que morreu, em 10 de agosto de 1974, Frei Tito batizou ruas, filmes, livros, premiações, exposições, peças, escolas e até escritórios. É o nome dele que também batiza o número 364 da rua Rodrigues Júnior, em Fortaleza. Endereço em que o pequeno Tito e nove irmãos moraram com os pais, Laura de Alencar Lima e Idelfonso Rodrigues de Lima, na capital cearense, antes de o caçula mudar para Recife e viver sob os cuidados do Pai.

A Casa de Frei Tito de Alencar tinha projeto para virar o Centro de Memória Frei Tito de Alencar. No local, até os números que identificam o endereço foram retirados. Se o frade cearense é símbolo dos direitos humanos e da resistência à repressão, a edificação não rumou ao seu destino.

O memorial se pretendia um local de referência para discussões e ensino sobre direitos humanos e democracia, como documentam as páginas do O POVO de 2018, ano em que o imóvel chegou a ser ocupado por manifestantes e militantes no chamado movimento Ocupa Frei Tito. O grupo tinha o intuito de chamar a atenção da situação estrutural e pedir o tombamento definitivo da construção — o início do processo de tombamento da casa se deu em 2011. 

Cada onde Frei Tito morou na rua Rodrigues Júnior, 364, em Fortaleza. Primeira foi tirada durante movimento Ocupa Frei Tito, em 2018. Segunda, em julho de 2024(Foto: Evilázio Bezerra, em 6/9/2018, e Matheus Souza)
Foto: Evilázio Bezerra, em 6/9/2018, e Matheus Souza Cada onde Frei Tito morou na rua Rodrigues Júnior, 364, em Fortaleza. Primeira foi tirada durante movimento Ocupa Frei Tito, em 2018. Segunda, em julho de 2024

O primeiro passo para tornar-se memorial foi o decreto que define a residência como bem público, assinado em 14 de setembro de 2018, data em que o religioso completaria 73 anos. A medida aconteceu após audiência pública realizada com familiares de Tito e representantes do movimento, quando o então prefeito Roberto Cláudio (PDT) firmou compromisso com a desapropriação do local para o tombamento definitivo do bem e a construção do memorial.

Em 2019, foi anunciado pela Prefeitura de Fortaleza investimento de R$ 400 mil para tornar o espaço um novo centro cultural, o valor seria destinado ao processo de desapropriação da casa, restauração do prédio e aquisição do acervo.

Às vésperas dos 50 anos da morte do frade dominicano cearense, O POVO visitou a casa em 22 de julho de 2024. Na realidade, tentou, afinal o local estava de portas fechadas com apenas o aviso de "proibido jogar lixo e entulho" e de que o ambiente é monitorado por câmera de segurança. 

Memorial Frei Tito, que era mantido no Museu do Ceará(Foto: FCO Fontenele)
Foto: FCO Fontenele Memorial Frei Tito, que era mantido no Museu do Ceará

Logo, a vizinhança nos parou para contar que a edificação está infestada de abelhas, que, durante à noite, circulam por outras casas. Encontramos, na ocasião, Augusto Signorelli, diretor do curta-metragem ficcional SP70 - a Paixão de Tito. Ele relembrou que, durante a ocupação, exibiu a obra no local.

"A tentativa era projetar na parede da fachada, porém, projetamos em telão. Após a projeção, respondemos às perguntas dos espectadores, que ocupavam a rua sentados nas cadeiras dispostas exatamente defronte à casa de Frei Tito de Alencar. Na ocasião, o trânsito ali, naquela rua do Centro de Fortaleza, parou", rememora.

O intuito da exibição, segundo Signorelli, foi uma "estratagema cultural" para fortalecer o movimento em prol do tombamento da Casa de Frei Tito. "Nossa pretensão era fazer da casa na qual morou o religioso dominicano e sua família o Museu Frei Tito de Alencar Lima". O desejo ainda não virou realidade.

Foto feita pelo Dops para a ficha de Frei Tito(Foto: Acervo O POVO)
Foto: Acervo O POVO Foto feita pelo Dops para a ficha de Frei Tito

Procurada pelo O POVO, a Prefeitura de Fortaleza se manifestou por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor). A pasta municipal informou que programa inspeção e limpeza do local.

Sobre o Centro de Memória, a Secultfor explicou que a edificação "possui, atualmente, tombamento provisório pelo município de Fortaleza, que tem avançado na pesquisa histórica e arquitetônica sobre o frade e a edificação". 

Conforme a pasta, o levantamento gerou a Instrução de Tombamento do bem, "instrumento normativo sobre as futuras intervenções na edificação e no seu entorno". O documento, segundo a Secultfor, foi aprovado pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Histórico-Cultural e seguiu para análise jurídica do processo e assinatura de decreto de tombamento definitivo pelo chefe do Executivo.

Além disso, a nota informa que foram contratadas duas empresas para dar andamento ao projeto, uma responsável pela parte arquitetônica de restauro da edificação e a outra pela elaboração do projeto expográfico e do plano museológico do futuro equipamento.

A reportagem retornou à Secultfor questionando os prazos para finalização da análise jurídica e assinatura do decreto de tombamento definitivo, além da entrega dos projetos pelas empresas contratadas. O retorno é aguardado.

 

 

Escritos de Frei Tito

 

 

"Quando secar o rio da minha infância / secará toda dor. Quando os regatos límpidos de meu ser secarem / minh’alma perderá sua força. Buscarei, então, pastagens distantes / lá onde o ódio não tem teto para repousar. Ali erguerei uma tenda junto aos bosques. Todas as tardes, me deitarei na relva / e nos dias silenciosos farei minha oração. Meu eterno canto de amor: / expressão pura de minha mais profunda angústia. Nos dias primaveris, colherei flores / para meu jardim da saudade. Assim, exterminarei a lembrança de um passado sombrio"

Poema escrito por Tito em Paris, no dia 12 de outubro de 1972

 

"São noites de silêncio / Vozes que clamam num espaço infinito / Um silêncio do homem e um silêncio de Deus"

Anotação no caderno de Tito, encontrada depois que ele morreu

 

  

 

Programação 50 anos da morte de Frei Tito 

Alvorada no Cemitério São João Batista

Quando: Dia 10/8, às 8 horas

Onde: Cemitério São João Batista (Rua Padre Mororó, S/N - Centro, Fortaleza - CE, 60015-220)

Memória do Mártir - Solo de Ricardo Guilherme

Quando: 10/8, às 19 horas

Onde: Teatro José de Alencar

Palestra "Testemunhas de Frei Tito"

Quando: 12/8 a 23/8

Onde: Escolas públicas

Fonte: Associação dos Amigos da Casa Frei Tito de Alencar

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